O romantismo logo foi interrompido pelos risos irônicos de Goethe. Ele dizia:
- Mas que belo casal. Meus parabéns - Dá mais uma gargalhada e continua - Não esqueçam que vocês ainda tem que sair daqui.
Infelizmente, ele tinha razão. Então continuamos nossa caminhada pelo corredor. Ficamos um tempo andando no escuro, sendo iluminados por algumas fagulhas de chamas que nós fazíamos juntos, até finalmente encontrarmos outra porta. Assim que a tocamos, ela se abriu. Uma enorme sala iluminada por tochas revelou-se em nossa frente. Era adornada de deuses egípcios, que eram os pilares que davam a sustentação. Ao fim da sala, havia uma cruz ankh dourada, com um grande rubi encrustado em seu centro. Goethe falou mais uma vez:
- Muito bem, pelo que vejo nossa parceria trouxe frutos. Peguem a cruz e entrem nesse portal - Um portal de energia escura abriu-se próximo a cruz.
Olho para Kasumi, ela claramente está relutante. Mas não tínhamos escolha. Chegamos perto, mas no ultimo segundo, questionei:
- Para que você precisa disso?
- Isso não interessa garoto. Agora só faça o que estou ordenando.
Continuamos a nos aproximar da cruz. Ela parecia emanar uma energia muito intensa, que tornava nossos passos mais lentos e aumentava nosso cansaço. Ficamos frente a frente com a relíquia, e Kasumi me encara apavorizada. Pego a cruz ankh e me dirijo até o portal, mas ouço vários barulhos estranhos e dou um passo para trás. Até que somos surpreendidos pelos restos mortais de Will Locke, que estava munido de uma espada. Goethe então diz:
- Bem, houveram algumas mudanças nos planos. Eu havia me esquecido dos guardiões desse lugar, que provavelmente farão vocês em pedaços. Agora Will, traga o que me pertence.
- Como assim guardiões. E você conhece esse cara, aliás, o que restou dele?
- Claro que conheço. Will era um dos meus melhores alunos nas artes místicas. Mas você não vai ter tempo para isso. Will, entre agora!
Pulo em cima do esqueleto e ele se desfaz temporariamente. Mas tínhamos um problema maior: um enxame de escaravelhos que estavam cobrindo tudo a nossa volta. Em um ato desesperado, jogo a cruz ankh no chão e ela se despedaça. Goethe fica furioso e grita sem parar, mas ao mesmo tempo, uma porta se abre no fim da sala, e dela sai luz. Olho para Kasumi e ela entende meu sinal. Corremos desesperadamente para a porta, mas os escaravelhos começaram a nos cercar. Kasumi usava seus leques, eu usava meu chicote, mas a medida que os afastávamos, mais vinham em nossa direção. Até que no meio da corrida, alguns deles começam a cobrir Kasumi. Corro para ajudá-la, mas Will segura meu pé, o que acaba deixando uma brecha para os escaravelhos começaram a subir em cima de mim. Nós dois ficamos no chão se debatendo, na tentativa de afastar os insetos. Mas em minutos, Kasumi já estava coberta, e eu, estava apenas com os olhos a mostra.
Quando achei que finalmente ia morrer, lembrei-me da seguinte cena:
- Eu não quero morrer aqui.
- E você não vai. Nós vamos sair daqui juntos.
- Eu não quero morrer aqui. - Ela grita e repete freneticamente. Eu seguro seus ombros e digo:
- Nós não vamos morrer. Eu vou te proteger. - E a abraço.
Por causa daquela promessa, sinto um animo novo, e uma energia nova começa a fluir de mim. Mesmo com centenas de insetos em cima de mim, consigo me levantar. Ergo meu braço e este cajado aparece em minhas mãos
Os escaravelhos se afastam e voltam a subir por minhas pernas, mas eu toco o cajado no chão, e todo o chão fica com um efeito ondulatório, semelhante ao de uma gota d'água caindo em um lago parado.
Essa onda varre todos os escaravelhos da sala, que instantaneamente se transformam em vapor. Will Locke desaparece. Corro até Kasumi, que estava no chão desacordada. Goethe fala em um tom ameaçador:
- Não pense que isso acaba aqui garoto. Ainda vão ter outras oportunidades.
Nesse momento, as paredes começam a tremer. Penso em responder algo, mas apenas pego Kasumi nos braços(com um pouco de dificuldade) e corro para a saída. Entro na porta aberta, subo as escadas e logo sou ofuscado por uma luz intensa. Quando consigo abrir os olhos, vejo que estou aos pés da esfinge próximo as pirâmides.
Vejo de longe Khaled e os outros andando. Tento gritar por ajuda, mas meu corpo não responde as minhas ordens. Eu caio no chão, e apago, tendo como ultima visão, Khaled montado em seu dinossauro correndo em minha direção.
Parece que nosso protagonista escapou por um fio...
CAPÍTULO XXXIII - DESPEDIDA DO EGITO
VOCÊ ESTÁ LENDO
ORIGEM DOS ELEMENTOS - JORNADA DA ÁGUA
AdventureNarração da história de um monarca mimado, que descobriu que tinha um poder que iria ser a salvação ou ruína do mundo. Esta decisão não iria interferir apenas em sua existência, mas em várias outras.