CAPÍTULO XXXI - ANDANDO PELAS CATACUMBAS EGÍPCIAS

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Olá leitor, estou passando para avisar que esse capítulo iniciará uma nova era da história. Posso estar hiperbólico nessa afirmação, mas apenas o tempo poderá confirmar...

Kasumi e eu começamos a planejar algum modo de sair daquele lugar. Ela sugeriu:

- E se nós usarmos a manipulação da terra e abri um buraco para sair daqui?

- Seria bom, mas acho que estamos debaixo de muita areia, que provavelmente nos soterraria.

- Então o que você sugere? - Passo alguns segundo pensando e respondo

- Acho que devemos seguir em frente. - E aponto com a tocha para o escuro corredor.

- É, já que não temos escolha, vamos.

Começamos então a andar pelo corredor, que era totalmente feito de pedra. As paredes eram preenchidas por hieroglifos em alto relevo. Paramos em frente a uma porta de pedra, com vários hieroglifos pintados. Kasumi e eu tentamos empurrar, mas não obtemos sucesso. Ouço a voz de Goethe novamente:

- Já que estamos unidos dessa vez, então considere isso uma cortesia. - E uma intensa luz roxa começa a emanar da porta de pedra, e os hieroglifos transformam-se em um texto em latim. Digo em um tom irônico:

- Nossa, que grande ajuda... 

- Você está louco? Como isso aconteceu? -Pergunta Kasumi.

- Isso é obra do Goethe, parece que ele decidiu nos ajudar. Vou decifrar isso. - Aponto a tocha para o texto e começo a ler em voz alta:

Os gregos diziam: o Egito foi o começo, Roma será o fim. O poder vai voltar a origem, e este templo é seu guardião, e suas paredes, ocultam as respostas. O início e o fim será a chave de seus caminhos.  

- O que isso quer dizer?

- Não faço ideia, mas a resposta deve estar nas paredes. Vamos procurar alguma coisa. - Respondo.

Começamos então a analisar as paredes. Tentei ver se tinha algo que eu pudesse interpretar. Kasumi também procurava, mas não encontrava nada. Até que após alguns minutos, Kasumi me chama e diz:

- Olha esse símbolo. Ele é diferente dos outros. Você acha que pode significar algo? - Analiso o símbolo por alguns segundos e respondo:

- Bem, isso são um alfa e um ômega, respectivamente. O que isso estaria fazendo em um templo egípcio? - Reflito por mais um instante e digo:

- Já sei. Alfa é a primeira letra do alfabeto grego, e ômega é a ultima. O texto diz que o início e o fim é a chave. Então se... - Eu olho as letras mais de perto e percebo que elas possuem um relevo diferente, semelhante a um botão. Eu aperto esse botão e as portas de pedra se abrem.

Vou na frente e Kasumi me segue. O corredor após a porta não mudava muita coisa, a única diferença é que esse outro corredor era mais largo. As portas se fecham assim que passamos. Olho para frente e percebo alguns pequenos pontos de luz no meio do corredor escuro.  Essas luzes aumentam gradativamente de tamanho, até que chegam em uma certa distância e vejo que são bolas de fogo. Instintivamente, me jogo no chão e puxo Kasumi junto, que se não fosse por esse reflexo, as bolas nos acertariam em cheio. As bolas acabaram destruindo as portas, deixando o caminho livre para voltar. Kasumi então diz:

- Obrigada por me salvar. Não sei como não vi essas coisas se aproximando.

- Não se preocupe com isso, pois sei que você faria a mesma coisa. Vamos continuar.

Continuamos andando pelo corredor. Até que paramos para ler algo que estava escrito na parede, que era claramente um alerta. Estava escrito com sangue e parecia ser bem recente, e dizia o seguinte:

Professor, eu juro que tentei, mas eu e meus companheiros não conseguimos evitar as armadilhas. Nos desculpe.

- Seu aluno, Will Locke.


Logo embaixo do texto, havia uma pilha de esqueletos. Ao ver isso, Kasumi virou o rosto e ficou trêmula, mas tentou evitar que eu visse isso. Continuamos andando. O corredor parecia tranquilo, até que Kasumi tropeça em algo e dois marchados gigantes quase me partem no meio. Isso faz que eu tropece em um buraco e o chão começa a se abrir. Vejo uma argola no teto, que uso para fixar meu chicote. Em seguida agarro Kasumi exatamente no momento que o chão se abre por completo, mas com isso acabo deixando a tocha cair. Ficamos suspensos e, ao olhar para baixo, vejo um emaranhado de serpentes se queimando com a tocha, o que era ruim, pois elas saltavam tentando agarrar nossos pés. Meu braço não estava conseguindo suportar o meu peso e o de Kasumi. Eu disse desesperadamente:

- Kasumi, eu não vou aguentar por muito tempo. Me ajude a balançar para que nós consigamos chegar ao outro lado

Então começamos a nos jogar de um lado para o outro, mas o meu braço enfraquece e o chicote de água se desfaz. Por sorte, o impulso nos faz conseguir segurar a borda do precipício. Eu subo rapidamente e ajudo Kasumi a subir. O fogo estava se espalhando e em minutos todas as serpentes do buraco estava em chamas. Kasumi vira de costas para mim e diz:

- Eu não quero morrer aqui.

- E você não vai. Nós vamos sair daqui juntos.

- Eu não quero morrer aqui. - Ela grita e repete freneticamente. Eu seguro seus ombros e digo:

- Nós não vamos morrer. Eu vou te proteger. - E a abraço.

Kasumi me abraça de volta e começa a chorar sem parar. Passamos alguns minutos ali abraçados e aquecidos pelo calor das serpentes pegando fogo. Eu passo levemente a mão no rosto de Kasumi, e ela começa a aproximar-se do meu rosto lentamente. Nossos lábios então se tocam delicadamente, até que por fim, o beijo é consumado. Tento parar, pois lembro-me do sentimento de Lorenzo, mas meu corpo não obedece as minha ordens. Sentia diversas sensações que nunca havia sentido antes. E ali, naquele lugar nada romântico, meus lábios perdiam a virgindade...

L'amour est dans l'air...

O que será que vem depois?

CAPÍTULO XXXII - UM BRINQUEDO NOVO

ORIGEM DOS ELEMENTOS - JORNADA DA ÁGUAOnde histórias criam vida. Descubra agora