Alemão Narrando:
Estava tudo em paz até que o JP atendeu o celular no meu quarto. A curiosidade me consumiu, e quando finalmente decidi ouvir a voz dela, ouvi algo que nunca deveria ter escutado. Aquelas palavras soaram como um golpe, cortando o silêncio da noite.
A raiva borbulhava dentro de mim, e eu não conseguia acreditar que aquela traidora já havia se entregado a outro homem. O meu corpo tremia de fúria ao imaginar a cena. "Se eu descobrir quem é esse FDP, eu juro que vou fazer ele pagar", pensei, enquanto uma onda de desespero e violência me dominava.
Senti como se o mundo tivesse desmoronado. A minha mente ficou em um estado de escuridão total. O instinto assassino se acendeu, e a única coisa que eu queria era ir atrás dela, para fazer com que ela sentisse a mesma dor que eu estava sentindo. Quatro meses que ela estava lá, e já tinha se entregado? Isso não era apenas traição; era uma afronta à nossa história, e eu estava determinado a fazer justiça.
Descontrolei-me. O meu quarto virou um campo de batalha, e os objetos ao meu redor voaram, quebrando-se em mil pedaços. O JP teve que chamar o CH e mais alguns caras para me conter. Não sei como conseguiram, mas aqui estou eu, preso à cama, meio dopado, enquanto a fúria consome cada fibra do meu ser. Quem ela pensa que é para deixar outro homem tocar nela? Ela é MINHA, e eu não vou permitir que isso aconteça.
Fui tomado por um desespero absoluto. O sentimento que eu tinha por Makaila era algo que eu nunca tinha sentido antes. E era isso que me deixava tão furioso. Por que ela tinha que fazer isso? A dor que eu sentia era muito mais intensa do que quando a outra piranha me traiu. O que estava acontecendo comigo? Estava enlouquecendo! Precisava sair, precisava fazer algo antes que a loucura me consumisse completamente.
As cordas que me prendiam queimavam os meus pulsos, mas a dor não importava. Com um esforço extremo, puxei a corda com todas as minhas forças, até que finalmente ouvi um estalo. Consegui me soltar. Tentei me colocar de pé, mas caí no chão como um saco de batatas.
Na segunda tentativa, consegui me levantar, a cabeça girando em resposta ao calmante que injetaram em mim. Olhei em volta e vi a seringa que tinha sido usada. A raiva me dominou novamente ao pensar naquilo. Precisava de uma maneira de lidar com isso, e lembrei-me de que tinha guardado algo no banheiro.
Entrei no banheiro, revirei as gavetas até encontrar o que procurava. Preparei tudo rapidamente, liguei a água e enchi a banheira. A água quente me envolveu, como um abraço reconfortante, enquanto a adrenalina pulsava nas minhas veias. Peguei a seringa, apertei o braço direito com a mão esquerda e, sem hesitar, injetava a droga.
Senti a brisa quente me envolvendo, a realidade começando a desaparecer. Tudo o que eu pensava era que ia matá-la... E foi o último pensamento que tive antes de adormecer.
(...)
JP Narrando:
Depois de tudo o que aconteceu, tive que amarrar o Alemão à cama e dopá-lo. Ele estava completamente fora de si, como um animal ferido. Medo e preocupação se misturaram em mim ao vê-lo daquele jeito. Nunca o vi tão perdido, falando coisas sem sentido, afirmando que ia matar Makaila e o outro cara.
Já se passaram mais de três horas desde que o amarrei. Ele quebrou meu celular e eu ainda não consegui falar com a Makaila. Parte de mim estava desapontada com ela; como ela pôde fazer isso? Quatro meses fora e já estava grávida? Ela vai fazer 19 anos no mês que vem, e a Sofia está prestes a fazer dois. Eu sentia uma saudade imensa delas.
Levantei do sofá e subi as escadas, indo em direção ao quarto do Alemão. Bati na porta, mas não ouvi resposta. Bati novamente e, ao perceber que água escorria debaixo da porta, o coração disparou. Apressado, arrombei a porta, e a cena que encontrei me deixou em choque.
O Alemão estava deitado na água, com uma seringa no braço. Meu corpo ficou paralisado ao ver aquele cenário. Corri até ele, puxando-o para fora da água, meu coração batendo forte no peito. Ele estava gelado, e a adrenalina disparou em mim, o desespero tomando conta.
— Brian! — gritei, batendo levemente em seu rosto, mas não havia resposta.
— Caralho, Brian! — ele não acordava. Levantei-o com dificuldade, colocando-o no chão. Verifiquei seu pescoço, mas não sentia nada. O pânico me invadiu, e lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto.
Respirei fundo e tirei o celular do bolso, ligando-o. Coloquei no viva-voz enquanto tentava fazer reanimação.
— Caralho, Brian, não acredito! — gritei, a frustração me consumindo.
— Acorda, caralho! — a impotência me deixava mais irritado.
Chamada ON
— Fala, JP — Maguin respondeu do outro lado.
— Chama a doutora do postinho e os meninos, o Alemão não está bem! — gritei em desespero.
— O que tá acontecendo? — ele perguntou, calmo demais para a situação.
— Faz o que te digo, caralho! Se você não fizer isso agora, eu corto a sua cabeça e mando de presente pra sua mãe! — a raiva deixava minha voz mais alta.
Chamada OFF
Desliguei o celular com um tapa, continuei tentando reanimá-lo, sem acreditar no que estava acontecendo. O meu irmão, por que ele fez isso? Eu avisei que ele ainda ia passar mal.
— Caralho, Alemão! Acorda, porra! — continuei gritando, enquanto ouvia passos subindo as escadas.
— O que se passa, JP? Tava ainda no morro quando um moleque foi me chamar... — CH começou a falar, mas parou ao entrar no banheiro e ver a cena. — CARALHO, MLK! — gritou, puxando o Alemão para fora da água.
Eu estava em choque, encostado na parede, as mãos na cabeça, sentindo que o mundo estava desmoronando ao meu redor. Não, não podia perder meu irmão. Não agora, não depois de tudo o que passamos juntos.
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De dois Mundos (antigo No morro sendo reescrito )
RandomA vida dela nunca foi fácil, e ele está longe de torná-la mais simples. Dois mundos completamente diferentes colidem, e ambos terão que descobrir o que realmente significa amar. Ela, uma estudante comum. Ele, um mafioso perigoso. Prepare-se para uma...