Rosas Vermelhas [Concluída]

Capítulo X

- Chega! - Adam bateu a mão na mesa, quebrando-a, a mão dele ficou vermelha e sangrando em alguns pontos - Chega!

As mulheres ficaram em completo silêncio, os olhos de Adam ganharam um brilho enlouquecido, as cicatrizes ficaram muito, mas muito feias. Ravena sentiu seu corpo dizer para correr, mas só deu alguns passos para trás, engolindo seco, sentiu o peso da sua respiração aumentar.

- Ravena está exatamente em seu lugar! - Adam gritou andando rapidamente até as mulheres, que o olharam assustadas - Agora, vocês não foram convidadas até esse castelo! Nem são bem vindas!

- Mas... - Katy disse baixinho, encolhida.

- Mas o que? - Adam disse muito nervoso, lembrando de algumas coisas - Meu irmão te mandou aqui? Ou achou que se eu te visse me apaixonaria? Katy, deixa eu falar uma coisa! Eu e você nunca, nunca vai acontecer!

A menina estava encolhida de medo, mas manteve o queixo orgulhosos erguido. Ravena achou impressionante o fato dela manter o sua pose forte mesmo chorando. Carlota passou os braços ao redor da filha e encarou feio Adam e depois Ravena.

- Agora você! - Adam se virou para a mais velha - Mulher dos infernos! Sorte sua que eu gosto muito do seu filho e do seu marido, mas não ache que eu não quero acabar com você! Me deixe em paz! Pare de empurrar sua filha para homens poderosos! E DEIXE EM PAZ TAILIN E AMÉLIA, JUNTO COM A CRIANÇA!

Carlota foi mais incrível que a filha, além de manter o seu pleno orgulho com medo fez uma expressão de superioridade. Pegando na mão da filha disse algo como: merecemos mais educação que isso, e saiu pelos corredores com uma tempestade. Tailin balbuciou algumas desculpas e saiu correndo atrás da família, no silêncio que Ravena e Adam ficaram, foram capazes de ouvir ele disse: avisei as duas!

Ravena, com medo do ataque que o homem a sua frente fez, se afastou lentamente até se encostar na parede fria. Seu coração batia tão forte em seu peito, quase subindo prla garganta.

- Ravena! - Adam disse de costas para ela, ainda alto, ainda assustador.

- S... si... sim! - ela disse tremendo.

- Está bem? - ele se virou para olhar, seu rosto ainda estava retorcido em uma careta de raiva, os olhos queimavam muito ainda.

- Estou... - ela respondeu com a boca seca. - Eu tenho que ir...

Saindo correndo para o quarto sentou no chão, abraçando os próprios joelhos. Então aquela era a verdadeira face de Adam? Uma besta descontrolado? Ou aquilo foi apenas uma perda de controle momentânea?

Tremendo, Ravena se lembrou do vizinho que batia na mulher, ele as vezes tinha a mesma chama no olhar que Adam teve. Com um gosto amargo na boca ela se perguntou se Adam era capaz de fazer o mesmo. Encolheu ainda mais.

Quem era Adam?

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Adam voltou para seu quarto, bateu a porta com toda a força que ainda lhe tinha. Ótimo!  Ravena o viu tendo um ataque de raiva e ficou assustada. Como ele explicaria seu comportamento? Qual era a melhor maneira de não ter aquilo de novo? Ou pelo menos sentir raiva como alguém normal?

Ele gritou, socando uma parte da parede. Aquela mulher! Tinha de aparecer e criar aquele escândalo? A raiva o consumiu de novo, pronto para sair e quebrar qualquer coisa se deteve. Ravena tinha ficado assustada.

- O que eu fiz? - Adam falou colocando a mão sobre as cicatrizes - Eu sou um idiota! MERDA!

Depois de tanto tempo conhecendo a garota, conversando com ela e tentado demonstrar que tinha começado a sentir alguma coisa por ela e, aparentemente, ela estava correspondendo, para ele estragar tudo! Agora ele tinha algumas poucas semanas para a reconquistar.

Na verdade ele tinha menos tempo do que gostaria.

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Ravena não tinha encontrado Adam depois do incidente, ele tinha mandado uma pequena carta de desculpas falando que tinha ficado doente. Claro que Ravena tinha ficado preocupada, mas aliviada, não tinha vontade de encara-lo, não agora.

A garota passava o seu tempo caminhando pelos corredores ou na estufa na companhia de Tailin, que ficava cada dia mais bem humorado. Além disso, o castelo estava ficando cada vez mais acolhedor e vivo, sorria diante disso.

Mas assim que ficava sem nada para fazer, sua cabeça voltava para o dia em que Adam teve seu ataque de raiva e o medo tomava seu corpo. Queria ter a imagem do Adam doce e normal de novo em sua cabeça, porém não conseguia.

Pensou em voltar para a sala de música, mas todas às vezes que ela levantava as mãos para a maçaneta seu coração parava de bater e ela escutava no fundo da mente a mesa sendo mais uma vez quebrada. Quando ela dava por si estava na varanda do salão de festa, admirando a neve sendo derretida pelo calor que já tomava os jardins.

Em várias noites ela tinha terríveis pesadelos com Adam. Ele era duas pessoas, uma com aquele brilho enlouquecido nos olhos e o rosto sem cicatrizes e o outro calmo e reconhecível com as cicatrizes. Eles caminhavam lentamente até a sua direção, juntando-se e segurando o seu queixo para olhá-lo.

- Me perdoa?

- A maldição... - ela respondeu gaguejando.

Adam negava com a cabeça com um sorriso e a puxava levemente para beijá-la, só que os lábios nunca se tocavam. Ela se via no chão da sala da mansão, com um vestidinho vermelho que ela amava na época.

Levantando-se ela começa a correr pelos longos corredores, subindo as escadas brilhantes de mármore e as janelas gigantesca bem limpas, até que por fim ela parou na frente da porta do quarto da mãe. O clima frio e mórbido veio dali ela hesitou.

Abrindo as portas brancas ela entrou com calma, vendo o corpo de respiração difícil, aquilo era a sua culpa e nada poderia ser feito. Do nada ela se via em frente a um castelo em meio a uma batalha, o príncipe aparecia ao seu lado e sorria dizendo:

- Nem tudo é o que parece.

Ravena tentava entender o que significava aquela loucura, mas sua cabeça começava a doer e sua mente ia para raciocínios mais fácil, como reaver as cenas de Adam gritando após quebrar a mesa.

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A estação começou a passar e o clima a esquentar, mas Adam ainda não tinha melhorado. Ravena suspirou, aquilo seria bom para os dois, assim quando ela fosse para Zaark não teria que dar adeus e ele ficaria melhor sem ele. Mesmo assim, ela queria muito agradecer ele por tudo que tinha feito por ela, comida, teto, proteção r longas conversas. Vê-lo mais uma vez seria o suficiente.

Ela tinha certeza absoluta que iria embora quando pudesse sem hesitar e estava pronta para isso, porém ela gostaria de respostas antes. Respostas sobre Adam, o castelo e, principalmente o que está acontecendo aqui.