Cap 29

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Capítulo: A Chegada a Nova York

A viagem foi longa, e Sofia chorou uma boa parte do tempo. Acredito que ela não gosta muito de andar de avião; o barulho dos motores e a sensação de estar a milhares de pés do chão pareciam incomodá-la. Enquanto tentava acalmá-la com suaves canções de ninar, eu também lutava contra as minhas próprias emoções. Agora, estamos dentro de um Uber, a caminho da nossa nova casa. O JP, que estava sentado ao meu lado, começou a me contar sobre as últimas notícias de casa. Ele mencionou que o Alemão bateu muito no Luan e que ainda agrediu o JP, quebrando tudo o que encontrou até chegar à boca.

Ao ouvir isso, não consegui conter as lágrimas. Em tão pouco tempo que estive lá, sinto que acabei me apaixonando por ele. É um sentimento confuso, um misto de amor e culpa que me faz questionar as minhas escolhas. O que eu realmente sei sobre ele? Será que o amor é suficiente para superar as tempestades que nos cercam?

Enquanto pensava nisso, percebi que as luzes da grande cidade de Nova York já estavam se afastando, mas ainda brilhavam ao longe como estrelas. O motorista parou em frente a uma casa grande e imponente, com uma fachada clássica e uma porta de madeira escura que parecia prometer boas-vindas. Ele virou-se para trás e, com um sorriso amável, avisou que havíamos chegado.

Olhei para Leila, que dormia serenamente com a cabeça encostada no vidro, o rosto suavemente iluminado pela luz da rua. Toquei seu braço suavemente, fazendo-a acordar. Apontando para fora, ela assentiu com um sorriso sonolento e abriu a porta do carro. O ar fresco da noite invadiu o veículo, trazendo consigo o cheiro das comidas típicas das ruas de Nova York, misturado a um aroma de aventura.

Logo em seguida, toquei no cabelo do meu irmãozinho Damien, despertando-o, enquanto Sofia, quietinha, permanecia no meu colo, agora quase adormecendo. A Leila saiu do carro, puxando Damien para fora, seus olhos brilhando com a curiosidade típica de quem está prestes a explorar um novo lar.

— Olha só a casa, Makaila! — Damien exclamou, os olhos grandes como os de uma criança em uma loja de doces. A emoção de estar em Nova York, uma cidade que só havia visto em filmes, era palpável. Ele parecia tão ansioso para entrar.

Olhei para o senhor do Uber, que aparentava ter entre 55 e 60 anos, e pedi-lhe ajuda com as malas. Eram cinco, incluindo a da Sofia, e a tarefa parecia pesada demais para eu enfrentar sozinha.

Enquanto o motorista retirava as malas do porta-malas, senti meu celular vibrar, mas não consegui pegá-lo com Sofia adormecida no colo. Andei até a casa, abri a porta e acendi as luzes, já que tudo estava escuro. O estalar da luz foi seguido por um brilho suave, revelando um interior encantador: paredes brancas, móveis de madeira escura e um tapete macio que parecia convidar a caminhar descalço. Fiquei deslumbrada ao ver o espaço tão lindo, com os olhos bem abertos na entrada da sala de estar.

Damien entrou em seguida e começou a rir, olhando para mim com uma expressão de pura alegria.

— Olha isso, Makaila! Temos até um espaço só nosso! — Ele deu uma volta, gesticulando com as mãos, como se quisesse abraçar toda a nova casa.

Sofia, agora acordando lentamente, começou a balbuciar, e meu coração se aqueceu ao ouvir seu pequeno som. A casa estava cheia de possibilidades, e eu não podia deixar de me sentir animada com o que viria a seguir. Era um novo começo, e, mesmo com as lembranças que pesavam no coração, havia uma luz de esperança a brilhar na minha mente.

— Vamos explorar! — propus, olhando para os dois com um sorriso. A ideia de descobrir cada canto daquele lugar me deixou ainda mais empolgada.

Leila, agora completamente acordada, esticou os braços e deu um bocejo sonoro, como se estivesse despertando de um longo sonho.

De dois Mundos (antigo No morro sendo reescrito )Onde histórias criam vida. Descubra agora