Eu não posso acreditar que eu disse que deixaria nosso amor no chão
Mas não importa porque eu me arrependi, me perdoe agora
Todo dia eu percebo minha alma do avesso
Deve haver algum jeito que eu possa te compensar, agora, de algum jeitoA essa hora você já deve saber que eu viria por você
Por mais ninguém, sim eu viria por você
Mas só se você me dissesse pra vir
E eu lutaria por você
Eu mentiria, é verdade
Dar minha vida por você
Você sabe que eu sempre viria por você
Depois de negar qualquer outra coisa a aeromoça, ela se foi e me peguei sozinha com meus pensamentos e uma parte insana de mim queria que ela não tivesse ido, não por ser ela, mas porque eu não queria ficar sozinha. Não com o aperto em meu peito e com o nó em minha garganta.
Horas mais tarde, nada dessas coisas diminuírem e comecei a ficar inquieta novamente, desta vez não por estar em Miami, mas por sentir essas coisas. O avião pousou pouco tempo depois, me fazendo agradecer a todas as entidades possíveis por isso. Eu queria sair daquele lugar que mais parecia uma prisão. Eu odiava lugares que de alguma forma me prendiam. Quando sai do avião recebi um sorriso sugestivo da aeromoça e apenas retribuí com um aceno. Desci do mesmo e logo estava pegando a minha mala. Depois me vi seguindo para o portão de desembarque. Estava agitada e de alguma forma doida por um banho, pois estava melada de sexo e suor, além do desespero de recorrer a algum comprimido para dormir, sorte que mantinha alguns comigo por causa da minha ansiedade que diversas vezes me atrapalhava a dormir.
Quando respirei fundo pela primeira vez desde que tinha descido ali, tive a certeza de que não pertencia mais a todo aquele calor e sensação de estar em Miami, desejei estar em Londres, minha casa. Suspirei e olhei em volta onde várias pessoas esperavam ou recebiam passageiros. Estava em busca do Richard, Chris ou do James, o motorista da família. Eis que observei uma figura conhecida, parecia conter o riso, mordendo os lábios. Em suas mãos uma ridícula plaquinha com a seguinte inscrição: “JAUREGAY”. Franzi a testa e me peguei levantando um pouco os óculos dos meus olhos para ter certeza de que não era uma miragem. O sorriso gigante que surgiu na boca do idiota, que eu chamava de irmão, me deu a certeza de que aquilo era real. A contra gosto me aproximei.
- Isso é sério, Chris? – falei sem a menor vontade e, finalmente, ele solta uma de suas escandalosas gargalhadas. Revirei os olhos e respirei fundo para não socar a cara dele.
- Você precisava ter visto a sua cara de espanto Laur! Impagável! - disse a hiena. - Eu honestamente me arrependo por não ter filmado a cena. – concluiu ainda rindo.
- Muito engraçado Chris. - olhei pra ele ainda exibindo a placa ridícula. - Será que dá para abaixar esta merda? – disse fazendo careta para os garranchos dele no papel.
- Com medo de mostrar quem é Laur? - provocou. - Eu pensei que não se importasse de expor sua clara opção sexual, não quando estampa revistas ridículas de fofocas com mais um de seus casos. O papai pensou seriamente em te deserdar.
- Ele é um homem inteligente demais para isso. - joguei minha bolsa em seu peito. - Agora vamos logo antes que eu soque a sua cara. – disse passando por ele fazendo questão de trombar em seu corpo bombadinho. – E a propósito, essa coisa em seu rosto é ridícula. - provoquei, para não perder a piada.
- Se chama barba. - disse me alcançando. - E para, porque sei que é inveja, afinal seu sonho era ser exatamente igual a minha pessoa, ter esse corpo aqui e esse charme, além da minha barba e cara de macho.
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The other side of the door
Romance"No calor da briga, eu fui embora. Ignorando palavras que você estava dizendo Tentando me fazer ficar Eu disse dessa vez, eu tive o bastante. E você ligou centenas de vezes... Mas eu não estou atendendo Porque estou tão brava, eu poderia dizer que a...