V i n t e e T r ê s

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Damon soltou as minhas mãos depois de um tempo e, ainda relutante, segurei seu rosto entre as minhas mãos. Ele passou o braço pela minha cintura e me empurrou, até que eu estivesse contra a pia, então em um movimento rápido eu já estava sentada sobre a mármore e Damon trabalhava em levantar as anáguas para abrir caminho. As pessoas normais se afastariam e diriam: não, eu não posso fazer isso, tenho um namorado e blá blá blá... na verdade, eu devia estar fazendo isso, só que a prática é muito mais difícil que a teoria. Eu sabia que Damon era viciante. Sabia que devia manter distância justamente por causa daquilo... uma vez que eu comecei, simplesmente não me permitia parar. Era egoísmo da minha parte e safadeza também, pois Louis não merecia. Mas como eu disse, a prática é muito mais difícil.

Era engraçado o fato de eu conseguir permanecer virgem namorando com Louis por dois anos e ali, em três minutos, estar disposta a me entregar completamente para Damon.

Ele posicionou as mexas de cabelo que caiam do coque para o lado, achando caminho, e seus beijos desceram pela minha clavícula. Gemi quando ele depositou algumas mordidas, seguidas de pequenos chupões. Se de uma coisa eu podia ter certeza, era que eu amanheceria com aquela parte roxa.

-Você está linda, muito linda -Sussurrou, entre beijos e mordidas -mas podia ao menos ter usado algo mais fácil de manipular.

Sorri quando ele disse aquilo e levei sua mão até a lateral do meu vestido mostrando o fecho, como se aquilo fosse a resposta. Ele o agarrou sem pensar duas vezes e começou o caminho de descida, enquanto voltava a tomar meus lábios, chupando e lambendo.

-Eu sabia que isso aconteceria... Isso... é algo que eu nunca senti antes. -murmurou sem fôlego, enquanto acabava de abrir o zíper.

Ai eu me toquei.

Me toquei de que era exatamente aquilo que Damon esperava de mim. Ele simplesmente apareceu do nada e me tomou, como se eu não tivesse outra opção. Essa foi outra chance que lhe dei. A chance de me proporcionar o melhor beijo em um momento tão inesquecível quanto aquele. Mas essa foi uma das chances que eu mais tive prazer em dar... Mas as pessoas sempre falam as coisas erradas nas horas certas e aquilo era o máximo que ele teria de mim.

Parei seus movimentos em um estampido e, depois de afasta-lo, desci da pia de mármore a ajeitei meu vestido. Seus olhos me analisaram. Eu apenas ignorei. Sabia exatamente no que ele estava pensando e também sabia que ele não conseguia decidir o que fazer. Damon estava bêbado e parcialmente drogado. Talvez nem se lembrasse disso no outro dia.

Fui até a chave, pegando-a do chão e destravei a porta. Antes de sair, me virei. Damon era tão lindo, tão quente e apaixonante. Eu me lembro que nesse dia, quase joguei tudo pro alto e fui até a ele para terminar o que começamos. Só que meu orgulho, meu caráter e, eu garanto, minha puta força de vontade, me mantiveram consciente.

-Isso nunca mais vai acontecer, Damon. Acho melhor você ir procurar outra presa agora. O joguinho acabou por aqui.

Eu ia saindo, quando sua voz baixa e ao mesmo tempo irritada, ecoou pelo banheiro que agora mais parecia um cenário de filme de suspense.

-Eu sinto muito que tenha traído seu namoradinho e sinto muito que você não consiga ficar longe de mim por muito tempo.

Além de todo aquele clima pesado, Damon ainda podia ser debochado e egocêntrico. Sorri de canto e saí, deixando-o no banheiro sozinho. Depois daquilo, eu não saberia se ele iria se acalmar ou fazer algo para melhorar aquela ereção maravilhosa que eu reparei em suas pernas.

***

É claro que a culpa ia me encontrar. Depois de achar uma sala vazia, a primeira coisa que fiz foi ligar para Louis. Doía saber que ele me amava incondicionalmente e que ele nunca teria feito como eu fiz. Nem se uma mulher gostosa ficasse nua em sua frente... nem se Melanie, com toda a sua beleza e personalidade forte, lhe tentasse. Louis tinha uma coisa que eu apenas sonhava em ter: alto controle.

-Amor. -Minha voz saiu mais culpada do que eu queria parecer.

Fechei os olhos e respirei. Eu não ia contar isso. Por mais que talvez ele pudesse me perdoar... eu não contaria por dois motivos:

Primeiro, ele seria capaz de chegar ali em um par de horas.

Segundo, eu não estava a fim de envolver Damon em minha vida mais do que ele estava envolvido.

Então tentaria esquecer e simplesmente apagar aquelas cenas que aconteceram a pouco.

-Princesa, como está a festa?

Ao contrário do que eu imaginei, conversar com Louis não me fez mais calma ou menos culpada. Só contornou a situação.

Quando eu voltei para a quadra, estava totalmente sem clima para continuar dançando. Grant me perguntou se eu estava bem. Disse que eu estava com cara de enterro e que meus cabelos estavam um pouco bagunçados. Isso fez eu me lembrar o motivo. Meu estômago se contraiu. Bom, primeiro o ato, depois a negação e então a aceitação. Era questão de tempo, eu não estava disposta a repetir aquele erro. E acreditem, escolher aquela faculdade havia sido uma alavanca de erro. Era um atrás do outro, sem previsão para acertos.

Mais tarde, Kiara me encontrou. Ela estava um pouco grogue, talvez havia bebido de mais. Seu sorriso era como um tapa na minha face. Pelo menos alguém estava satisfeito com a noite.

Eu disse a ela que estava cansada e enjoada e que iria para a casa. Grant disse que me encontraria no Campus na segunda-feira, graças a Deus não quase me obrigou a ficar.

Me lembro perfeitamente que aquele caminho de volta ao meu apartamento, vestida de Cinderela e rodeada de olhares, foram os quinze minutos mais eternizantes da minha vida.

***

Há muitas coisas que eu gostaria de não ter feito
Mas eu continuo aprendendo
Nunca tive a intenção de fazer aquelas coisas com você -The Reason

Todas as suas ChancesOnde histórias criam vida. Descubra agora