Contrato

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" Sendo o fim doce, que importa que o começo amargo fosse? Bem está o que acaba."

— William Shakespeare.



— Arruma a gravata pra mim, querida? — papai pergunta se aproximando da mamãe.
Ela sorri e pega a gravata de sua mão, arrumando em seu pescoço.
— Eu preciso realmente estar aqui? — bufo revirando os olhos.
Meu pai me olha duro.
— Samantha, são apenas algumas horas, pelo menos hoje você poderia se comportar como uma garota normal? — diz.
Rio.
— Garota normal! — debocho — Claro que sim papai, irei me comportar como sua princesinha, ou como uma Maria chuteira.— revirei os olhos e caminhei em direção a escada.
Ele suspira e caminha até mim.
— Eu sei que você odeio isso, querida! Mas eu preciso de você aqui hoje, é só hoje. A família reunida causará uma impressão ainda melhor.É o meu trabalho.— deposita um beijo em minha testa.
Suspiro e balanço a cabeça em concordância.
Abro um leve sorriso.
— Você é um ótimo empresário, papai! Mas tinha que ser logo de jogador de futebol? — brinco.
— Como eu já disse, é o meu trabalho.— fala sorrindo.
— Vou me arrumar.— subo os dois primeiros degraus e paro novamente para olha-lo.— Você está bonito! — pisco, ele sorri e eu volto a subir.
Caminho até meu closet, escolho um vestido preto, um salto também preto, os deixo separados em cima da cama e vou até o banheiro.
Tomo um banho, seco o cabelo, faço a maquiagem, visto a roupa e o sapato e paro em frente ao espelho.
Rio.
— Tão superficial! — arregalo os olhos.
— Você ta linda, Sam! — Sofia diz abrindo a porta e entrando no quarto.
Sua voz fofa me faz sorrir.
— Eu ainda acho que você está mais! — pego ela no colo e a coloco em frente ao espelho.
Sofia é minha única irmã e tem apenas cinco anos.
Quando eu tinha 14 anos e soube que ia ter outra irmã, confesso que fiquei paranóica, não queria por nada, mas ai o tempo foi passam... E hoje, hoje ela é a coisa mais importante na minha vida.
— A mamãe disse que o cliente do papai tem um filho — ela sorri.
— Eu sei, e você sabia que ele tem 6 anos? — digo rindo.
— Ele é bonito?— pergunta curiosa.
— Não te interessa pestinha.— aperto seu nariz e faço cóssegas em sua sua barriga.
— P-paraa, Sam! Você vai amassar meu vestido.— diz tentando segurar minhas mãos.
Reviro os olhos.
— Você está falando igual a mamãe.— largo ela na cama e volto a me olhar no espelho.
— O que tem de errado nisso? — pergunta se sentando corretamente na cama.
Olho seu rosto inocente pelo espelho e me viro novamente para ela.
Volto a sentar do seu lado na cama.
— O que eu quero dizer é que, o que você tem aqui dentro — boto meu dedo sobre sru peito, no coração — tem que ser mais importante do o que tem aqui fora.— seguro seu vestido com as duas mãos.
— Não sei se entendi.— confessa.
Sorrio.
— Um dia você vai entender.— beijo sua bochecha e a boto em pé no chão.— Vamos, os convidados já devem estar chegando.— pego sua mão e descemos juntas.
Alguns amigos do papai já estavam la em baixo, a música estava baixa, até parecia um funeral de tão intediante.
Aos poucos a nossa casa já estava cheia de convidados e ainda nada da tal família importante, o motivo de toda essa "festa"...

