Turbulência

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" Ouvir com os olhos faz parte das sutilezas do amor "

- William Shakespeare

《Philippe Coutinho》

Irônia do destino ou não... Eu estava sentado ao lado dela agora.
Deixando toda a sua gentileza de lado e percebendo finalmente o meu desinteresse por ela, a mesma resolveu encarar a janela do avião, sem trocar qualquer palavra comigo, ignorando completamente a minha existência.

O desafio de ignorar a sua presença estava indo pelo ralo, no momento em que ela se revirou na poltrona e inconsciente deitou a cabeça sobre meu ombro.

O seu cabelo tinha cheiro de morango, e isso me fazia querer senti-lo ainda mais.

- Por que você, garota? - digo levantando a cabeça e encarando o teto do avião, me amaldiçoado por estar metido naquela situação.

Levei minha mão até seus cabelos cacheados e comecei a enrola-los no meu dedo indicador.

- Não poder te ter, parece ainda mais tentador...- confesso à analisando.

Sua respiração devagar fazia seu peito subir e descer calmamente.

Pude notar que ela ainda mantinha o pingente no pescoço. Sorri involuntariamente com isso.

A música em seus fones de ouvido a deixariam surda! Qual o problema em escutar baixinho?

Incomodado com aquilo, os tirei. E a mesma música  que tocava no carro naquela noite do jantar, estava melodiando nos pequenos fones.

Como é o nome da banda mesmo?

Nickeback? Nickenback? Nickelback?

Eu não fazia ideia do real nome, mas Samantha  parecia gostar, já que no instante em que tirei seus fones, ela segurou minha mão, me fazendo travar.

Eu jurei que a tinha acordado e meu coração já estava prestes a parar, quando ela segurou minha mão perto do meu peito, deixando seu corpo ainda mais próximo do meu e se aquietou.

Respirei fundo e apenas cedi a aquele momento.

A julgar pela situação que estou, esse seria o mais longe que eu poderia ir com ela.

- Seu pai não parece ser muito meu fã. - admito, em voz alta. - Desculpa por ter que agir dessa forma... - acaricio sua bochecha.

Essa cena, dela ali comigo, praticamente em meus braços, me trouxe paz, fazendo meu corpo relaxar e adormecer assim como ela.

(...)

《Samantha Weggman》

O maldito cheiro daquele mesmo perfume que senti quando me ergui na cozinha aquele dia, parecia mais forte do que nunca agora... Abrindo os olhos lentamente e erguendo um pouco a cabeça para o lado, me deparei com Philippe adormecido ao meu lado. 

Nossas mãos estavam unidas, e como se aquilo fosse super comum, confortável e normal de acontecer, virei o rosto para o lado e adormeci novamente.

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