Mídia acima: Música cantada por Thomas em sua casa.
Fiquei sem palavras. Sem reação. Não conseguia me mover, não conseguia juntar meus pensamentos. Meu coração estava acelerado, e minha respiração falhava. Não acreditava que tinha ouvido o que eu realmente ouvi. Seus olhos ainda me observavam, parecendo admirado com o que via.
— Mas, vocês não sabem que traz má sorte o noivo ver o vestido de noiva? — perguntou uma das atendentes que se aproximava de nós dois.
Thomas e eu dirigimos nossos olhares para a mulher que ainda tinha um sorriso simpático no rosto enquanto nos encarava de uma maneira um tanto confusa.
— Eu não sou o noivo dela. — Thomas disse, por fim.
— Ah, bom. Então, quem é você?
— Ele é meu amigo. — respondi de imediato.
— Ah, desculpe. Bom... Se precisarem de algo, estou aqui.
Assentimos em resposta e logo a atendente se retirou, nos deixando a sós novamente. Para ser sincera, a presença dela já estava me trazendo um certo incômodo. Várias coisas passavam pela minha cabeça, e dentre todas as minhas vontades, só queria jogar-me em seus braços, lugar onde me sentia segura.
— Como sabia que eu estava aqui? — perguntei.
— Estou me mudando pra casa nova, então... Eu passei pela rua, e vi você entrando aqui. Quando sua sogra saiu, eu entrei para falar com você.
— Entendi.
— Gostou das flores?
— Eu amei... Obrigada.
— Vai continuar experimentando vestidos?
— Não. — respondi firme e pude vê-lo sorrir.
— Tenho que ir.
— Tudo bem. Espero que dê tudo certo lá.
— Julian e eu ainda vamos dar a festa, vai ser amanhã, você ainda está convidada. Te encontrarei lá?
— Pode contar com isso. — assenti.
Thomas deu mais um de seus maravilhosos sorrisos antes de sair, deixando-me sozinha novamente naquele lugar assustador, qual eu não queria ficar nem mais um minuto. Não demorou muito até que Margareth voltasse, depois de muitos elogios, insisti para que fôssemos embora, mesmo que ela não quisesse.
— Não entendo o porquê quis sair tão cedo, querida.
— Eu não me sinto muito bem.
— O que você tem?
— Estou com dor de cabeça. — menti.
— Melhor tomar um remédio e descansar quando chegar.
— Farei isso. Desculpe tê-la feito perder seu tempo.
— Não me fez perder tempo. Podemos ver isso amanhã.
— É... Claro. — sorri forçado e olhei pela janela.
— Você ficou incrível naquele vestido!
— Obrigada...
A viagem de táxi de volta para a casa pareceu ser mais demorada do que realmente era. Quando finalmente estacionamos em frente minha casa, paguei uma parte da corrida e despedi-me de Margareth que continuaria seu caminho até a casa dos pais de Sam, seu destino final.
Estava com meus pensamentos em Thomas, ainda ouvia suas palavras em minha cabeça, reprisando a cada segundo como se estivesse em replay. Ele realmente havia insinuado que algum dia nos casaríamos, e diferente do que sentia com Barry, me imaginar entrar em uma igreja em que ele estivesse no altar, parecia fazer toda a minha vida ter sentido.
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O Milagre: Reencontro
EspiritualContinuação da obra: O Milagre ♥ Após a partida de Thomas do país, a vida de Manuela virou de cabeça para baixo, com seus pais em coma, teve que deixar sua faculdade de Teologia de lado para trabalhar. Mesmo com todos os problemas que enfrentou e to...