Minutos depois a campainha toca e Renata, nossa empregada atende a porta.
Lá estavam eles.
A família Santos.
Entraram, comprimentaram ha todos os amigos do papai e vieram em seguida em nossa direção.
Ao lado do papai me senti uma criança de 13 anos, e isso só piorou quando a familia Santos realmente parou na nossa frente.
Todos altos e eu aqui, mesmo em cima de um salto, me sentindo baixinha.
— Sejam bem vindos.— papai com um sorriso enorme no rosto comprimentou Neymar, o pai.Depois de comprimentar Nadine, Raffaela, Neymar Jr - a estrela da noite- e Davi com um gargalhada que o menimo deu me fazendo rir, papai apresentou a nossa família para eles.
Mamãe deu um beijo no rosto de cada um, e eu e Sofia apenas dizemos um oi e sorrimos.
Eu não poderia deixar de destacar, que em praticamente todo o momento que ficamos ali naquela rodinha entre famílias, não deixei de encarar em nenhum momento Neymar Jr.
Ele tem algo que me deixou muito intrigada desde o momento em que o vi passar por aquela porta, e eu não estou falando da quantidade de dinheiro que ele deve ter no banco.
Apesar da enorme vontade que tenho de por fogo ou doar toda essa grana.
Enquanto nossos pais conversavam, ele me encarava e eu retribuía. Eu sentia a necessidade de fazer isso.
— Com licença! — pedi com toda a educação do mundo saindo de fininho dali e indo em direção a cozinha.
Eu já não aguentava mais aquela troca de encaradas, porque de olhares, posso dizer com toda certeza do mundo que não era.
Foram franzidas de olhos, como se ele tivesse percebendo o quanto eu estava odiando estar ali, no meio deles, no meio dos negócios do meu pai.
Abri o armário da cozinha, peguei um copo e abri a geladeira a procura de água gelada.
Uma vodka até serviria se por acaso eu bebesse bebida alcoólica.
— Tão intediante assim a festa? — alguém diz atrás de mim.
— Nem na cozinha da própria casa se pode ter paz, talvez eu devesse ir pro meu quarto.— digo revirando os olhos.
Ele se apóia ao lado na ilha de centro da cozinha.
Olho para ele e meu queixo caí.
Desculpa por seus negócios, pai.
Era Neymar Jr.
— M-me desculpa — gaguejo — Achei que fosse algum dos garçons.— digo arrependida de cada palavra que tinha dito.
Vai saber, toda a educação do mundo com cada jogador idiota deve ser pouca. Já falei de quantos contratos fiz meu pai perder por causa da minha boca grande?
Se isso não acontecer aqui,poderá ser considerado um milagre.
Ele sorriu.
— Sério, peço desculpas, eu realmente não sabia que era você! — digo me amaldiçoando mentalmente.
— Não precisa agir dessa forma só porque sou o cara com quem seu pai fechou um contrato.— diz rindo.
Franzi o cenho.
— Talvez você não seja o babaca que idealizei na minha mente.— digo bebendo do copo.— Não tanto quanto os outros.
— Uou...— ele diz surpreso e talvez um pouco ofendido.
— Desculpa, de novo...— faço uma careta — Confesso que tenho um certo preconceito de caras como você — digo.
Ele ri.
— jogadores de futebol? — pergunta tentando entender.
— Caras que só pensam em sexo, mulheres, ostentação, bebidas e futebol.
— Agora entendi porque fez seu pai perder alguns contratos.— diz com um sorriso me encarando.
— Como sabe disso? — Ele disse.
— Acabei de me lembrar o porque de eu estar me mudando.— digo sentida.
— Vai se mudar? — pergunta curioso.
— Amanhã mesmo estou indo para os Estados Unidos.— digo.
— Samm, Samm, você pode me ajudar com o vídeo game?—Sofia aparece correndo ao lado de Davi.
— Eu não sei mexer naquele negócio Sofi, pede ajuda pro papai.— digo tirando seu cabelo loiro do rosto.
— O papai está ocupado.— ela faz beiço.
— Posso ajudar, se quiser.— Neymar se oferece. — Jogo vídeo game no meu tempo livre.
— jura? — sofi pergunta com um brilho nos olhos.
— Vem logo, pai.— Davi pega Neymar pela mão e o puxa.
Sorrio.
— Você não vem? — Neymar pergunta.
— Ah, ta, sim, eu vou.— me enrrolo nas palavras os seguindo até a sala de jogos, no andar superior.

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