Justin Bieber ou Neymar Jr?

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"Não passam de traidoras as nossas dúvidas, que às vezes nos privam do que seria nosso se não tivéssemos o medo de tentar."

William Shakespeare

《 SAMANTHA WEGMANN 》

Acordo com a cabeça latejando, olho ao redor desconhecendo o lugar. Nada faz sentido.
Quando percebo estar em uma cama de casal,  rapidamente olho para o lado oposto de que estou deitada. Vejo que tem um indivíduo dormindo ao meu lado.
Droga!
Dou um grito de expanto. Com isso caio da cama, diretamente com as costas no chão.
O rapaz levanta assustado da cama ficando em pé, como se estivesse pronto para atacar alguém.
— Ai Meu Deus! — coloco as duas mãos na cabeça,  não acreditando  no que está a minha frente.
— Ei, calma! Eu posso explicar — diz, aproximando-se de mim, que ainda permaneço no chão.
— Justin Bieber? — pergunto — Eu? Nós... a gente não... tran... — Não termino a frase.
— Não... — ri.
— Porque diabos eu estou com Justin Bieber? — digo, segurando a minha cabeça que dói como nunca.
— Ontem, quando você não lembrava quem eu era, tinha sido mais interessante — diz sério. 
— Não precisa surtar,  okay? — digo — Não vou sair correndo atrás de você! — reviro os olhos.
— Eu sei que não... — ri — Mas você que está surtando agora...
— Não é porque você é uma das pessoas mais conhecidas no mundo que eu vou surtar — bufo, me dando conta de quantas garotas fariam loucuras para estarem no meu lugar — Eu só quero saber porque eu estou aqui... — respiro fundo.
— Você bebeu... nós conversamos...Você me beijou...Não conseguia ficar em pé...seus amigos sumiram de você...Você não sabia o endereço do hotel...Então eu te trouxe pra cá! — resume.
Começo a me lembrar dos detalhes, exatamente como ele disse.
— Você retribuiu — digo tentando me defender sobre ter agarrado ele.
Ele sorri.
— É verdade — concorda.
Me levanto do chão e começo a por meus tênis, lembrando - me que preciso ir para o treino da competição.
— Aonde vai? — pergunta.
— Tenho que treinar pra competição...
— Que competição? — pergunta curioso.
O encaro.
— Porque estou te contando,  não te devo satisfação, licença! — saio andando.
Ele segura meu pulso.
— Eu sei o que você tá pensando. — diz.
— O que? Que você é um egocêntrico jovem que só pensa em levar garotas pra cama? E que eu sou uma delas? — o questiono com deboche.
Ele fica sério.
— Você que me beijou!
— Desculpa, senhor Bieber!
Ele revira os olhos.
— Estou cheia de caras como você,  okay? Agora me da licença que eu tenho uma competição de dança pra ganhar! — abro a porta , indo até o elevador, por sorte em frente ao quarto.
Meu celular!
Droga!
Saio do elevador antes que ele feche e o Bieber vem em minha direção com o celular na mão.
— Obrigado — digo pegando o celular de sua mão e ele segura meu braço novamente.
— Não olhe as notícias — diz me olhando sério.
Abro ali mesmo.

"Justin Bieber é fotografado aos beijos com Samantha Wegmann,  youtuber brasileira"

"Justin Bieber e youtuber brasileira são vistos saindo juntos de boate em Paris"

