Reconciliação e Despedida

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"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te."
'William Shakespeare.

- É ele! - diz Ayla de olhos arregalados.
- Ele quem? - esboço a mesma reação.
- Neymar, Sam! - diz tentando ser óbvia.
- Você tá doida? Impossível! - deixo uma risada escapar.
Ela vira o visor do seu celular para mim, onde mostrava a câmera de segurança do lado de fora do seu apartamento.
Neymar estava lá.
Com as mãos no bolso olhando para baixo.
Comecei a sentir meu coração bater descompassadamente.
- Atenda a porta logo, deixe de ser covarde! - ela diz, me tacando uma almofada, se escondendo dentro do seu quarto.
Antes que as minhas mãos começassem a suar devido ao nervosismo, fui até a porta e a abri.
- A gente pode conversar? - me questiona apreensivo.
Fico em silêncio o encarando.
- Eu não fiquei 13 horas dentro de um avião pensando em um milhão de formas de tentar me explicar, pra chegar aqui, e você ficar me encarando sem dizer nada. - diz passando por mim adentrando o cômodo - Eu deixo você berrar comigo se quiser, mas não fique me olhando como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo. - diz ainda com as mãos no bolso.
Rio.
- Claro que não, você só fez eu me sentir importante pra você, disse que me amava e depois da nossa primeira briga foi me trair com qualquer uma! - digo com desdém.
- Eu não traí você, Samantha, eu jamais faria isso, ainda mais com você! - diz me olhando sério.
- Eu ouvi, Neymar!!! Não tente me enganar contando mentiras! - imploro. Minha voz ja vacilava. O choro estava a caminho.
E eu não conseguiria impedir, eu sabia disso.
- Você realmente acha que se eu não amasse você, eu viria até aqui? Vir aqui inventar uma MENTIRA? - revira os olhos, bufando.
Eu queria tanto abraçar ele e dizer que eu acreditava, mas eu não sei se suas palavras são verdadeiras.
- Me explica, então! - digo. - Porque caralho eu ouvi a voz de uma vadia no telefone? Porque parecia que vocês haviam fodido a noite inteira? - berro,nem pensando no que saia.
Ele me olhou surpreso e deu um riso,sua expressão muda completamente.
O encaro sem entender.
- É engraçado pra você? - questiono furiosa.
Ele se aproxima.
- Acabo de lembrar porque me apaixonei por você! - diz sorrindo.
Completamente do nada, deixando tudo completamente confuso pra mim.
ELE É LOUCO? NINGUÉM RI DO NADA EM UMA BRIGA E AGE COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO.
Sua mão toca meu rosto. Levantei a mão para tira-lá, mas quando minha mão tocou a sua no alto do meu rosto, sua pele quente, me dizia que era errado tirar.
Eu simplesmente fechei os olhos e senti seu toque na minha bochecha.
Eu o amava tanto, que aquela dúvida de acreditar ou não nele, sumiu completamente.
- Você falou dois palavrões na mesma frase...- diz rindo.
O som da sua risada entrava nos meus ouvidos, e era tão bom escuta-lo perto de mim. O som da sua risada me trazia tranquilidade, e a raiva que eu sentia segundos antes, já nao estava mais presente, era apenas eu, ele, e o som das nossas respirações. Tê-lo comigo fazia tudo ser bom, até o ruim.
- Você me causa coisas que eu nem fazia idéia que existiam - digo abrindo meus olhos. Ele está com os seus fixos em mim.
Ele respira fundo.
- Eu preciso que você acredite em mim, eu jamais faria...
- Eu acredito! - digo, cortando sua fala.
Eu juro que vi seus olhos brilharem.
- Acredita? - questiona surpreso.
Balanço a cabeça confirmando.
Nossas narizes já estavam colados.
- Não quer que eu te conte o que aconteceu?
- Se você não calar a boca...- digo sorrindo.
Ele atende a minha nada gentil ordem e cela nossos lábios.
Beija-lo...
Eu não conhecia utilidade melhor para a boca ( além de comer, é claro) do que beijar Neymar Jr.
Sempre era como se fosse a primeira vez, mas cada vez melhor...
Coloco minha cabeça no seu pescoço, sentindo o cheiro do seu perfume, e envolvendo meus braços fortemente por suas costas.
- Não some nunca mais por favor? - ele diz, apoiando seu queixo na minha cabeça.
- Eu não conseguiria viver com a ideia de te ter por perto sem poder te ter nos meus braços. - digo, acariciando suas costas.
- Eu amo tanto você, eu jamais faria algo que pudesse te ferir dessa forma... E quando a gente discutiu, eu sai de cabeça quente, eu precisava esfriar, e fiz isso do meu jeito, indo pra festa de um amigo meu. Mas em nenhum momento eu pensei em outra garota que não fosse você. Eu nem ousaria pensar, eu apenas queria beber e esquecer que havíamos brigado, e foi o que fiz.... Mas uma garota com quem sai durante o tempo que você ficou em L.A, ela estava lá, ela vinha me mandando mensagens a dias dizendo que acabaria com o meu namoro
