CAPÍTULO XXXVII - INÍCIO DO (MEU) TREINAMENTO

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Aproveitei a tarde para dormir, já que estava exausto da noite passada. Anoiteceu, e Amaterasu ainda não tinha voltado. Após o jantar que Kasumi e Lindsey prepararam juntas, eu fui para o meu quarto. Todos permaneceram na mesa, com exceção de Kristofer, que não foi jantar. Eu o encontrei no quarto, sentado na cama. Deito-me em minha cama e pergunto:

- Alguma coisa aconteceu, Kristofer?

- Não. Estava apenas pensando na vida. E em tudo que estamos passando.

- Isso o deixa deprimido?

- Em partes, sim. Mas graças a você, pude me sentir um pouco melhor. Muito obrigado por aquele passeio em Lyon.

- Não há de quer. Achei que as coisa mudariam a partir daquele dia.

- Do que você está falando? - Fiquei um pouco arrependido de minha última fala, mas já que já tinha começado...

- Bem, você é uma pessoa extremamente tímida. E eu achei que você se enturmaria um pouco mais depois daquela viagem. - Kristofer baixa a cabeça e fala em um tom de voz bem baixo:

- Eu até tentei. Mas depois que você e Lorenzo se tornaram melhores amigos, eu fiquei de lado mais uma vez...

- E por que não nós três? Você poderia ter ficado conosco. Mas isso já não importa mais.

- O que aconteceu entre você e o Lorenzo. 

Eu não estava disposto a contar, porém Kasumi salvou minha vida, pois ela chegou e me chamou. Saímos e ficamos sentado na porta do templo. Conversei com ela sobre o que eu havia conversado com Kristofer,  e evitei de falar sobre Amaterasu. Trocamos algumas carícias(se é que você me entende) até a hora de dormir. Ela entrou e eu fiquei esperando Amaterasu aparecer. Fiquei uns dez minutos esperando, até que ela surge na minha frente. Pegunto assustado:

- De onde a senhora saiu?

- Eu passei o dia inteiro na sua cola e você não percebeu minha presença. Mas isso não acontecerá a partir de hoje. Levante-se.

Eu fiquei de pé e a segui até o centro do pátio. Ela começou a explicar o que aconteceria:

- Para usar seu chi, você precisa basicamente se concentrar. Mantenha seus pulmões oxigenados e sinta tudo que está ao seu redor. Para melhorar a experiência, fique de olhos fechados e tente encontrar meu chi.

Fiz o que Amaterasu me propôs. Tentei algumas vezes e não obtive nenhum progresso, até ela ficar levemente irritada e me dar algumas aulas de respiração e apoio do diafragma. Após isso, consegui ver uma clara silhueta branca surgindo na escuridão dos meus olhos. Era Amaterasu. Conseguia ver seus passos silenciosos, seu manto a tremer com o vento. Disse a ela o que se passava, e ela começou a dizer:

- Excelente. Agora podemos avançar para o próximo passo. Você sabe alguma coisa sobre psicologia das cores?

- Tenho um bom domínio no tema. - Respondo em um tom soberbo, com medo da soberba ser minha ruína.

- Então preste atenção em meu chi mais uma vez.

Amaterasu envolveu-se com seu manto de luz branca. Logo em seguida, o branco deu lugar a outras cores, como o amarelo, o verde, o vermelho, o azul. O que mais me chamou atenção foi sua expressão facial, que não mudou nenhuma vez enquanto ela mudava as cores. Ela então falou:

- Sei que você percebeu. Agora, com essa habilidade, você poderá conhecer as pessoas em sua essência,literalmente. Agora você pode ir, já está tarde e você tem que estar preparado para o treinamento de amanhã. - Ela dá um salto e vai parar no topo do templo, onde ela fica em posição de meditação.

Entro no templo pensando nas mil e uma formas na qual eu poderia usar isso. Vou em direção a cozinha e me encontro com Lindsey, que estava lavando a louça do jantar que ela esquecera. Acabo de encontrar minha cobaia. Sei que isso é desumano da minha parte, mas como vocês já devem ter percebido, eu gosto de que tudo gire ao meu redor. Passo alguns segundos observando a aura de Lindsey, que estava branca. Logo em seguida começo a puxar conversa:

- Olá Lindsey. - Toco seu ombro esquerdo levemente. Coloco meu queixo sobre seu ombro direito de forma amigável(como sempre fazia no internato), mas dessa vez, deixei minha cabeça um pouco inclinada, a fim de fazer minha respiração fazer cócegas em seu pescoço. Sim, eu sei que isso pode parecer traição, mas só estava usando meu conhecimento para fazê-la sentir o que eu queira que ela sentisse. Ela responde em um tom adocicado:

- Olá Luke. Acordado até essa hora? - Instantaneamente, sua aura fica levemente rosada. Acho que tinha alcançado meu objetivo. Qual era o sentimento que se passava? Eu não tenho certeza, mas se fosse para chutar, diria que seria uma mistura entre timidez, paixão e libido. Para continuar meu experimento, me afasto rapidamente e digo em um tom mais sério:

- Vim buscar um pouco de água para mim e para minha namorada. Agora preciso ir se não se importa. - Pego uma jarra e dois copos e saio da cozinha. Não consegui ver o rosto de Lindsey, mas consegui ver uma forte aura vermelha emanando de seu corpo. Não preciso nem dizer o que isso significa.

Parece que Amaterasu tinha me ensinado um belo truque. Contudo, como um bom conhecedor da alquimia, sei que nada nessa vida é de graça, que o mundo é movido por trocas. O que aquela velha quer de mim?


Esse capítulo foi mais um daqueles que eu tentei por uma pegada diferente. Qualquer opinião, basta comentar ;) 

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⏰ Última atualização: Mar 28, 2018 ⏰

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