Capítulo I

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Ravena caminhava lentamente pela neve que cobria os jardins do castelo, ali do lado de fora, debaixo daquele gelo todo aquela construção de pedras alta e imponente a fez pensar que o local estava morrendo. Havia uma semana que estava ali, uma semana, na qual o rosto do senhor estava gravada na sua mente e perturbando o seus sonhos. Fechou os olhos vendo claramente o rosto oval com o nariz mais comprido, os cabelos negros com os olhos verdes e faisacantes, sendo ofuscados por terríveis cicatrizes no nariz e bochecha, estremeceu, enquanto respirava com dificuldade.

A conversa que tiveram foi curta e bastante razoável, o homem não estava bravo por perder um dos seus lobos, na realidade parecia bastante preocupado com o bem estar dela, apenas. Ele pediu desculpas, mas exigiu que ela cumprisse uma lei antiga, na qual ela teria que ficar ali até que a vida do povo fosse quitada, após uma negociação rápida tudo foi combinado. Ravena achou aquilo até bom, não iria fugir para Zaark agora, precisava que as tensões diminuírem.

No fim ela foi obrigada a se ocupar, andava pelos corredores apáticos, trocava algumas palavras cordiais com os criados e vez por outra se via sentada no quarto olhando pela janela, pensando naquele rosto horrendo. Aos poucos tinha tomado gosto de andar pelos jardins, ali ao menos o ar leve.

Ouviu alguém chegando ao seu lado com casualidade, se virou pensando que era um dos empregados, nos quais normalmente ficavam preocupados dela sentir ou não frio, mas se surpreendeu com um casaco de couro negro e botões de ouro, sapatos polidos e cicatrizes bem profundas. Ravena tentou não encará-lo em vão.

- Percebi que esqueci de perguntar o seu nome... - ele falou entregando uma rosa vermelha.

- Ravena... - ela disse um pouco desconfortável.

- Ravena? - ele disse a encarando mais - Significa Corvo, certo?

- Isso... meu animal padroeiro ela disse dando de ombros e olhando para o chão - Há quem diga que é algo que trás má sorte.

- Até onde eu sei o corvo significa notícias, a culpa não é sua delas serem boas ou ruins. - ele disse percebendo que ela estava desconcertada e olhando para o outro lado.

Ravena sentiu vontade de questionar a afirmativa, tinha muita coisa que ela tinha trago de ruim a sua família, mas isso exigia explicações, mas quais ela não queria dar.

- Pode me chamar de Adam.

- Posso te chamar? - ela disse sem pensar muito - Seu nome não é esse?

Ele ficou quieto, supreso pela pergunta. Sem muito jeito ele se manteve andando deixando claro que aquilo não seria respondido.

- Qual é o seu animal padroeiro? - ela disse tentando concertar a situação.

- Raposa... outro animal que trás má reputação.

- Traição... - Ravena sussurrou, percebeu que o homem encarou, corando e olhando para outro lugar acrescentou - Não que eu saiba.

Adam deu uma risada gostosa, aquele som surpreendeu Ravena, que voltou o olhar para ele sem medo. Daquele jeito ela conseguia até imaginá-lo sem todas as deformações no rosto, que deixavam deu sorriso como uma careta, sem perceber ela tinha quase o achar o bonito.

- De quem você puxou os olhos? - ele perguntou ao parar de ri e notando a postura mais calma dela.

- Minha mãe... fui a única filha que conseguiu puxar a cor dela. - ela respondeu, levantando a guarda mais uma vez.

- São incríveis... - ele falou fascinado - O que você fazia antes de acabar aqui?

- Tocava na rua e vendia bordados. - ela ficou aliviada ao perceber que ela não iria falar mais de seus olhos.

Rosas Vermelhas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora