Capítulo XXI

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Ravena tinha seus curativos trocados todos os dias, duas vezes. Uma curandeira aparecia em seu quarto tirava as faixas, limpava a região, que aos poucos perdia a casca e ganhava um pele rosada e fina, para enfim passar um óleo que cheirava rosas e passar as faixas brancas em volta da mão.

Já Adam tinha começado a ficar muito preocupado com ela, dificilmente saia de perto ou fazia algo que não mimá-la. Tinha começado a dar de comer a ela, ler os livros e escrever para o pai dela, descobrindo assim que Petunia tinha começado a viver com ele. A única coisa que ele não poderia fazer era dar banho e trocar a roupa dela, Ravena e as criadas tiveram que brigar para que ele saísse do quarto pelas primeiras vezes.

Mas, mesmo que os dois tivessem passando muito tempo junto, ela sentia que o rapaz tinha ficado mais seco e distante. Toda hora ele se perdia nos pensamentos e parecia prestes a chorar, chegava a chorar disfarçando quando as ataduras eram trocadas. Aquilo tudo era estranho e desconfortável, mas Ravena entendia que isso ia passar, logo...

Após duas semanas as feridas da mão dela foram fechadas, dando lugar para terríveis cicatrizes que se estendiam por toda ela. E depois de várias vezes percebendo que o rapaz encarava as suas mãos ela começou a usar luvas.

- Você não tem que se senti culpado! - ela falou um dia, após um longo silêncio - Eu tomei minha decisão sozinha.

- Mas era minha punição... - ele sussurrou - Não tinha que passar por isso.

Ravena caminhou até o sofá em que ele estava sentado e se jogou ao seu lado o abraçando.

- Adam... - ela sussurrou - Tomei minha decisão sozinha! Você não me pediu por isso, mas eu queria.

Ele olhou para ela, com uma expressão de muita tristeza, abriu a boca para falar algo, mas ela o impediu, beijando com veemência, a princípio ele não reagiu, tentou até afasta-la, mas com persistência ele cedeu ao carinho. Se beijando por um longo período, pareciam ter discutido tudo o que precisavam, choraram em algum ponto que ela não se lembra.

- Senhor... - uma criada disse abrindo a porta do escritório - Desculpem...

Ravena estava sentado no colo de Adam, não tinha ideia de como havia parado ali, mas não ficou muito feliz em ter que parar.

- Temos um visitante importante... - ela falou corada

- Encaminhe ele para um quarto, ofereça comida e bebida e fale para descansar, já iremos ver quem é... - Adam falou calmo e assim que a mulher fechou a porta ele se virou para Ravena com um sorriso torto - Onde paramos?

Ravena riu, sem graça, mas voltando para o beijo com a mesma intensidade, ela sentia coisas tão estranhas com essa proximidade nova a ele. A mão de Adam foi até a base das costas dela puxando para mais perto, o corpo dos dois se encostaram até não poder mais.

Sentindo os lábios dele indo para o seu pescoço, ela percebeu que eles não iriam sair dali tão cedo.

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Ravena soltou os cabelos na tentativa de tampar uma marca roxa em seu pescoço. Adam tinha visto aquilo primeiro, dando uma risada e mordendo o local. Desde então ela só o conseguiu olhar acusadoramente a ele.

Andando ao seu lado e puxando as luvas para cobrir melhor as marcas, ficou se perguntando quem era o visitante misterioso. Adam não estava surpreso com a notícia da chegada dele, mas também se recusou comentar alguma coisa.

Rosas Vermelhas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora