11 - Londres tem as respostas - PARTE 2

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Tome minha mente e tome minha dor

Tome meu passado e tome meus pecados

Tome meu coração e pegue minha mão

Como um mar que carrega as areias sujas

E cure, cure

Me cure

O Coppa Club era um dos restaurantes mais espetaculares de toda Londres. Com uma vista privilegiada para a Tower Bridge, a maioria das mesas que estavam do lado de fora do lugar ficavam dentro de uma grande redoma de vidro, iluminada por luzes amarelas, com plantas verdes e o ferro da sustentação pintado de branco. As mesas eram de uma madeira muito bem lixada, as cadeiras eram forradas com um tecido felpudo, e olhando para a esquerda, para perto do bar, havia uma estrutura de madeira também cheia de flores delfin, girassóis e rosas, penduras em cima de outras mesas — essas sem as cúpulas.

Era um lugar extremamente bonito e romântico, que servia um dos melhores pedaços de torta que já havia provado com um xicara quentinha de Twinings.

Mas, quando as portas do elevador abriram, e ela caminhou até uma das redomas, toda a beleza do lugar se apagou e sua concentração foi para uma única coisa. Uma única pessoa.

Rowan tinha passado exatos seis dias sem ver seu rosto, sentir seu cheiro, ouvir sua voz, e o beijar. A saudade que a atingiu foi como se tivesse arrancando o ar de seus pulmões.

Era possível se apaixonar pela mesma pessoa toda vez que a via?

Não sabia explicar, mas para ela era possível, e todas as memorias deles juntos vieram como uma avalanche à mente. Cada coisa pequenas que eles fizeram, cada gesto, cada sorriso, conversa, e beijos, a levaram para uma certeza absoluta.

Tentou se controlar, mas seus dedos começaram a formigar, as mãos tremerem, e o cheiro dele era um verdadeiro imã. No segundo seguinte, estava dando dois passos à frente, e o abraçando como se a vida fosse acabar, e aquilo, aquela sensação de que eles eram certos um para o outro, fosse a única coisa que precisasse.

Não sabia o porquê ele estava ali, o porquê queria conversar, mas por um momento, não queria pensar que aquilo era um fim definitivo; um fim de algo que nunca foi nomeado entre eles.

Mas ela sentiu como se alguém estivesse socando seu coração quando os braços dele não moveram-se ao seu redor.

Aquilo abriu uma nova ferida.

Rejeição.

O alemão foi o primeiro a quebrar o contato, sem a olhar, afastando-a e sentando de volta ao seu lugar.

— Oi — disse a estudante, torcendo os dedos sobre o colo.

— Oi — respondeu ele baixo, olhando pela primeira para ela.

Eles ficaram se encarando, não sabendo como guiar aquela conversa, porque parecia que qualquer pergunta levaria a uma resposta que não seria agradável.

— Como você me achou? — indagou, dando uma olhada para dentro da bolha de vidro, e de como a chuva fina que caía deixava tudo parecendo mágico, com as luzes amarelas ao redor.

— Cecília — Joshua respondeu rapidamente, deixando com que a mente dela preenchesse qualquer lacuna.

Rowan fechou os olhos.

Maldita Cecília e suas ideias de que pode ajudar o mundo inteiro.

Eles caíram rapidamente em um silêncio desconfortável, até que Rowan olhou para a mesa, vendo que ele havia feito o pedido já.

Dreimal in MünchenOnde histórias criam vida. Descubra agora