Noite em Paris

970 47 11
                                    

"Como o fogo e a pólvora, que ao se beijarem... Se consomem."

William Shakespeare


《 Neymar Jr 》

Saindo do banheiro, entrando apenas de toalha no quarto, dou um pulo pra trás ao ver Daniel jogado na minha cama.
—  Que susto, filho da mãe! —  digo.
Ele cai na gargalhada e pega meu celular na comoda pra fuçar.
—  Faz tempo que não saímos, cara, precisamos curtir! — Diz entretido.
—  Tô precisando mesmo —  digo, sem deixar de pensar nas paranóias que ando tendo com o beijo que dei em Samantha.
—  Aaaah não cara!!! —  exclama com uma cara de nojo olhando para a tela do celular.
—  O que? —  pego o celular da sua mão.
"SamanthaWegmann" está como usuário mais pesquisado do meu instagram.
—  Foi só um beijo, cara, um mísero beijo, você não pode estar apaixonado pela garota! — diz, já em pé.
— Que porra, Daniel! Não tô apaixonado! —  digo jogando o celular na cama.
—  Você sabia que ela terminou o namoro? —  fala me olhando sério.
—  Ta falando sério? — sorrio.
—  Claro que não, Neymar — diz o obvio, rindo.
— Saí daqui, cara! —  aponto a porta do quarto.
— Você precisa tirar essa garota da cabeça, para isso acontecer, você precisa usar a cabeça de baixo! Vamos para uma boate que tem aqui na cidade! —  diz contente, caminhando até a porta. — Vou buscar o celular lá no carro, já volto, esteja pronto —  após um curto silêncio, ele grita do corredor —  Não esquece as camisinhas!
Rio fechando a porta, mas a vontade era de mata-lo, por ser tão intrometido.
Me arrumo e minutos depois Daniel está de volta ao meu quarto.
—  Pronto, garanhão? —  pergunta. Seu perfume exala pelo quarto, parece que se tocou dentro de um vidro.
— Faz mais de um mês que não pego ninguém! — digo o encarando.
Ele me olha incrédulo.
Rio.
—  É mentira, babaca. — digo —  Peguei uma mina muito gata semana passada!
—  Semana passada? Você realmente precisa de uma festa.
Reviro os olhos.
De todas as garotas com quem eu transei esse mês, não teve uma que eu não tenha imaginado a Samantha no lugar...Isso precisa parar.

Chegando na boate, era uma festa fechada, Daniel não tinha me dito isso.
—  Ei, cara! — reconheceria essa voz em qualquer lugar.
Me virando de frente, Justin me da um aperto de mão.
—  Eai irmão! Como você ta? —  pergunto.
— Ando bem, compondo algumas músicas.
—  Sucesso sempre. — Dan diz o comprimentando. — Prazer, Daniel Alves!
—  Prazer, Justin Bieber.Fiquei sabendo que vocês tem jogo nesse final de semana.
—  Se ainda estiver por aqui, aparece lá! — falo, bebendo em seguida um gole da bebida que Daniel me trouxe.
—  Pretendo ficar, to curtindo umas férias — ele diz desviando a atenção de nós para a multidão a nossa volta —  A gente se fala, eu já volto, eu vi algo que jamais vi antes! —  ele disse sem tirar os olhos de algum lugar que não me interessou olhar.
Rio.
— Mulheres! Pode crer, cara! —  digo e ele some no meio do povo.
—  Você deveria fazer igual ele, parar de vacilar. Cara, olha o tanto de gata te olhando — Dan diz batendo no meu ombro e sumindo em seguida.
Seguindo o concelho dele, cheguei na mulher mais gostosa que vi na minha frente.


