O Desafio do Magnata - Série Apaixonados e Poderosos - Livro 2 (COMPLETO)

Capítulo 3

ERA ÓBVIO, ESTAVA VISÍVEL. Era a Sarah que ele conhecia. Eles trocaram algumas palavras e estava claro que ela queria se livrar dele, naquele dia. Naquele momento, depois de dezessete dias, dentro da caminhonete, Sarah estava sentada bem longe dele, ao mesmo tempo que observava com curiosidade o interior do carro.

Thomas tinha a impressão de que ela nunca havia entrado em um carro de luxo antes, afinal, Sarah estava tão quieta que o silêncio estava se tornando constrangedor. Então, ele decidiu quebrá-lo.

- Você costuma ser quieta assim? – Ele passou a mão no queixo analisando-a.

- Na verdade, não. Eu apenas estava admirando a beleza de Salzburgo. - Ela se virou na direção dele e os olhos verdes encontraram os dele, que continuavam tão lindos quanto Thomas se lembrava.

- Realmente, Salzburgo é uma linda cidade. Espere só para conhecer Hallstatt.

- Eu ouvi falar que é um lindo vilarejo. Eu vi uma foto em uma revista de viagens. Você mora em Hallstatt há muito tempo?

- Mudei-me para Áustria há quatro anos.

- Deve ser muito tranquilo viver aqui.

- Sim. Eu fico muito próximo à natureza.

Ela desviou o olhar e enrubesceu. Ele, curioso e interessado pela reação, questionou-se por que uma mulher bonita como ela ficava corada, pois devia ter uma fila de homens a seguindo. Sarah se virou novamente a fim de ver a paisagem.

Falco, motorista de Thomas desde que ele chegou a Hallstatt, conduziu-lhes pela estrada de curvas sinuosas. Sarah olhou para a janela, os picos altos e brancos de neve se evidenciavam ao longo da rodovia. Abaixo, havia um bosque verdejante e alguns paredões de rocha. As montanhas eram tão altas, que alguns cumes não eram visíveis devido à neblina esbranquiçada.

Subiram mais um pouco pela estrada e entraram num túnel estreito e escuro. Falco fez uma curva e sem perceber, Thomas sentiu o perfume floral e feminino se aproximando dele. Sarah deslizou pelo banco em sua direção e quando as peles se tocaram, uma corrente de eletricidade percorreu seus corpos. Thomas segurou o seu braço e ela ficou ofegante. De repente, a luz apareceu e eles haviam saído do túnel escuro.

- Desculpe. – Sarah falou, com o rosto vermelho. - Eu deveria ter colocado o cinto de segurança.

- Está tudo bem. Falco nem está tão rápido. Mas se quiser, pode colocar o cinto. – Thomas soltou o seu braço.

- Obrigada. - Sarah se afastou dele e se aprumou no banco, prendendo o cinto de segurança.

Setenta e dois quilômetros. Essa era a distância que separava Salzburgo de Hallstatt. Depois de quase uma hora e meia de viagem, eles se acercaram do vilarejo, onde um grande paredão surgiu à frente deles e a luz do sol invadiu os vidros do carro. Passaram por Lahn, a pequena vila antes de Hallstatt e em seguida, começaram a contornar o grande Hallstätter See, onde cisnes nadavam perto da margem, nas águas tranquilas e cristalinas do lago.

Avançaram mais um pouco a rodovia e a primeira coisa que Thomas viu foi a torre da Igreja Luterana de Hallstatt e depois, as casas de dois andares em estilo germânico. Finalmente, chegaram ao paraíso, como Thomas chamava, em razão da tranquilidade e paz que oferecia. E também porque, logo quando ele chegou lá, a vila o ajudou a refletir muitos aspectos de sua vida.

O carro ganhou as ruas e eles passaram pelas passagens estreitas. Faltava mais um pouco para a casa dele, que ficava à beira de um desfiladeiro. Falco pegou uma ladeira e o carro subiu por ela. As árvores altas e cheias de folhas ladeavam a rodovia e ao longe era possível ver o teleférico de Hallstatt. Depois da subida íngreme, chegaram à casa de campo de Thomas.