2.1 » Tristeza

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Tristeza. É a única coisa que consigo sentir quando chego a casa, depois de mais um longo dia.

Já não te tenho perto de mim.

Já não tenho nada para me alegrar.

Já não estás aqui para fazer brilhar a chama que há em mim.

Não estás aqui para eu te observar atentamente e estudar todos os teus detalhes.

Quando o dia chega ao fim, não me resta nada. Nada, para além da vontade de estar contigo. Vontade essa que não pode ser satisfeita.

Durante o dia, tu dás-me esperança e conforto. És a minha luz. Metes-me a sorrir imensas vezes sem saberes.

Mas, à noite, só me restam lembranças. Lembranças dos bons momentos passados durante o dia. Lembranças da esperança trazida, esperança essa que já permanece em mim há bastante tempo, ainda sem ter mostrado nenhum sinal de mudança.

E sinto-me triste. Triste e vazia. Vazia, mas tão preenchida de dor e frustração.

Durante o dia, sinto que posso sonhar livremente e que tudo o que desejo se pode realizar.

É à noite que a realidade me atinge. Apesar de poder estar perto de ti, não te posso ter.

E isso dói. Dói imenso.

Tu já estás tão presente na minha mente que me custa perceber que és apenas uma ilusão de felicidade.

A minha cabeça é um aquário turbulento, onde apenas nada um único peixe. Pequeno mas, que de alguma forma, consegue preencher todo o espaço.

Estou farta desta tristeza que não me abandona, mas não consigo ter forças para esquecer o seu causador.

Talvez o problema seja esse, já estou tão consumida por ele que já não lhe consigo resistir.

Tenho renascido sempre das cinzas, mas estou farta de ter de morrer por dentro.

Não quero mais cinzas das chamas que se apagam.

Prefiro ficar permanentemente nas cinzas. Já estou habituada a elas e assim não sofro mais desilusões.

Estou tão farta de sofrer.

Preciso de encontrar a luz em mim própria.

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[ 11/05/2017 ]

Sobreviver ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora