Capítulo 40: Eu te vejo logo

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Mídia acima: Música cantada e tocada por Thomas.

Thomas POV'S

O som do disparo, fez meu coração doer. Apesar de gritar seu nome, já era tarde demais. Manuela foi de encontro ao chão. Senti todo o meu mundo cair sob meus pés, pela primeira vez em meses, tudo estava desabando, outra vez.

Corri até minha esposa com os olhos inundados em lágrimas, e pude ver que a mesma sangrava. Peguei em meus braços, chamando por seu nome diversas vezes, uma atrás da outra. E Manuela nem sequer parecia me escutar.

Eu tinha muito a perder, e ali, naquele momento, já parecia estar perdendo. Meu coração estava sendo tomado pelo ódio e pela tristeza, enquanto minhas lágrimas tocavam o seu rosto pálido, e agora, totalmente sem vida.

— Eu preciso de você. Não me deixa! — gritei.

Me levantei o mais rápido que pude e ainda com Manuela em meus braços, criei forças para andar. Minhas pernas pareciam pesadas demais, e apesar de trêmulas, consegui chegar até a metade do caminho, onde encontrei policiais.

— Senhor, o que aconteceu aqui?

— Ela está ferida! Por favor, me ajudem. — pedi.

— Chamaremos a emergência!

Uma policial se aproximou e pegou no pulso de Manuela, conferindo seus batimentos, após fazer um sinal de positivo, outros homens se aproximaram e a pegaram de meus braços. Fiquei paralisado, sem saber como agir.

Mais uma vez, aquele sentimento de impotência e culpa me dominava. Só que, diferente da primeira vez, eu não iria fugir. Não a deixaria. Apesar de fraco e impotente, eu ficaria ali, por ela, por nós e por nossa filha até o fim, se preciso.

Eu não conseguia ouvir nada ao meu redor. Meus olhos estavam presos na imagem de Manuela, cada vez mais distante. Quanto mais eu a olhava, mais ainda se afastava. Pode algo que amamos ir embora tão facilmente, assim?

— Encontramos um suspeito próximo à estrada!

As palavras entraram em minha cabeça como uma bomba, e então, voltei à realidade. A ambulância já estava ali, e assim que a porta se abriu, uma maca desceu e Manuela foi cuidadosamente deitada sobre ela, me deixando imóvel.

— Minha esposa! — gritei.

— Senhor, precisa se acalmar. Apesar do choque, deve responder algumas perguntas. — um policial se aproximou.

— Eu preciso ir com ela.

— Sinto muito, mas não será possível. A mulher será bem atendida e será encaminhada ao hospital. — garantiu.

— Eu preciso! — exclamei.

Já não conseguia pensar direito. A necessidade de ter que deixá-la sozinha era algo aterrorizante. Como eu podia permitir que minha esposa fosse levada sem mim? Aquele era o tipo de dor que eu nunca pensei experimentar.

— Após responder as perguntas, o deixarei ir. — explicou.

Ainda contra minha vontade, me dei por vencido, mas pedi para que me deixasse despedir de minha esposa e meu pedido foi atendido. Então, sem demora alguma, fui imediatamente até a ambulância onde Manuela já estava.

Um médico terminava de ligá-la ao respirador enquanto o enfermeiro tentava parar o sangramento. As batidas estavam fracas, totalmente diferente das minhas. Ela parecia ainda menor, e jamais a havia visto tão frágil.

— Você é parente dela? — o médico, perguntou.

— Marido. — respondi.

— Farei o possível para salvá-la. — acrescentou.

O Milagre: ReencontroOnde histórias criam vida. Descubra agora