— Droga! Droga! Droga! — esbravejo.
— Se sair agora, você vai ser atacada por uma multidão de idiotas — ele diz.
— Eu preciso ir! — bato com o pé no chão.
Meu celular começa a tocar.
Número desconhecido. Não atendo.
— Posso pedir pra um amigo meu vir te buscar, pode ser? — pergunta.
— Eu tenho escolha? — questiono, batendo com o celular na mão.
Justin faz uma ligação e diz para mim descer até o estacionamento.
— Obrigado, eu acho — digo, para ele que sorri.
Entro no elevador e desço até o estacionamento.
Quando a porta do elevador se abre, dou de cara com Neymar.
Meu coração perde total noção de como se comportar, começa a bater rapidamente.
— O que faz aqui? — pergunto surpresa.
— Eu vim salvar você! — diz, sem nenhum tom de brincadeira em sua voz. — Vamos logo! — diz, caminhando até um carro preto. O sigo, sem dizer nada.
Ele realmente parece estar irritado, não deve ter tido uma noite boa.
Entro no carro seguida dele.
— Ótima maneira de nos revermos... — digo, enquanto ele acelera o carro.
Ele ignora o meu comentário.
— Vocês tranzaram? — pergunta inexpressivo.
A pergunta mais inesperada ele fez, me deixando incrédula.
— Não! — respondo com aversão. — Mas vocês se beijaram, traiu o namorado publicamente — diz, em um tom agora autoritário,  mesmo sem direito algum.
— Eu e Ethan não estamos mais juntos,  okay? E você não tem o direito de falar nada, porque tudo isso é culpa sua! — digo com ódio.
Ele ri, descrente.
— Culpa minha? — tira os olhos da estrada por um segundo.
— É! Aquele maldito dia que fui conhecer você,  e trair o meu namorado. Ethan viu as mensagens,  ele descobriu tudo antes que eu pudesse contar... Ele terminou comigo porque sabe o que sinto por você! — despejo tudo em cima dele, dizendo mais coisas que deveria.
O silêncio tomou conta do carro, e então ele me olhou.
— O que sente por mim?
— Ódio!  Não consegue ver? — minto, tentando reverter a situação. — Ou o que? Pensou que eu estaria apaixonada por um cara como você ? — Rio — Isso jamais aconteceria — digo por fim.
Por míseros segundos,  achei ter visto seus olhos brilharem, mas depois, depois seus olhos escureceram e ele parecia realmente bravo. Bravo em silêncio, o pior jeito de ficar com alguém, mas um ótimo jeito de irritar a outra pessoa também.
Só que eu não me senti só irritada, eu me senti partida também.
O seu carro estaciona em frente ao hotel em que estou hospedada.
— Como sabia o endereço?
— Não te interessa! — diz grosso.
— Obrigado! — abro e saio batendo a porta.
Ele abaixa o vidro.
— Justin parece fazer o seu tipo — diz indiferente.
Viro-me para ele.
Sorrio.
Mal sabia ele, que por dentro eu chorava feito uma criança.
— Ele faz! — minto. Ele abaixa o vidro e sai cantando pneu e então eu finalmente entro no hotel.

— Como assim, Justin Bieber? — Ayla surta.
— Não aconteceu nada — digo me deitando na cama.
— Não foi o que eu vi nas fotos!  — ri.
— Neymar que me trouxe,  Ayla! — desmorono.
Ela fica com a boca aberta em um perfeito "O".
— Eu quase disse que estou apaixonada por ele.
— Porque não disse, garota?
— Porque eu tenho medo! E aí quando eu poderia ter tido o que sento, eu reverti tudo e disse que odeio ele!
— E como ele reagiu?
— Ele me tratou mal
— Ele gosta de você, Sam!
— Claro que não gosta, Ay! Ele é um grosso, metido a milionário!
— Ele te tratou mal, porque gosta de você!
— Não faz sentido nenhum isso!
— Quando se é rejeitado, faz sim! Você precisa falar o que realmente sente.
— Ele deve estar me odiando agora, deixa como está,  é melhor assim. — abraço um travesseiro.
— Temos que treinar,  levanta daí.
— Eu só quero chorar aqui o dia inteiro — choramingo, me enrolando na coberta.
— Primeiro: Você vai tomar um banho. — me puxa da cama — Segundo: Você vai ir me contando tudo o que rolou com o Bieber a caminho do ensaio. Terceiro: Nós vamos ganhar a competição, e aí sim você pode chorar como uma criança. — finaliza me jogando uma toalha e me empurrando para o banheiro.

《 Neymar Jr 》

Consumido pelo sentimento de raiva, entro na academia sem olhar para os lados, indo até Daniel que está fazendo musculação em um dos equipamentos.
Me sento no banco a sua frente.
Por Deus, mas como eu quero socar a cara de alguém agora.
— Eaí? Salvou a princesa indefesa? — pergunta em um tom de deboche.
O encaro e volto a fitar o chão.
— Ela deu mesmo pra ele?
— Daniel, cala a porra da boca! — grito, dando um soco no banco em que estou sentado.
Os outros jogadores que também  estão na academia, me olham assustados, assim como Daniel.
Respiro fundo e começo a falar baixo.
— Ela não transou com ele.
— E você está nesses estado porque?
— Ela... ela disse que nunca se apaixonaria por um cara como eu. — rio — Que o Bieber faz mais o seu tipo.
— Uuuh... Já entendi — Dan diz rindo.
— O que?
— Tudo isso é sobre rejeição — ri — Você não é negado por garota nenhuma e aí a Samantha te negou, é só por isso que você insiste tanto nela.
— Até que enfim você percebeu! — minto.
Eu sei exatamente o que ando sentindo por aquela garota, percebi isso nessa manhã, logo após ver ela saindo daquele elevador no estacionamento.
No momento que a revi, os sentimentos confusos que andei tendo durante esse um mês,  finalmente ficaram claros. Eu estou definitivamente apaixonado por ela! 
Nos meus 25 anos de vida, nunca senti isso antes, e agora não se trata apenas de rejeição, tem sim sentimentos envolvidos... Mas se amar alguém significa sofrer, então eu prefiro não amar!
— Porque não saímos hoje de novo? — pergunto.
Daniel sorri.
— Esse é o meu garoto! — diz e damos um aperto de mão.



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