Capítulo 22: Uma noite diferente

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— Eu mesma. — respondeu, sorridente.

Não fazia a mínima ideia de como ela conseguiu o meu endereço, mas já podia imaginar o porque Blair Lowell estava parada em minha porta. Certamente, ela não era a pessoa que eu esperava ver, mas nunca seria mal educado à ponto de mandá-la embora.

— O que faz aqui? — perguntei.

— Eu estava dando uma volta pela rua quando decidi te chamar pra jantar. Estou morrendo de fome.

— Agradeço o convite, mas não sinto a mesma fome que você.

— Ah, que isso. Vamos! Eu pago. — insistiu.

Não fiquei surpreso com sua insistência, na verdade, ela me parecia o tipo de garota que não desistia tão fácil do que quer. E esse era o problema, se ela realmente queria me levar para jantar, talvez, não fosse tão fácil fazê-la me deixar em paz.

— Eu não...

— Você vai deixar uma moça jantar sozinha? — interrompeu-me.

Pensei por alguns segundos na possibilidade, e mesmo que eu não quisesse ir, não parecia ser uma coisa tão ruim. Blair me parecia ser uma ótima companhia. Dividir uma mesa em um restaurante com ela, poderia ser bastante interessante.

— Eu vou, mas com uma condição.

— Qual? — perguntou, esperançosa.

— Eu pago o jantar.

— Sem problema. Está no seu DNA ser um cavalheiro.

Assenti em resposta, e sem demorar, fui até a mesa de centro, pegando as chaves do carro. Saímos do apartamento em silêncio, ao nos aproximarmos do veículo, abri a porta para que ela entrasse. Logo após isso, dei partida.

— Eu pude ver o violão que estava no sofá, você não parece ser o tipo de garoto músico. — disse, dando risada.

— Ah, e por que não?

— Porque você é dono de uma empresa. Se parece bem mais com um homem de negócios.

— Aparências enganam.

— Nunca tive tanta certeza disso como agora.

Desviei minha atenção brevemente da estrada, e Blair imediatamente esboçou um sorriso quando percebeu meu olhar. Mesmo que eu procurasse alguma semelhança com Manuela, elas não tinham exatamente nada a ver uma com a outra.

— Em qual restaurante você quer ir? — perguntei.

— Na rua Queen, tem um ótimo lugar.

— Ok, então.

Após alguns segundos de silêncio entre nós dois, Blair começou a puxar assunto, me contando sobre seu dia. Ela estava estudando jornalismo, e de uma maneira totalmente animada falava sobre qualquer coisa que envolvia o tema.

— Você gosta mesmo do que você faz. — comentei, em meio à sua história.

— É claro. Devemos escolher o que nos faz feliz, até porque, isso é exatamente o que vamos fazer pro resto das nossas vidas.

— Nem todos tem essa chance.

— Sou uma das felizardas. — sorriu.

Estacionamos em frente ao restaurante. Um lugar bem simples, mas notei pela janela que estava movimentado. Descemos do carro, e entramos juntos no local. Rapidamente pedimos uma mesa, e nos sentamos logo em seguida.

— Então, como foi o seu dia? — perguntou, fazendo com que eu desviasse a minha atenção do cardápio e a encarasse.

— Normal.

O Milagre: ReencontroOnde histórias criam vida. Descubra agora