XX B - Férias 2.0

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— Como você encontrou esse lugar? — Perguntou Maiara boquiaberta

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— Como você encontrou esse lugar? — Perguntou Maiara boquiaberta.

Rosa dirigiu um sorriso orgulhoso para ela enquanto passávamos pela porta dupla de madeira pintada de rosa e verde de um brechó que, acredite ou não, era localizado na parte mais escondida da cidade.

— Minha mãe costuma passar por aqui quando vai levar meu irmão na escola — respondeu Rosalene, dando de ombros. — Ela acha que vamos acabar encontrando algo que valha a pena comprar.

— Você tem algo em mente? — Perguntei, enquanto corria os olhos por uma arara de vestidos.

— Preciso de um chapéu novo — informou Rosa, seguindo para uma prateleira cheia de bugigangas no fundo da loja.

Eu nunca havia entrado em um brechó antes. Mamãe achava estranho pagar por uma peça de roupa que outra pessoa já havia usado, independente do preço. Sabê-se lá quem era o dono anterior, ela costumava dizer, vai que você pega uma doença de pele ou algo do tipo. Particularmente, eu acreditava que minha mãe era apenas preconceituosa.

Com a ponta dos dedos, contornei a delicada renda preta que enfeitava o busto de um vestido de cetim vermelho-sangue. Era um modelo tomara-que-caia justo na altura dos joelhos. Imaginei quais histórias ele já havia presenciado. Talvez um jantar romântico entre algum casal ou a colação de grau da primeira filha de uma família grande a ir para a faculdade.

— Você deveria experimentar este — sugeriu Maiara que havia se materializado ao meu lado.

Segurei o ar dentro dos meus pulmões por um pouco mais de tempo do que o necessário. Eu podia ouvir a voz da minha Tia Antônia sussurrar na parte de trás da minha cabeça. Para quê? Ela perguntava incansavelmente. Em nem um milhão de anos esta peça ficaria boa em você.

Por mais que eu tentasse me livrar dos pensamentos negativos, por várias vezes eles voltavam com toda força para me atormentar e me tentar a ceder aos maus hábitos. Eu conseguia vencer quase todas as batalhas, mas algumas eram difíceis demais para serem travadas sozinhas.

— Meus ombros são muito largos — murmurei. Já havia dito aquela sentença tantas vezes para atendentes em lojas de departamento e para figurinistas em sessões de foto que as palavras saiam no automático. — Não posso usar nada sem mangas.

Manual (muito útil) de como sobreviver ao Ensino Médio - Segundo AnoOnde histórias criam vida. Descubra agora