Bom, ela teve a oportunidade. Fiquei tão bêbado que acabei apagando lá mesmo, e ela também, mas nada aconteceu. Quando acordei, ela disse que você havia desligado o telefone, o que deixou tudo exatamente como ela queria... - ele disse tudo, da forma mais devagar possível, tentando se lembrar de tudo, eu acho.
Nesse momento eu já não estava mais abraçada nele, estávamos sentados no sofá um de frente pro outro, com ele segurando minhas mãos.
- Era essa garota que estava ligando pra você quando você vinha dizendo que era trote?
Ele confirma.
- Por que mentiu?
- Eu não poderia deixar você com dúvida dos meus sentimentos por você, eu não queria que nada atrapalhasse o nosso relacionamento, eu não poderia perder a mulher da minha vida, eu não seria louco de deixar isso acontecer! - diz, girando a aliança no meu dedo.
Sorrio, mesmo que com ódio da garota, eu não poderia ignorar a parte em que ele disse "mulher da minha".
Lhe dou um beijo.
- Eu amo você! - digo.
Ele sorri.
- Isso é inquestionavelmente recíproco,eu amo você tanto, tanto...- diz me beijando de volta. Ele congela - Eu acho que a gente ainda tem coisas pra resolver! - diz fitando o chão.
Ele tinha razão.
- Com calma! - sorrio.
- Com calma! - corcunda ainda segurando minhas mãos.
- Eu quero ficar em L.A. - digo baixo.
Ele permaneceu o mesmo, nada se alterou, sem sorriso, sem raiva, apenas um rosto sem reação.
- Bom, você sabe que eu preciso voltar pra Paris, sabe que temos as nossas famílias em São Paulo... Tem total noção de que nos veremos pouco, não tem? - diz o mais calmo possível.
Aceno.
- Eu não sei como, mas a gente vai dar um jeito... Quando você puder, você vai, quando eu puder, eu venho, a gente só não pode ficar um sem o outro, entendido? - diz me surpreendendo.
Me sento mais perto, lhe dando um abraço.
- E agora? - questiono.
Ele segura seus olhos verdes nos meus, e abre um leve sorriso.
- Eu preciso estar em Paris até amanhã...- diz acariciando minha mão.
- Você não trouxe nenhuma mala? - questiono.
Agora notando que ele estava apenas com a roupa do corpo,vejo o quão estúpida foi minha pergunta.
Ele nega e ri.
- Eu não pensei muito, eu só queria te ver e resolver tudo isso...- explica.
- Culpada! - digo, apoiando minha cabeça no seu peito.
Ele acaricia meus cabelos e beija minha cabeça.
- Vamos comigo pra Paris?
Sua pergunta me faz enrijecer.
- Passar alguns dias comigo, não entenda errado - diz, percebendo minha reação.
Tiro minha cabeça do seu peito para olha-lo, ficando um pouco apreensiva.
- Não quero que fique chateado, mas eu realmente preciso ficar por aqui agora, até eu me organizar melhor, e ver alguns trabalhos.- digo, acariciando sua mão de volta.
Mesmo seu olhar querendo discordar comigo, ele abana a cabeça concordando comigo.
Lhe dou um beijo.
Um barulho faz nos separarmos.
Olho assustada para atrás de mim, e Ayla está apoiada no balcão segurando o pé e grunindo para não berrar.
- Desculpa! - ela diz, em meio a careta de dor.
Rio.
- Por esse balcão aqui não foi uma boa ideia! - diz ,agora largando o pé.
Neymar ri, mas sem entender nada da situação.
- Neymar, essa aqui é a Ayla, minha melhor amiga, e minha mais nova colega de apê! - digo em inglês, para que ela pudesse compreender.
-Prazer! - Neymar diz um pouco envergonhado.
Ayla acena, fingindo estar plena, mas eu sabia que aquele pé estava doendo horrores e que ela queria gritar muito.
- Prazer! - ela diz, ainda com uma leve careta.- se vocês me darem licença, eu tenho algumas coisas pra fazer lá dentro, do lugar onde eu não deveria ter saído pra buscar o carregador - ela diz apontando para o quarto e indo para ele logo após pegar o aparelho em cima da mesinha da sala.
Rio.
- A gente podia ir comer alguma coisa - sugiro.
- Tem um vôo daqui a pouco pra Paris, se eu pegar ele, chego a tempo pra reunião.- diz com u molhar triste.
- Aah...- expresso, sem conseguir esconder meu desapontamento.
Ele sorri.
- Vem cá- diz ficando em pé.
Me levanto e vou até ele que me abraça apertado.
Quando ele ia me soltar, eu nego.
- Só mais um pouquinho, teu cheiro é tão bom - digo, afagando seu pescoço.
Ele ri, e me aperta mais.
- Eu amo muito você! - diz.
- Eu que amo você! - digo, me afastando do seu abraço.
- Quer ficar com a minha camisa? - pergunta, percebendo o quanto eu havia gostado do seu cheiro.
Nego e ele me dá um beijo demorado.
Após isso o levo até a porta.
- Prometa que irá me ligar assim que chegar. Se possível, mande mensagem a cada meia hora.- Digo com a mão no trinco da porta.
Ele ri e confirma, me dando um última selinho.
- Fica com Deus!
- Vai com Ele!




Oii gente, queria saber se estão gostando. Seu comentário me deixaria muito contente!!!  ❤

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