Mídia acima: Música cantada e tocada por Thomas.
Thomas POV'S
O som do disparo, fez meu coração doer. Apesar de gritar seu nome, já era tarde demais. Manuela foi de encontro ao chão. Senti todo o meu mundo cair sob meus pés, pela primeira vez em meses, tudo estava desabando, outra vez.
Corri até minha esposa com os olhos inundados em lágrimas, e pude ver que a mesma sangrava. Peguei em meus braços, chamando por seu nome diversas vezes, uma atrás da outra. E Manuela nem sequer parecia me escutar.
Eu tinha muito a perder, e ali, naquele momento, já parecia estar perdendo. Meu coração estava sendo tomado pelo ódio e pela tristeza, enquanto minhas lágrimas tocavam o seu rosto pálido, e agora, totalmente sem vida.
— Eu preciso de você. Não me deixa! — gritei.
Me levantei o mais rápido que pude e ainda com Manuela em meus braços, criei forças para andar. Minhas pernas pareciam pesadas demais, e apesar de trêmulas, consegui chegar até a metade do caminho, onde encontrei policiais.
— Senhor, o que aconteceu aqui?
— Ela está ferida! Por favor, me ajudem. — pedi.
— Chamaremos a emergência!
Uma policial se aproximou e pegou no pulso de Manuela, conferindo seus batimentos, após fazer um sinal de positivo, outros homens se aproximaram e a pegaram de meus braços. Fiquei paralisado, sem saber como agir.
Mais uma vez, aquele sentimento de impotência e culpa me dominava. Só que, diferente da primeira vez, eu não iria fugir. Não a deixaria. Apesar de fraco e impotente, eu ficaria ali, por ela, por nós e por nossa filha até o fim, se preciso.
Eu não conseguia ouvir nada ao meu redor. Meus olhos estavam presos na imagem de Manuela, cada vez mais distante. Quanto mais eu a olhava, mais ainda se afastava. Pode algo que amamos ir embora tão facilmente, assim?
— Encontramos um suspeito próximo à estrada!
As palavras entraram em minha cabeça como uma bomba, e então, voltei à realidade. A ambulância já estava ali, e assim que a porta se abriu, uma maca desceu e Manuela foi cuidadosamente deitada sobre ela, me deixando imóvel.
— Minha esposa! — gritei.
— Senhor, precisa se acalmar. Apesar do choque, deve responder algumas perguntas. — um policial se aproximou.
— Eu preciso ir com ela.
— Sinto muito, mas não será possível. A mulher será bem atendida e será encaminhada ao hospital. — garantiu.
— Eu preciso! — exclamei.
Já não conseguia pensar direito. A necessidade de ter que deixá-la sozinha era algo aterrorizante. Como eu podia permitir que minha esposa fosse levada sem mim? Aquele era o tipo de dor que eu nunca pensei experimentar.
— Após responder as perguntas, o deixarei ir. — explicou.
Ainda contra minha vontade, me dei por vencido, mas pedi para que me deixasse despedir de minha esposa e meu pedido foi atendido. Então, sem demora alguma, fui imediatamente até a ambulância onde Manuela já estava.
Um médico terminava de ligá-la ao respirador enquanto o enfermeiro tentava parar o sangramento. As batidas estavam fracas, totalmente diferente das minhas. Ela parecia ainda menor, e jamais a havia visto tão frágil.
— Você é parente dela? — o médico, perguntou.
— Marido. — respondi.
— Farei o possível para salvá-la. — acrescentou.
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O Milagre: Reencontro
SpiritualitéContinuação da obra: O Milagre ♥ Após a partida de Thomas do país, a vida de Manuela virou de cabeça para baixo, com seus pais em coma, teve que deixar sua faculdade de Teologia de lado para trabalhar. Mesmo com todos os problemas que enfrentou e to...