Capítulo 10

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Estava deitada em minha cama esperando por notícias do hospital, Juliana estava na sala. Levantei-me e fui para sala, fiquei encarando o sofá e lembrando das vezes em que eu e Gui nos pegamos nele. Automaticamente abri um sorriso e minha mão se encaminhou para o meu ventre.

- Está tudo bem? - Olhei para Juliana, que estava na porta da cozinha e afirmei. -  Lembrando dele?

- Humrum, será que ele está bem?

- Está sim, ele é forte e vai lutar muito para poder fica bem e ver o filho de vocês crescer. - Sorrio.

- Sinto saudades...

- De que? - Ela se sentou no sofá.

- De deitar com ele no sofá para assistir filmes e dele me enchendo a paciência. - Ela sorriu. - Dele chegar aqui de surpresa com flores e pizza, dele me animando toda vez que estou triste.

- Meu irmão é um cara incrível e teve uma sorte grande de te encontrar, mesmo não tendo sido em um momento adequado.

- Olhando agora, acho que foi o momento adequado sim. Vai ver era pra isso acontecer, porque nada acontece sem um propósito. Naquele dia ele salvou a minha filha, ele me deu mais alguns dias com ela e a fez feliz.

- Como assim ele a fez feliz? - Peguei uma foto de Chiara e me sentei no sofá ao lado de Juliana. - É ela?

- Sim, essa é a minha Chiara. - Sorri observando o sorriso de Chiara na foto. - Minha filha nunca teve um pai presente, na verdade ela nunca teve um pai. Quando Guilherme apareceu e cuidou dela, deu carinho e alegria aquele coraçãozinho doce, ela me pediu para ele ser o papai dela. Disse que ele era o único menino que se importava com ela, além do vovô Manu, eu fiquei sem ter o que dizer, sem reação.

- Tenho certeza de que ele teria aceitado e que seria um ótimo pai pra ela. Guilherme sempre falou muito de Chiara, os olhos dele brilhavam e dava pra ver o carinho imenso que ele tinha por ela.

- Como será que ele vai ser com o nosso filho? - Sequei a lágrima solitária que escorria em minha bochecha e abri um sorriso. - Qual será o nome que ele vai querer dar ao nosso bebê?

- Ele vai ser um pai muito babão, disso tenho certeza. - Ela soltou uma risada. - Bom, ele dizia que se tivesse um filho se chamaria Henry e se ele tivesse uma filha seria. - Ela parou de falar.

- Seria o que, Ju?

- Eu esqueci. - Foi a minha vez de soltar uma risada. - Eu sei que é nome composto. - Ela fez uma frase estranha.

- Meu Deus, Juliana! - Ria sem parar.

- Lembrei, ele disse que seria Maria Valentina. Em homenagem a mamãe, ela amava esse nome.

- É muito bonito, eu gosto. - Sorrio. - Se for uma menina vou colocar Maria Valentina, mas ele não vai saber. Será surpresa.

- Ele vai surtar de curiosidade, mas vai amar e muito.

Sorri, nós ficamos conversando, quando foi por volta das 18h ligaram do hospital avisando que Guilherme já estava no quarto, mas que só poderia receber visitas no dia seguinte. Eu queria ir para o hospital, mas Juliana não deixou, disse que eu ir não iria adiantar em nada e que poderia até fazer mal pro bebê.

30 de Setembro de 2016

Eu mal consegui dormir por conta da ansiedade, pela manhã me arrumei, tomei o meu café junto com a Juliana e fomos para o hospital, ao chegar perto do quarto do Gui vi o pai dele ao lado da cama. Entrei no quarto em silêncio, Juliana falou com o pai e eu o cumprimentei, fui para perto do Gui e dei um beijo em sua testa.

RefúgioWhere stories live. Discover now