Capítulo 7: Ciúmes e um desentendimento

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Observamos a cidade pela janela durante um longo tempo, definitivamente teríamos que passar a noite ali mas já não estava mais preocupada com esse fato. Dentro de mim nascia uma tranquilidade muito grande, saber que de agora em diante não havia mais ressentimento e nem mágoa alguma entre Thomas e eu.

Ficamos em silêncio o tempo inteiro até voltarmos aos nossos lugares próximos ao fogo, já me sentia cansada e no relógio de Thomas marcava nove horas ainda, não costumava dormir aquela hora, mas presumo que o tédio de estar presa àquele prédio fez com que o sono viesse um pouco mais adiantado que o normal.

— Será que amanhã isso vai ter acabado? — perguntei como em um sussurro, quebrando o silêncio daquela sala tão grande.

— Tenho certeza que sim.

— Me sinto tão cansada, — disse, bocejando. — mas sinceramente não queria dormir agora.

— Qual o problema? — indagou, e tudo o que fiz foi me deitar sobre o cobertor que estava no chão.

— Acho que pela sala ser tão grande, ela me assusta um pouco.

— Não se preocupe quanto à isso, pode descansar.

Fechei os olhos por alguns instantes, estava sendo tomada pelo cansaço, mesmo que contra a minha vontade. Tudo o que eu queria naquele momento era o meu quarto e a minha cama, depois de ter tomado um belo banho relaxante. Meus pensamentos foram cortados no momento em que adormeci, o que não demorou muito.

{...}

Abri meus olhos com certa dificuldade e pude ver a luz do sol me dando um bom dia, demorei alguns segundos para acostumar-me com a claridade enquanto me sentava no chão, tratando de encontrar Thomas com o olhar mas para a minha surpresa ele não estava ali.

O céu estava limpo e o sol não poderia estar mais radiante, é como dizem: depois da tempestade, sempre vem o sol. Levantei-me imediatamente e a porta da sala se abriu, foi quando Thomas apareceu com uma bandeja em mãos, me deixando confusa com tal ato, mas então notei que aquilo era um café da manhã.

— Bom dia. A luz voltou, trouxe algumas coisas pra você, eu fui ao mercado. Eu já comi, então, faça proveito. — caminhou até a mesa, deixando a bandeja sobre ela.

— Obrigada, estou morrendo de fome mesmo.

Eu podia ouvir meu estômago gritar assim que coloquei os olhos naquela refeição, cereal, torradas e um copo de suco. Em pouco tempo, acabei com tudo, realmente, estava com muita fome. Nem notei que Thomas me observava um pouco assustado.

— O que foi? — perguntei, dando a última golada no suco.

— Nada não. — ele riu, voltando-se ao computador.

Aproximei-me um pouco mais afim de ver a hora em seu relógio, já eram mais de oito horas da manhã e eu nem sequer tinha falado com Barry, ele estava sem notícias minhas há horas, com certeza estava preocupado. Fui até meu celular que estava próximo à lareira e vi que estava sem bateria.

Só o que me faltava!

— Tenho que sair, volto no horário de trabalho, prometo. — falei apressadamente enquanto ia até a porta.

— Vai lá, se quiser tirar o dia de folga, não tem problema.

— Não, não precisa. Eu só vou resolver umas coisas. — quando saí da sala de Thomas, dei de cara com Barry que adentrava em minha sala, assim que me viu soltou um suspiro e caminhou rapidamente em minha direção.

Como ele entrou aqui?

— Você está aqui, graças à Deus! — ao aproximar-se, envolveu-me carinhosamente entre seus braços e pude senti-lo acariciar meu cabelo. — Você está bem? Fiquei horas em frente à sua casa e estava muito preocupado. Passou a noite inteira aqui? — questionou-me.

O Milagre: ReencontroOnde histórias criam vida. Descubra agora