Traição

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"Quem é tão firme que não possa ser seduzido?"

William Shakespeare




— Pronto! — Neymar diz tirando a cabeça de trás da televisão.— Era apenas um cabo solto.— sorri.
— Obrigado! — Sofi diz para ele e se senta ao lado de Davi, com os controles nas mãos.
Me apróximo da sacada, admirando a vista de São Paulo a noite.
— Vai estudar lá? — pergunta, chegando ao meu lado.
— Como atriz e dançarina, Los Angeles pode ser um bom caminho.— digo, forçando um pouco as vistas para olhar seu rosto no ambiente meio escuro, pela falta de luz.
O seu celular toca.
— Só um minuto.— diz tirando o celular do bolso da calça jeans.
Balanço a cabeça e saio da varanda, descendo a escada indo até onde estava a mesa de bebidas.
— Samantha né? — Raffaela pergunta já ao meu lado.
— Isso.— sorrio, sendo simpática.
— Isso aqui é um saco né? — ela pergunta revirando os olhos.
Rio.
— Completamente! — concordo.
Bebo água da taça.
Ela sorri.
— Meu irmão gostou de você.— diz bebendo da sua taça também.
Me engasgo com a água no mesmo instante.
— O que disse? — tento me recompor.
— Você ta bem? — pergunta rindo.— Eu disse, que ele gostou de você!
— Ele disse isso? — pergunto. Não sei de onde surgiu a curiosidade.
— Não precisou! — diz — Eu também gostei! Você não tem cara de quem se importa mais com aparência do que com o caráter, percebo isso nos seus vídeos!
— Eu diria o contrário se eu não me conhecesse e me visse assim.— digo e ela ri.
Fico seria assim que me dou conta do que ela diz.
— Sou inscrita no seu canal do YouTube! — ela diz me fazendo tossir de novo.
— Jesus Cristo! — digo negando .
— Não faz isso, seus vídeos são muito bons! — ela diz sorrindo.
— Não vai me dizer que o seu irmão também...— deduzo negando com a cabeça.
— Ele nunca viu nenhum vídeo, mas sabe, porque contei no caminho pra cá — ela diz, agora comendo um petisco.
— Tenho que parar com o YouTube.
— Não faz isso! Os vídeos de você cantando são os meus preferidos.
— São só por diversão.
— Continue com a diversão de 4 milhões de inscritos.— ela diz dando uma piscadela.
— Já bateu 4 milhões? — a olho surpresa.
Ela confirma.
— Você mexeu no celular hoje? — pergunta arqueando a sobrancelha.
— Talvez eu tenha estado muito ocupada arrumando as minhas malas, que nem olhei.— digo.
— Já vai amanhã?— pergunta surpresa.
— Você realmente assiste o canal.— digo mais surpresa do que ela.O último video que postei era falando sobre isso.
—Eu disse!
Sorrio.
— Amanhã a tarde pego o vôo.
— Faz uns vlogs mostrando tudo!— indica.
— Acho q irei! — sorrio de volta.
— Um minuto de todos por favor! — meu pai diz batendo com o anel em uma taça.
Todos o olham em silêncio.
— Eu só queria propor um brinde ao nosso campeão! — papai diz já abraçado com Neymar.
Todos riem e gritam.
Lunáticos por futebol.
Brindamos todos e depois disso o som aumentou e as coisas começaram a ficar mais quentes. Agora pelo menos parecia uma festa de verdade.
Olhei para a escada, onde Sofia e Davi estavam apoiados um no outro, já cochichando.
Pego Davi no colo e tento pegar Sofia com o outro braço.
Pesados demais.
— Ajuda? — levanto o olhar e a minha frente esta Neymar, já pegando seu filho do meu colo.
— Obrigado!— sorrio — Vem, podemos colocá-lo na cama da Sofia se não se importar.
— Tudo bem! — ele diz me seguindo pela escada.
Empurro a porta pra trás do quarto de Sofi e ligo a luz.
A cor rosa estampada em cada canto do quarto dela, me da enjôo.
A coloquei na cama tirando sua sandália e Neymar pos Davi ao lado tirando seu tênis.
Tapamos os dois e já fui saindo do quarto, na frente.
— Espera!— ele segura a minha mão assim que passo pela porta.
Me virando de frente para ele, vejo seu corpo a centímetros de distância do meu. Seu perfume invade meus pensamentos me deixando em um puro delírio.
Maldito dinheiro bem gasto.
Seguro a respiração.
— O que foi? — pergunto baixo.
Ele nega com a cabeça e encosta seus lábios nos meus.
Uma de suas mãos segura a minha nuca enquanto a outra esta sob a minha cintura fazendo uma leve pressão.
Seu beijo tem gosto de algo que eu nunca provei antes.
Eu não queria parar de beija-lo, mesmo que a minha consciência gritasse para eu fazer o contrário.
Por falta de ar nos separamos sem fôlego.
Ele sorri.
— Você...nós...isso, não deveria ter acontecido! — digo me soltando dos seus braços, caminhando até a porta a frente.
Já dentro do meu quarto, dou duas voltas com a chave na fechadura, trancando-a.
Meu peito se move pra dentro e pra fora em impulsos descontrolados.
— Lá se vai a regra número da lista das coisas que nunca se deve fazer, se deixar atrair por um boleiro.— digo me sentando na ponta da cama.— Ainda mais quando se está namorando.
Maldito beijo, que foi malditamente bom.
Me jogo pra trás na cama, caíndo no sono logo em seguida.

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