14 - Diga o que você precisa dizer

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Não tenha medo de continuar

Não tenha medo de desistir

Seria melhor você saber que no final

É melhor falar demais

Do que nunca dizer o que você precisa dizer de novo

Mesmo que suas mãos estejam tremendo

E que a sua fé esteja abalada

Mesmo se os olhos estiverem se fechando

Faça isso com o coração aberto

Diga o que você precisa dizer

O apartamento de Rowan em Munique, estava exatamente como ela tinha deixado. Fotos espalhadas dos trabalhos de Rami estavam sob a mesa e projetos de Cece jogados no tapete felpudo da sala, com uma xícara de café ao lado, marcada pelo batom.

A única coisa que não estava igual, eram eles.

A sua bolsa fez um ruído audível quando caiu no chão, chamando atenção do casal.

Rami parou de olhar para Valdez, e sorriu quando voltou seus olhos para a inglesa. Havia felicidade nos olhos claros, mas ele também parecia tenso e nervoso.

As mãos entrelaçadas dos seus melhores amigos dizia muito sobre o porquê ele parecia prestes a explodir.

— Olá, estranha — disse ele, rindo maliciosamente. — O passarinho finalmente voltou para casa.

Rowan riu para ele, sentindo falta da língua afiado do grego.

— Ela tentou voar para longe do ninho, mas o ninho é o melhor lugar no mundo.

Cece ao seu lado pareceu desconfortável, soltando da mão dele.

— Quando você disse que estava voltando, não achei que fosse dentro de uma hora — disse, encarando brevemente Simmons.

— Eu queria fazer uma surpresa, mas minha ansiedade foi grande o suficiente para me impedir de fazer isso. — respondeu, e acidamente acrescentou: — E olá para você também, Cecília. É tão bom te ver novamente.

Ela levantou do sofá, os cabelos escuros soltando do coque e as pantufas laranja fazendo um contraste gritante com o pijama claro.

É tão bom ver você novamente? Você tá bêbada, Rowan? — perguntou, olhando agora para a outra estudante, seus olhos cheios de lágrimas. — Você deve me odiar!

Rowan suspirou e rolou os olhos, e jogou-se no sofá, ao lado de Rami que assistia tudo em silêncio, petrificado como uma estátua.

— Isso não é jeito de me receber, Cece. — Fez beicinho. — E eu jamais seria capaz de te odiar.

— Você acabou de me ver de mãos dada com Rami, e por pouco não nos viu se beijando. Estamos juntos há meses, Rowan. Mentimos para você. — continuou, ficando vermelha. Sua voz baixou para um sussurro quando falou: — E sua tia provavelmente contou o que eu fiz. Então, sim, você deve me odiar.

Ela sentiu o olhar do amigo sobre si, e balançou a cabeça.

Antes de sair de Londres, Teresa lhe contou certas coisas que haviam acontecido meses antes do fatídico dia que apareceu em seu apartamento, como quando foi para Munique, atrás da sobrinha e Cece a achou, fazendo um escândalo na faculdade. A faculdade não permitia passar dados dos alunos para outros senão o próprio, desse modo Teresa, mesmo sendo uma parente, não podia saber o seu telefone ou endereço. Ela fez o que muitos chamariam de "barraco" pôr a LMU não querer passar tais informações, mesmo ela dizendo que era uma emergência — o que não era. Naquele instante, por pura coincidência ou acaso do destino, Cece estava passando em frente a secretaria da faculdade e ouviu em alto e bom som, o nome da amiga. Levou alguns dias para ela fornecer o seu número de telefone para Teresa, e em meses, o endereço.

Dreimal in MünchenOnde histórias criam vida. Descubra agora