#24 - flashback bônus

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— Maninha você não está nem um pouco animada com essa nova fase da nossa vida? — Esther pergunta animada.
— Só vamos para o último ano do colegial Esther — respondo pegando minha bolsa — vai ser só mais um ano como outro qualquer.
— Você precisa ser mais otimista Lia
— Para que? No fim eu sempre vou ser a garota estranha nerd e filha do pastor.
— Você não é estranha, somos idênticas e eu não sou estranha.

Esther era mais animada do que eu, ela sempre via um lado bom nas coisas, por mais ruim que estivesse a situação, ela sempre estava sorrindo, o que diferenciava uma da outra eras roupas e o cabelo, Esther tinha cabelos curtos e o meu são longos, estávamos com o uniforme da escola, vamos para mais um ano de sofrimento, ainda bem que é o último ano.

— Meninas? — minha mãe nos chama — pose para foto.

Eu só conseguia sorrir com a Esther e com meus pais, sempre fui mais reservada, acho que por isso as pessoas me achava estranha.

— Agora podemos ir — minha mãe  fala.

Vamos para o carro o caminho todo foi ouvindo louvores e cantando, chegamos em frente a escola, minha mãe para o carro, ela nós encara e comenta.

— Lia, depois da aula o seu pai vem te buscar, hoje a Esther tem dentista depois da aula e eu vou levá-la.

Olho para elas, apenas concordo com a cabeça sem questionar, acho estranho essas saídas da mamãe e da Esther as vezes, entramos na escola conversando.

— Será que eu posso ir também? — pergunto.
— Lia você não gosta de dentista — Esther responde — relaxa maninha, está tudo bem, é só um dentista.

Não falo mais nadq, em partes Esther tem razão, eu nunca gostei muito de ir a hospitais e dentistas, vamos para o mural onde fica os nomes e a salas que vamos estudar esse ano, começo a procurar meu nome nas listas.

— Primeiro A — falo sorrindo — e você?
— Estamos na mesma sala de novo — Esther responde sorrindo.
— Acredito que os professores vão nos confundir bastante, isso não vai ser tão divertido.
— Lia seja otimista só uma vez — Esther fala ajeitando sua mochila nas costas.
— Já te falei que eu só vejo a realidade como ela é.
— Só você mesmo em maninha.

Entramos na sala de aula, sempre é assim escola nova e pessoas novas, meu pai é um pastor nível regional, geralmente eles sempre mudam meu pai de igreja, então acaba que temos que nos mudar de casa ou de cidade, a aula estava bem interessante, do nada Esther abaixa a cabeça, percebo o quão  pálida ela está, isso não é normal.

— Esther, você está bem? — pergunto indo até ela.
— Sim eu estou, acho que vou tomar uma água.
— Você tomou café antes de sair de casa? — pergunto
— Não estava com fome.
— Toma — falo entregando uma maçã para ela — sempre pego para comer no intervalo, acho que segura a fome até bater o sinal.

Ela começa a comer volto a prestar atenção na aula, a Esther anda muito estranha ultimamente, as vezes nem parece minha irmã animada, fico pensando se realmente ela está bem, até que alguém senta ao meu lado.

— Lia né? — uma moça pergunta.
— É sou eu, quem é você?
— Sou Rosângela, hoje vai ter uma festa de início de ano, e todos os terceiros vai estár lá, espero você lá com sua irmã.
— O que vai ter nessa festa? - pergunto.
— Bom os meninos decidiram levar algumas bebidas alcoólicas, mas vai ter refrigerante e coisas para comer.
— Rosângela né?
— Isso mesmo.
— Eu agradeço o convite, mas eu não poderei ir, já tenho compromisso para fazer hoje, bem melhor do que ver adolescentes se embebedando e passando mal, prefiro ficar em casa mesmo.
— Deixa de ser careta — ela retruca sorrindo — vai me dizer que o papai e a mamãe não deixa? Quadrada.
— É eu prefiro ser uma careta e com saúde, do que uma adolescente com sérios problemas, vocês nem tem idade para beber, pense bem nisso querida.

As pessoas começam a vaiar a garota, Esther me olha e pergunta com preocupação.

— O que está acontecendo aqui?
— Nada — Rosângela diz — nós vamos se trombar por aí filhinha da mamãe.
— Você está ameaçando a minha irmã? — Esther pergunta.
— Ainda não falei com você siamesa dois.
— Acredito que você deve ter um pouco de juízo nessa sua cabecinha — Esther fala se levantando.
— AFF garota me erra — Rosângela fala a encarando.
— Te erro mesmo, tenho certeza que se você vir caçar confusão com a minha irmã, você vai estar se metendo em graves problema cabecinha de vento, você não é doida de encostar em um só fio de cabelo dela, que você vai ver o que eu faço contigo, acabo com a sua festinha ridícula em um piscar de olhos.

Esther da uma piscada para ela e faz com a mão para ela sair, uma coisa que a Esther nunca teve foi papas na língua, sempre enfrentava todo mundo, no último ano da oitava série, ela enfrentou Valentina, a menina mais briguenta de toda a escola, ela vivia implicando comigo, até que um Esther colocou ela no lugar dela.
Depois de uma longa aula saímos da sala, meu pai me esperava no portão, minha mãe desceu do carro me deu um beijo no rosto.

— Logo estaremos em casa — ela fala segurando a mão da Esther.

Esther vai com um olhar triste junto com minha mãe, entro no carro meu pai me leva para casa e volta a trabalhar, fico olhando para o relógio até que já estava quase dando quatro horas, minha mãe e minha irmã chegaram em casa, vou até elas olho para Esther que parece um pouco cansada.

— Tudo bem Esther? Como foi? — pergunto.
— Estou bem, um pouco cansada e enjoada vou subir para o quarto — ela diz cansada.

Ela está muito estranha toda semana uns dos meus pais sai com ela e sempre que voltam pra casa ela está  cansada, mais pálida que o normal, com enjôos, e toda vez que eu pergunto eles mudam de assunto e nunca me contam o porquê de tanto mistério com a Esther.

Diário de uma garota Cristã - Revisando...Onde histórias criam vida. Descubra agora