Samantha Wegmann 》

Assim que chegamos em Paris, recebemos de presente da competição, entradas "vips" em uma boate da cidade, todos estavan dizendo que só vai gente foda lá.
Meu primeiro medo foi em pensar que Neymar pode estar lá, o segundo é de ter o azar ou a sorte de encontra-lo.
— Podemos tomar um shop, ali naquele bar — ja na porta da boate, aponto para o outro lado da rua.
— Você vem com a gente —  Ayla segura meu braço e me puxa para dentro da boate junto da galera, que minutos depois já tinham sumido e se espalhado pelo recinto.
E eu?
Eu resolvi beber algumas boas doses de vodka e grudar no balcão.
Me sentei ali parada olhando todos se divertirem ao som de algum DJ.
—  Você fala inglês? — me perguntou em inglês um rapaz que se sentou ao meu lado.
Nesse momento eu já não estava mais sã.
Logo eu, que não bebo nada, podre de bebada falando com um estranho. Talvez um estranho não tão estranho assim.
— Yeah ! —  digo amargurada.
—  Você está bem? — o rapaz de cabelos loiros, pergunta, sorrindo.
—  Eu acho que te conheço —  sigo tentando lembrar, mas nada me vem a mente.
Ele ri .
— Aposto que sim! É provável que até sua vó me conheça — diz revirando os olhos.
—  Minha vó está morta — faço uma careta.
Ele fica sério.
—  Desculpa, eu sinto muito —  pega na minha mão.
— Não sinta, ela não era uma pessoa muito legal mesmo —  digo e ele acha engraçado.
—  O que uma garota como você faz aqui? Nesse estado? —  pergunta curioso.
— Uma garota como eu? —  semicerro os olhos. — Nesse estado?
—  Não entenda mal, é que você parece não se sentir bem aqui e me parece que é a primeira vez que fica bêbada — deduz.
Sorrio.
—  Você acabou de acertar as duas coisas, por um acaso você conhece meu canal no YouTube? —  pergunto, com a cabeça colada no balcão, rindo.
Ele parece surpreso.
—  Você é youtuber?
—  Merda, me entreguei — digo lentamente, ele ri.
—  Qual seu nome?
—  Samantha Wegmann —  tropeço nas palavras —  Pode me chamar de Sam, eu acho.
—  Vou dar uma olhada no seu canal! —  da uma piscadela.
—  É em português! — rio.
—  Você é brasileira?
—  Sou.
—  Não sei como não percebi antes —  diz.
—  Do que está falando?
—  beleza. — sorri.
—  Ah... — faço outra careta — Mas e o seu?
—  O meu o que?
—  Nome!
—  Não sabe mesmo quem sou? — questiona duvidoso.
—  Você me parece familiar, mas eu não consigo lembrar...
—  Ótimo! — diz com um sorriso vitorioso —  meu nome é Drew.
—  Ainda não lembro...
—  Claro que não... —  diz me encarando —  seu celular ta ai?
— Ta no bolso do meu jeans —  digo.
—  Posso —  pergunta.
Confirmo.
Nisso, acabo me dando conta que sou a única garota de jeans no ambiente.
Rio.
Ele se inclina em cima de mim e tira o celular do meu bolso.
Seus movimento deixou nossos lábios muito próximos um do outro, apenas com a respiração nos separando.
—  Seus olhos são verdes — diz me fitando.
—  É o que dizem — rio.
Me afasto um pouco.
—  Qual a senha?
—  Não tem! —  respondo.
Ele checa.
— Eu poderia roubar agora mesmo o seu celular e hackear todas as suas coisas. Você sabe, não é?
—  É, eu sei! Mas você não vai! —  falo com toda certeza do mundo. Não sei de onde tirei essa confiança toda. Talvez estivesse escondida atrás da minha sanidade, que agora já não está mais 100%.
Na verdade, está bem longe disso.
—  Tem razão. —  concorda.
Ele digita seu número, salvando em meus contatos, depois pega o meu, e salva no próprio celular.
—  Ótimo, agora me devolve —  me inclino para pegar o celular e no segundo seguinte, estou em seus braços. Poderia estar no chão, mas ele foi mais rápido e me segurou.
—  Vai devagar! — Ele diz rindo. Olho para cima e seu rosto está novamente perto do meu.
Ele não se move, fica parado ali me encarando, diferente de mim que resolvo bancar a louca, e parto pra cima dele juntando nossos lábios em um beijo quente.
Eu não sei o que foi, mas algo se acendeu dentro de mim, e tudo o que eu queria fazer naquele momento era beija-lo loucamente, ou fazer até coisa pior.
Nós afastamos por falta de ar.
Ele sorriu. Mas isso acabou assim que ele olhou algo atrás de mim.
— O que foi? —  pergunto.
—  Paparazzis — revira os olhos.

Você é mesmo famoso —viro-me e enchergo  o homem do outro lado da boate com uma câmera na mão.
— Um pouco — ri. — Eu preciso ir — diz levantando-se do banco.
Como eu estava apoiada nele acabei caindo no chão.
— Ai ! — digo, com a mão agora na cabeça.
Ele me levanta pois percebe que mal posso com o meu corpo.
— Você está bem?
— Tô,  tô sim, pode ir!
— Você não me parece bem. Veio sozinha?
— Vim com uns amigos.
— Consegue ver algum?
Olho para os lados, enchergando o dobro de tudo, mesmo assim não vi nenhum rosto familiar.
— Não — rio.
Tudo parecia engraçado naquele momento, ou melhor, naquele estado em que eu me encontrava.
— Diz o nome de algum deles.
Penso.
— Gabriel? — questiono.
Ele nega com a cabeça sorrindo enquanto mexe no meu celular.
— Mandei mensagem para ele dizendo que você está indo embora comigo — diz me pegando pela cintura, me guiando para fora da boate. — Onde você mora?
— No momento estou sem casa, — rio — mas hoje estou hospedada em algum hotel aqui por perto, só não consigo lembrar o nome e nem a localização, já que foi o Gabriel que nos trouxe... — rio novamente.
Ele abre a porta de um carro que está estacionado ali em frente e me coloca dentro.

   《 Justin Bieber 》

— Vou te levar pro hotel que estou hospedado, tudo bem ? — pergunto, entrando e já ligando o carro.
Olho para o lado e ela está dormindo, escorada com o braço no vidro.
Alguns minutos depois chego no hotel, e com Samantha no colo subo de elevador até o andar 47.
Entrando no quarto, coloco ela na cama e tiro seus tênis.
Me deito ao seu lado e adormeço.

 Dancing On My Own Onde histórias criam vida. Descubra agora