Capitulo XV

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Ravena há dois dias tinha entrado dentro de casa correndo, sorrindo de mais, fazendo uma mochila pequena e alertando que estava saindo de casa. Só se deteve quando o seu pai a perguntou onde estava indo.

- Até... - Ravena o olhou por um tempo - Até Adam...

O pai olhou-a com muita ternura. Era um homem velho, abatido pela vida, mas que tinha rugas ao redor dos olhos, indicando uma pessoa que sorriu muito. Se ele pedisse que ela ficasse, ela ficaria.

- Venha cá... - ele disse abrindo os braços para a filha mais nova que foi receber o abraço - Seja feliz!

Aquela foi a melhor bênção que ela poderia ter recebido, olhou para ele, encostou a testa na dele e riu ao perceber que caia algumas lágrimas. Petunia soltou um grunhido.

- Não vai me abraçar também? - ela falou com um péssimo humor, também abrindo os braços, Ravena foi até ela e abraçou com força - Você ainda se lembra da conversa sobre bebês?

- Certo... - Ravena, vermelha, falou soltando a irmã - Estou indo, escreverei em breve, amo vocês!

- Também amamos... - o pai dela disse acenando.

Olhando para trás, Ravena gravou cada canto da casa, sentiria falta do cheiro de madeira, assim como das manchas na parede e do chão de terra batida. Sorriu mais uma vez e irrompeu pela porta.

- Vou ficar com a cama dela... - Pé tinha anunciou.

🌹

C

orreu o máximo que podia, parou duas vezes para o cavalo descansa, tomar água e comer algo, mas não deveria ter ficado parada mais de quatro horas. Nesse tempo ela se perguntou o que estava fazendo e se tinha tomado a melhor decisão. Afinal, desde quando ela estava tão apaixonada pelo Adam?

Rapidamente ela chegou a conclusão que não teve um dia que ela acordou e estava apaixonada, aconteceu tão devagar que foi impossível de perceber a mudança, mas quando sentiu que poderia perde-lo, quando sentiu que ele sentia algo por ela de maneira falsa, foi aí que tudo ficou claro.

Ela as vezes se lembrava dos lábios dele no dela, do abraço, das risadas e até as cicatrizes, que faziam falta. Ela queria voltar para ele. Queria voltar para casa!

Quando sentiu o cheiro das rosas comemorou internamente, entrou pelos jardins e largou o cavalo em qualquer lugar, entrou na cozinha e escutou muitas exclamações surpresas. Não se deteve. Correu pelos corredores e tombou em várias pessoas, inclusive foi derrubada uma vez por Jordan que olhou ela surpreso.

- O que está fazendo aqui?

Ela não parou para responder, só se levantou e correu mais, pelos corredores escuros e úmidos da ala principal. Para o escritório dele, não para o quarto! Ouviu a voz de Amélia por um momento a chamando, mas foi incapaz de parar.

Ravena, naquela tarde foi um furacão, irrompeu as portas, surpreendeu a todos e ao mesmo tempo tentavam ver o que estava acontecendo e sair da sua frente.

- Ravena voltou! - as criadas começaram a falar enquanto ela tentava chegar a Adam.

Só consegui parar na porta do quarto dele, estendeu a mão para bater, mas parou. Era a última chance de desistir.

Ravena fechou os olhos, sabendo que ali selou o seu destino, bateu na porta de leve e com o coração disparado.

- Já disse que não quero ver ninguém hoje! - uma voz tristonha veio do quarto - Na verdade só me chamem semana que vem...

O coração de Ravena ficou partido, ele ficou tão triste? Sem reação ela bateu de novo na porta.

- Eu já disse... - a voz soou um pouco mais impaciente - Vá embora!

- Sério? - Ravena disse meio esperançosa - Andei a cavalo por dois dias para te vê e você me manda embora assim?

Dentro do quarto um silêncio prosseguiu, um barulho agitado começou e a porta foi destrancada. Adam apareceu com os olhos verdes arregalados, ele tinha as cicatrizes bem mais rosadas que o normal, Ravena abriu a boca para perguntar o que aconteceu, mas ele a puxou para dentro trancando a porta de novo.

Adam a encarou por um tempo, quase eterno, ela ficou constrangida, mas arrumou forças para dizer.

- Adam, eu... - ela teve que desviar o olhar - Eu ainda estou te conhecendo, assim como você está fazendo comigo, mas pelo o que eu já conheci posso dizer que...

Ravena sentiu as palavras embaçadas na garganta. Não falhe agora! Ela sustentou o olhar no dele, suspirou e encontrou coragem.

- Estou me apaixonando por você...

Adam arregalou mais os olhos, ficou um tempo encarando a menina na sua frente, até que ele piscou algumas vezes e relaxou, andando até ela com uma expressão triste.

- Estou sonhando... - ele passou a mão pela cintura dela - Eu vou me aproximar de você e assim que nos beijamos eu vou acordar sozinho, e você vai está longe...

Ele se inclinou e deu um beijo delicado nos lábios dela, o corpo de Ravena estremeceu, ela sorriu com o contato. Adam parecia surpreso em conseguir beijar-la. Intensificou o beijo e passou a mão entre os cabelos dela, Ravena só conseguiu suspirar e tentar responder aquilo da melhor forma. Ele parou e encarou a menina na sua frente, ainda com as mãos no corpo dela.

- Não estou sonhando? - ele disse sorrindo.

- Não... - Ravena sussurrou

Adam deu um risada fraca e encarou a garota mais uma vez, Ravena estava arranhada, com o cabelo muito bagunçado, a roupa simples e rasgada, o rosto cansado e folhas em todos os lugares. Ele jurava que nunca a viu tão bonita.

Adam passou o dedão de leve pelos lábios dela, um toque tão suave que fez Ravena perder o ar, sorrindo ele se inclinou e apossou dos lábios dela a surpreendendo pela veemência. Ele passou os braços dela pelo pescoço dele e passou os dele pela sua cintura puxando o corpo todo para se encontrar com o dele.

Ravena sabia o que estava fazendo? Não, mas gostava da sensação. Sentiu ele tirando o cabelo dela do pescoço e trocar os lábios dela por aquele ponto sensível perto da orelha e por um momento, que ela nunca vai saber quanto foi, o mundo se resumiu naquilo.

- Ravena... - ele murmurou puxando novamente os lábios no dele.

Que o mundo acabasse! Ela pensou na pouco parte de sua mente que funcionava, ela morreria completa, feliz. Puxou mais ele para ela, queria sentir mais o cheiro de rosas que vinha dela, mais o sabor de chocolate que seus lábios tinham.

Os dois pararam e encostaram as testas uma na outra, suspirando, sorrindo, rindo. Até que ela passou os braços pela cintura de Adam e o abraçou, colocando a cabeça no peito dele, ouviu uma risada amorosa e sentiu um beijo no topo de sua cabeça.

Ravena pensou que o peso do mundo sendo tirado dos seus ombros. Desde quando estavam ali? Não importa, Adam estava com ela, Adam gostava dela e, aparentemente, isso não aconteceu por uma maldição, e sim, porque ele gostava dela.

- Então? - ele disse por fim - O que quer fazer? Andar pelos jardins? Ler livros? Tocar?

- Senti sua falta... - ela sussurrou no peito dele

- Eu também... - ele disse apertando mais o abraço.

XX

Oi! Eu normalmente não faço isso, mas senti vontade de conversar com vocês, amores, que leram minha história até agora!

Calma! Ainda tem muita coisa para acontecer! Esse foi a primeira parte... mas queria escutar o que tem a dizer!
B

js de luz.
Carol

Rosas Vermelhas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora