2° LIVRO DA TRILOGIA "Manual (muito útil) de Como Sobreviver ao Ensino Médio".
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No final de 2017 as coisas ficaram um pouco turbulentas, mas o ano, felizmente, não foi uma total perda. Agora, um ano mais velhos e um pouco mais experientes...
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Nunca foi segredo pra ninguém que uma das coisas que eu mais gosto são festas. Mas ninguém nunca me perguntou o porquê de eu as amar tanto. E eu sei que você não está perguntando, mas vou responder mesmo assim.
Nós, jovens em geral, estamos sempre presos a algo. Estudos, religião, família, opressão, distúrbios e várias outras coisas que nos afligem. Mas, ao menos para mim, parece que ao colocar um pé em um lugar cheio de outras pessoas que passam por situações semelhantes às minhas diariamente, é como me desfazer de toda a bagagem radioativa que tenho carregado. A música me faz ver a vida com outros olhos e eu posso sentir essa forte conexão com pessoas que nunca vi na vida.
Enquanto estava me arrumando no meu quarto, ao som de Perfect Places da Lorde, já podia sentir aquela agitação pré-festa que sempre se instalava no meu peito.
Devo ter enfiado o aplicador de rímel umas três vezes dentro do meu olho, mas o que importava era que eu podia causar um furacão do outro lado da cidade ao piscar por conta de quão longos e volumosos meus cílios ficaram.
Quase matei o Sr. Darcy, meu gato, ao pegá-lo comendo a ponta da minha meia arrastão. Graças aos céus e toda aquela galera que a sociedade já acreditou, dos deuses egípcios a Jesus Cristo, o rasgo não era nada que um nozinho não resolvesse. Podia usar meias rasgadas sem o menor problema, mas de maneira alguma eu iria ostentar essas pernas branquelas que não veem a luz do Sol à séculos por aí.
Cheguei a conclusão de que hoje, definitivamente, não era meu dia de sorte quando fui pegar meu short no guarda-roupas e chutei com toda a força contida nas minhas pernas o pé da cama. Acredito que, depois de gastar todos os existentes, comecei a cuspir palavrões inventados na hora mas que exprimiam muito bem a dor que estava sentindo naquele momento.
Me joguei na cama e respirei fundo, me concentrando para mandar todo o latejar do meu dedinho embora. Minha paz foi interrompida por socos na minha porta, que quase me fizeram infartar.
