— Vo-vo-você sabe quem ele é? — perguntei, dirigindo meu olhar à Kieran.— Sei. E ele não está casado, também não tem três filhos. — respondeu de maneira brincalhona.
— Estava preocupada quanto à isso? — foi a vez de Thomas perguntar.
Estava perplexa, não conseguia dizer nada. Aquilo só poderia ser alguma brincadeira de mau gosto do Thomas. Os dois ficaram me olhando, esperando que eu respondesse a pergunta.
— Que brincadeira mais sem graça é essa? — questionei-os.
Kieran apenas suspirou ao me ouvir e continuou guardando o resto de suas coisas na caixa. Cruzei os braços, esperando uma resposta, mas nenhum deles me respondeu. Thomas ficou me analisando até que Kieran terminasse de guardar suas coisas.
— Vou deixá-los a sós.. Assim ele pode te explicar tudo. — Kieran cochichou enquanto caminhava até a porta, carregando a caixa.
— Kieran, você é meu chefe! Me deve uma explicação e não ele. — falei indignada.
— Acredite, ele sempre foi seu chefe. — sussurrou e logo se retirou da sala, deixando-nos sozinhos ali.
Respirei o mais fundo que pude, não queria escutar nada, não podia haver uma explicação para tudo aquilo que estava acontecendo. Thomas não era meu chefe, nunca foi e nunca será.
— Bom, quer se sentar? — Thomas, perguntou.
— Não. Eu quero que esse jogo termine.
— Qual jogo?
— Esse. O Kieran vai voltar.
— Não vai.
— Como assim não vai? — perguntei.
— Você pode se sentar?
Não queria me sentar, mas agir como uma boba me pareceu pior, então fui até uma das cadeiras que ficavam em frente à grande mesa de Kieran, enquanto Thomas sentou-se na cadeira, atrás da mesa, ficando de frente pra mim.
— Pode começar. — falei.
— Não tem uma maneira mais simples ou delicada de dizer isso. Essa empresa é minha, Kieran era meu empregado. Ficou assumindo algumas coisas por um tempo, mas agora que voltei, estarei retomando o meu posto.
Tudo o que eu queria era que aquilo não passasse de uma brincaderia, mas, eu o conhecia muito bem.. Sabia quando ele estava brincando ou falando sério. E essa, era uma das vezes que Thomas estava falando sério.
— Então, foi você que me contratou? — perguntei quase sem voz.
— Isso. Você trabalha pra mim há treze meses.
Fiquei boquiaberta. — Você nunca teve uma empresa, nunca trabalhou aqui, Thomas! — exclamei.
— Tive que assumi-la faz alguns meses.
— Ou seja, você a assumiu depois de simplesmente ir embora em um momento difícil pra mim? — disparei.
Thomas engoliu em seco, ele não esperava que eu dissesse aquilo. Balbuciou algumas palavras mas não conseguiu dizer nada, sem pensar duas vezes, me levantei e saí da sala.
Caminhei até a minha mesa, onde me sentei para respirar, precisava analisar e pensar em tudo o que estava acontecendo.
Ouvi a grande porta da sala de Thomas ser aberta novamente, então, ele apareceu na minha sala e em passos rápidos, parou em frente à minha mesa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Milagre: Reencontro
روحانياتContinuação da obra: O Milagre ♥ Após a partida de Thomas do país, a vida de Manuela virou de cabeça para baixo, com seus pais em coma, teve que deixar sua faculdade de Teologia de lado para trabalhar. Mesmo com todos os problemas que enfrentou e to...