CAPÍTULO II - RETORNO AO INTERNATO

56 7 4
                                    


Após aquela bela conversa entre pai e filho, para não dizer outra coisa, arrumei meus pertences e pedi ao mordomo para levar minhas coisas até o carro. Despedi-me de alguns empregados e comecei minha longa viagem ao velho internato no sul da França, onde passei maior parte da minha vida. Após algumas horas, paramos na casa de um aristocrata croata amigo de meu pai. O motorista havia dito que passaríamos a noite lá. Depois de mais um tempo de viagem, finalmente cheguei ao internato.

Mal cheguei e logo fui recepcionado pelo diretor Jean Surt. Todos o chamavam de Sr. Surt. Logo veio aquela intensa vontade de chutar aquele velho, que não satisfeito em tornar minha vida um inferno, convenceu meu pai a me levar para a Groenlândia. Mas reprimi meus desejos e o cumprimentei:

- Que imenso prazer em reencontra-lo, Sr. Surt.

- Não temos tempo para falsas cordialidades meu rapaz, por favor, me acompanhe.

- Poderia ao menos saber para onde está me levando?

- Perguntas pode esperar.

Confesso que fiquei irritado com a resposta inesperada, mas quando percebi que o velho permaneceria irredutível, apenas o segui. Passamos pelo jardim da entrada, esperando que iriamos em direção a diretoria. Só que Sr. Surt ia em direção as Campinas da Aurora, lugar que era proibido a todos os alunos. Paramos em frente ao imenso portão dourado que era a entrada do belo campo aberto, com toda sorte de tulipas coloridas (pois Sr. Surt era viciado nestas flores). Mesmo a anos naquele internato, nunca tinha chegado tão perto daquele portão, nem havia apreciado o doce perfume daquela infinidade de tulipas. Após alguns minutos em silêncio em frente aquele portão, Sr. Surt inquiriu-me:

- Não vai entrar?

- Esse lugar é proibido para todos os alunos, o senhor sabe muito bem disto. E por mais que eu quisesse entrar, este portão está trancado!

- Será mesmo? Já tentou tocá-lo antes?

Passei alguns segundos questionando o motivo de uma pergunta tão idiota. Já que não tinha nada a perder, passei a mão levemente sobre uma das barras de ferro do portão. Uma pequena luz começou a surgir, e o cadeado do portão caiu, fazendo com que as correntes simplesmente desaparecessem. Fiquei bastante assustado, e o Sr. Surt chegou a dar uma pequena gargalhada. Sr. Surt abriu o portão e me disse:

-Meus parabéns, meu jovem, aqui começa a sua verdadeira jornada.


Em breve:


CAPÍTULO III – CONHECENDO AS CAMPINAS DA AURORA

ORIGEM DOS ELEMENTOS - JORNADA DA ÁGUAOnde histórias criam vida. Descubra agora