Draco caminhava distraidamente pelo longo corredor que dava acesso ao salão comunal da Sonserina.
Seus pensamentos estavam nublados de preocupação, como será que Harry se sairia? Ele sobreviveria? Levou as unhas à boca, mas ao se tocar do que estava quase fazendo, as enfiou nos bolsos do blazer verde que usava. Não roeria suas unhas, era uma mania feia e além do mais elas estavam grandes e bonitas, queria mantê-las assim por um bom tempo. Era muito vaidoso e valorizava pessoas que também eram.
Sua atração foi direcionada para um canto escuro do corredor, o som de um gemido baixo, agoniado, como se a pessoa que produz o som estivesse com muita dor. Andou alguns passos na direção do som e não viu nada, até baixar seu olhar e ver Harry, seu Harry estirado no chão.
Correu os passos que faltavam e se ajoelhou ao lado do menino, tocou seu rosto machucado e puxou a varinha das vestes.
Os ferimentos abertos e as manchas amareladas, que logo se tornariam verdes para depois então ficarem roxas, o deixavam intimidado.
Eu sei mais feitiços curativos do que qualquer um da minha idade, eu sou capaz de cuidar dele. Draco pensou, motivando-se e então começou a murmurar os feitiços básicos de cicatrização, vendo imediatamente os cortes se fecharem e as cicatrizes pequenas sumirem junto aos hematomas que marchavam o rosto de Harry.
Um grunhido rouco saiu dos lábios de Harry quando ele abriu os olhos.
- Merda! - Praguejou, piscando. Olhou ao redor perdido, até encontrar os olhos de Draco, que demonstravam toda a preocupação que sentia.
- Você está bem? O que aconteceu? Por que você está nesse estado? Quem fez isso? - As perguntas saíam sem controle enquanto apertava as mãos sobre o manto pesado e verde Harry usava.
- E-eu... Krum... Me bateram... Dói na barriga... - Voltou a fechar os olhos, deitando a cabeça no chão frio. Sua cabeça estava latejando, sua barriga parecia estar sofrendo a maldição cruciatus, suas pernas pareciam ser a única coisa que estavam em um "bom" estado.
Ao ouvir as últimas palavras proferidas pelo moreno, Draco começou a desabotoar o casacão verde musgo, pensou que se não fosse por causa dele os ferimentos estariam muito piores.
Foi uma tarefa difícil, Potter não colaborava nem um pouco, talvez estivesse desmaido novamente. Onde estavam todos os alunos que perambulavam pelas masmorras? Em quinze minutos ali ninguém ainda havia passado.
Cogitou enviar um patrono a alguns de seus amigos, para que chamassem a enfermeira, mover Harry estava longe de ser uma opção, principalmente quando as costelas do menino pareciam estar saltando pra fora do peito. Na melhor das hipóteses o peito estava apenas inchado por causa dos hematomas, mas tinha quase certeza de que pelo menos duas costelas haviam quebrado.
Ergueu a varinha, pensou em seus pais, seus amigos, sua escola, mas apenas alguns fiapos de fumaça prateada saíram de sua varinha.
- Por favor... Por favor... - Pediu à varinha, como se ela fosse atendê-lo.
Pensou em Harry, em como foram próximos quando criança, em como o menino dizia o amar.
- Expecto patronum! - Dessa vez uma magra doninha prateasa escapou da ponta de sua varinha. - Quero que leve um recado a enfermeira Pomfrey, diga que há um aluno ferido no corredorer que leva à sala comunal da Sonserina.
Assistiu ansioso o animalzinho luminoso sumir de sua vista assim que virou o corredor.
Encarou o rosto amado novamente e se abaixou, beijando a testa suada de Harry.
- Você vai ficar bem, eu estou aqui. - Escorou-se na parede, esperando que seu patrono voltasse com a ajuda.
(x)
Harry acordou sem saber onde estava, a única coisa que sentia era o toque leve de uma mão junto a sua mão. Nada em seu corpo doía, diferente da última vez que lembrava estar acordado.
Abriu os olhos devagar, mas tudo o que viu foi o espaço ao seu redor totalmente embaçado, esticou a mão que estava livre e tateou o colchão a procura de seus óculos, mas não foi preciso continuar a procura, seus óculos foram colocados em seu rosto e enfim pode concluir que estava deitado em uma maca, mais um dos enfermos da enfermaria de Hogwarts.
Virou o rosto na direção onde estava a pessoa misteriosa que segurava sua mão e viu Draco, lindo como sempre, com os cabelos presos em um rabo de cavalo na altura da nuca e sem seu tradicional uniforme de Beauxbatons.
- Oi. - A voz de Draco soou tímida, ele ainda não havia soltado a sua mão.
- Oi. - A rouquidão de sua voz foi assustadora, pigarreou na tentativa de normalizar ela, mas a única coisa que surgiu foi uma dor profunda na garganta.
- Você está bem? - Harry assentiu para a pergunta. - Está com sede? - Assentiu novamente e Draco serviu-o de água, que estava em uma bandeja ao lado da maca e que até então não havia notado que estava ali.
Sorveu em três longos goles o líquido do copo para logo em seguida perguntar algo que estava entalado em sua garganta:
- Como eu vim parar aqui? A última coisa que eu lembro foi a dor. - Largou o copo na bandeja e se virou de frente para Draco, que agora se sentava ao seu lado, sobre a maca.
- Eu te encontrei machucado em um dos corredores das masmorras, você estava cheio de cortes e hematomas no resto e no pescoço, duas costelhas quebradas, seu abdomen está roxo de tão machucado, suas pernas são as únicas coisas que restaram intactas.
Harry soltou um suspiro, sorrindo malicioso para o loiro.
- Não quer conferir se as minhas jóias estão de fato em um bom estado? - Mordeu os lábios.
Draco se levantou, seu rosto corando fortemente enquanto vestia seu casaquinho lilás de lã.
- C-como? S-seu... Seu atrevido! - Bufou batendo os pés em direção à saída da enfermaria. - Nunca mais ouse falar comigo nesse tom safado. Me respeite! - Disse sem se virar, berrando pela enfermaria enquanto cruzava as portas duplas.
Madame Pomfrey saiu correndo de sua salinha, localizada ao fundo da enorme enfermaria.
- O que aconteceu aqui, mocinho? - Perguntou severa para Harry.
O menino deu de ombros, sorrindo inocente.
Do lado de fora Draco se encostou na parede, retomando seu fôlego, o Harry de minutos atrás parecia o Harry das férias. Céus! Se continuasse assim como iria conseguir escapar de seus sentimentos embaralhados?
(x)
gente, não pretendo me aprofundar mt nessa fanfic, afinal eles já se conhecem e já são apaixonados a muito tempo, então terão no máximo uns 15/16 caps (incluindo o prólogo e o epílogo)
obrigada pelas visualizações, pelos comentarios e votos
bjss
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Unrequited - Drarry
FantasyEm um mundo onde Voldemort não existe, Harry Potter é apenas um menino normal, que tem pais e um irmãozinho que ainda nem nasceu. Seu único problema era o amor não correspondido, obcecado por Draco Malfoy desde que se entende por gente. Draco possuí...