Todas as suas Chances

V i n t e e O i t o

O time de Josh, com participação especial de Damon, passou na frente por três pontos. A diretora Madson ficou feliz, pois eles foram classificados para o campeonato estadual no fim do ano. O time ganhador receberia Redbull como patrocinador. Fiquei muito contente porque, por mais que eu não fizesse ideia da situação que eu estaria no fim do ano, que seria em poucos meses, achava importante para Josh. Ele era bom e parecia amar jogar.

Assim que o jogo terminou, Kiara segurou minhas mãos e me puxou para o vestiário. O lance entre ela e Josh estava ficando sério. Eles estavam mais grudados e, confesso, um pouco melosos. Mas era bom. Josh merecia alguém que não o traísse e que lhe desse valor. E Kiara alguém bom e que não a quisesse só por dinheiro.

Quando chegamos, me arrependi na mesma hora de deixar com que ela me levasse até lá. Josh estava acabando de vestir a sua camisa, mas Damon estava com uma toalha enrolada na cintura e outra pendurada no pescoço enquanto segurava as duas pontas dela e conversava com um dos jogadores. As gotas grossas de água escorriam pelo seu corpo e seus cabelos estavam úmidos de uma forma sexy que fez com que uma sensação nostálgica passasse pelo meu corpo. Quando seus olhos prateados e seu sorriso se viraram para mim, uma de suas sobrancelhas grossas se arquearam e vi uma postura diferente tomar conta dele. Tão safado... tão gostoso!

Tentei virar o rosto, sabendo que minhas bochechas deviam estar vermelhas, mas não se passaram nem dois segundos e os meus olhos encontraram os seus novamente. Eu não conseguia, precisava tê-lo ou ficaria louca.

-Acho que vou falar com a diretora Madson sobre uma coisa. -falei para Kiara, alto o suficiente para que Damon ouvisse -Ouvi dizerem que ela está na QUADRA DE BASQUETE -desviei meus olhos de seu rosto e, de uma forma muito estranha, fiz um gesto com a cabeça para Damon.

-Por que está gritando? -Kiara perguntou, com uma leve franzida na testa e cara de quem ia rir -E está... estranha?

Enquanto ela segurava o riso, Damon gargalhava junto com o amigo. Cerrei os olhos em sua direção.

Idiota.

-Deixa pra lá. -Lhe dei um beijo na bochecha e sai.

Se Damon fosse esperto e entendesse meu recado, me encontraria na quadra. E eu lhe daria alguns tapas por zoar a minha capacidade de conseguir trocar recados apenas com gestos.

Como previsto, a quadra estava vazia e escura. Aquele lugar abria todos os dias, menos domingo e segunda... agarrei uma bola de basquete e fiquei brincando com ela nas mãos, enquanto esperava por ele.

E ele veio.

Seu cabelos ainda estavam úmidos, porém Damon estava vestido dos pés a cabeça. Ajeitei minha saia no corpo como se, só com seu olhar, ele tivesse capacidade para arrancar as minhas roupas.

-Queria me ver?

Dei de ombros, como se aquilo o respondesse.

-Como vai a perna? -Perguntou, depois de trancar as portas.

Notei que eu as esfregava com força. O que era isso? Era como se o inferno tivesse vindo para a terra. Sentia um calor que nunca havia sentido antes. Eu até parecia uma daquelas personagens bobinhas que encontravam seus chefes sedutores e arrogantes e tinham fantasias.