Sobreviver ao Amor

6.1 » Ilusão

Aqui estou eu, novamente.

Derretida pela tua presença.

Eu não consigo perceber o que te vai na cabeça.

Antes era invisível para ti.

Agora parece que decidiste finalmente reparar em mim. Fazer as mesmas coisas que eu faço.

Eu não percebo. Mas por um lado não me importo.

Tudo isso me deixa feliz. Os olhares e os encontros que tanto desejei que acontecessem.

São pequenas coisas, mas são o suficiente para me fazerem o dia. São suficientes para me deixar todos os minutos a pensar em ti.

Não era suposto isto estar a acontecer.

Era suposto eu esquecer-te. Era suposto ignorar a tua existência.

Mas tu voltaste a dar-me esperança.

E eu, fraca como sou, em vez de a rejeitar, aceitei-a e agarrei-a com todas as minhas forças.

Não percebo porque fazes isto.

Porque é que me continuas a iludir?

Sabes bem que as tuas pequenas ações são o suficiente para me levar ao céu.

Sabes bem que tens controlo sobre mim.

Sabes bem que só tenho olhos para ti.

Por mais que tente, não consigo desligar-me de ti.

Estás sempre lá. E eu quero ver-te sempre.

Quero ver o teu sorriso que adoro tanto.

Quero continuar a observar-te e perceber que os teus hábitos não mudaram nada.

Porque é que continuas tão presente na minha vida?

Era suposto por esta altura já não teres significado nenhum para mim.

Mas quem é que eu quero enganar?

Mesmo que te esqueça, nunca vou esquecer a marca que me deixaste.

Porque é que continuas a fazer-me sonhar?

Podes fazer-me ter os sonhos mais bonitos de sempre... e acredita que fazes.

Mas não passam de sonhos. Ilusões.

Continuo a viver iludida com a esperança de um futuro que nunca vai existir.

Isto é que é estar apaixonada? Viver numa realidade fictícia?

É. E eu sei que devia acordar para a verdadeira realidade.

Mas não consigo largar o conforto da realidade que tu me proporcionas.

Raios te partam, rapaz! Dás cabo de mim...

E eu não sei o que fazer com isso.

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[ 23/11/2017 ]