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Garanto que naquele dia, nenhum deles parou de me encher o saco o dia todo, inclusive porque eu tive que ficar explicando a matéria à tarde.

- Amém, Noah. - abracei meu irmão, que me esperava na porta do colégio. - Obrigada por vir me buscar, não queira ir andando para casa.

- Venho te buscar todo dia enquanto não arrumar emprego.

- Obrigada, Noah. - beijei a bochecha dele e entramos no carro.

- A mãe falou da briga. O que aconteceu?

- A namorada do Jack, nosso primo, falou que eu estava dando em cima dele, me xingou e puxou meu cabelo, eu só dei o troco. - falei prendendo meu cabelo num coque.

- E o seu namorado idiota?

- Eu terminei com ele hoje de manhã.- falei enrolando a ponta do meu cabelo.

- Finalmente. - Noah falou batendo no volante depois de alguém estar andando devagar na frente dele. - Anda devagar na direita, filho!

- Ei, calma. - falei quando ele acelerou até demais. - Não esquece que eu quase morri quando o pai resolveu ultrapassar tão rápido assim.

- Não me lembra disso, Manuella.

O que aconteceu aquele dia? Eu explico.

Toda a família decidiu viajar junto no final do ano, eu tinha uns 8 ou 9 anos, não lembro direito, mas o carro da nossa frente estava muito devagar e longe do próximo, era uma via de mão dupla, nenhum outro carro vinha então meu pai decidiu passar o carro da frente, acelerou até uns 130km/h e passou pela contra mão. Metade do carro já estava na faixa certa, meu pai freou até uns 40km/h, mas a parte de trás não, quando um carro veio na nossa direção, em alta velocidade, e me acertou em cheio, já que eu estava daquele lado.

Me levaram para o hospital, fiquei internada e desacordada por uns 15 dias, um osso da minha costela tinha perfurado meu pulmão, quebrei vários ossos e não faço ideia de como saí viva de lá.

- Desculpa. - meu irmão falou quando eu comecei a soluçar no meio do choro.

- Tudo bem. - falei baixinho e chegamos em casa. - Oi, tio David.

- Oi, Manu. - Ele me abraçou e eu retribui.

- Avisa meus pais que eu estou no meu quarto? Minha dor de cabeça está me matando.

- Aviso sim, melhora. Toma um remédio. - Ele me soltou e eu andei até a escada.

- Obrigada, tio.

Subi e fui direto para o banheiro, tomei um banho demorado e quando fui para o meu quarto, tinha um prato com panquecas de chocolate empilhadas e um bilhetinho.

Desculpa por aquilo no carro, tem um remédio para a dor de cabeça e água na sua cômoda. Te amo, princesa. - N.

Sorri enquanto lia e comi todas as panquecas praticamente de uma vez só, tomei o remédio e mesmo cheia de coisas para fazer, só queria dormir até o outro dia, foi exatamente o que eu fiz, coloquei meu pijama, arrumei a cama e dormi.

Enemies//S.MOnde histórias criam vida. Descubra agora