Acordei e olhei a hora, já era quase 19 horas, me levantei, fui ao banheiro e lavei o meu rosto. Sai do quarto, fui para sala e não tinha ninguém, fui para cozinha e ninguém também. Guilherme deveria estar no quarto. Preparei o jantar e arrumei a mesa, assim que ficou pronto fui para sala e me sentei no sofá.
- Anjo? - Olho para porta e Guilherme entrava. - Me desculpa?
- Não!
- Mas por que não?
- Eu não gosto da Renata, Guilherme. Você sabe disso! E já vou avisando que ela não vai fazer mais nenhum ultrassom, meu. Não confio em deixar a saúde do meu bebê nas mãos dela.
- Eu não entendo essa sua birra, ela nunca te fez nada e você age assim. Qual é o problema? Renata é só uma amiga, nada mais do que isso. E ela é uma ótima médica, uma ótima pediatra e obstetra.
- Se ela é ótima, fica com ela então. Vai e me esquece de vez!
Fui para o quarto de hóspedes, tranquei a porta e me deitei. Fiquei o restante da noite trancada no quarto, não ouvia o Guilherme pelo apartamento há um tempo.
19 de Outubro de 2016
Os dias passaram, eu e o Gui estávamos nos distanciando por causa da última briga. Saio do quarto, fui para o meu e vi que ele dormia, fui para cozinha e estava tudo arrumado. Tomei um copo de água, fui para sala e ouvi um som estranho, tentei identificar de onde vinha e fui para porta ao abri-la dei de frente com um cesto. Me abaixei no mesmo e vi uma menininha, sorri e olhei em volta. Não tinha ninguém no andar, peguei o cesto e me levantei, entrei fechando a porta e fui para o sofá. Coloquei o cesto no sofá e olhei a menininha, que também estava me olhando, sorri e a peguei no colo.
- Quem te deixou aqui, em princesa? - Ela sorri.
A deixo deitada no sofá, mexo no cesto e acho uma carta. O nome da menina era Giovanna e tinha cinco meses de vida, a mãe não tinha condições de cria-la e por isso a abandonou. Olhei para Giovanna que brincava com os pezinhos, olhei no cesto para ver se tinha mas alguma coisa e nada. Só tinha a manta que estava enrolada em Giovanna quando a encontrei.
- E agora princesa? Eu não posso ficar com você.
- Manu? - Olhei para trás e vi o Guilherme. - O que está acontecendo?
- Deixaram essa princesinha aqui na porta, não posso ficar com ela.
- Como assim?
- Ué, Guilherme... Deixaram ela na minha porta e foram embora, preciso dizer mais?
- Não... Que cheiro é esse? - Olhei para Giovanna.
- Ela deve ter feito cocô. - Fica com ela, que eu vou na farmácia comprar fralda.
- Eu?!
- É Guilherme, fica com ela. A menina não vai te morder e nem nada do tipo.
Peguei a minha bolsa e sai, fui a farmácia 24 horas, comprei fralda, lenço umedecido, pomada e mais algumas coisas. Não sei quanto tempo ela vai ficar comigo e se vai mesmo ficar. Voltei para casa com as coisas, Giovanna estava chorando e o Guilherme desesperado sem saber o que fazer.
- Você é médico, trabalha com crianças e não sabe cuidar de uma?
- Saber eu sei, só não tô sabendo o que fazer com ela. E outra, eu nunca cuidei de criança fora do hospital. Nunca precisei acalmar nenhum bebê, então eu não sei.
- Me diga uma coisa que você saiba fazer, além de me machucar.
Soltei sem perceber, Guilherme ficou em silêncio e só então percebi o quanto havia o machucado com as minhas palavras. Ele sussurrou um pedido de desculpas e foi para o quarto, troquei Giovanna que ficou mais calminha, fiz uma mamadeira e dei a ela, que dormiu enquanto mamava. Levei Giovanna para o quarto de hóspedes, a deitei na cama e fiz uma barreira em volta dela, para que não caísse no chão. Fui para o meu quarto, Guilherme estava na janela olhando o céu, me aproximei dele em silêncio e o abracei por trás.
- Me desculpa? - Beijei as costas nua dele. - Eu não devia ter dito aquilo, você está sempre querendo o meu bem. Desculpa, me desculpa mesmo. Eu te amo e não quero te perder por besteira minha, por ciúme e tudo mais. - Ele se virou para mim.
- Tudo bem, meu amor. Eu também deveria te entendido o seu lado e respeitado, juro que vou evitar a Renata e que vou respeitar mais as suas vontades. - Eu te amo muito.
Nos beijamos, um beijo calmo e carinhoso, encerramos o beijo com selinhos, tirei a minha roupa ali mesmo e me deitei com ele. Ficamos abraçados até pegarmos no sono, acordei pela madrugada com o choro da Giovanna, levantei da cama e fui até ela. A peguei no colo, fui para cozinha, fiz uma mamadeira e fui pro quarto. Dei mamar a ela, assim que ela dormiu a deitei na minha cama e me deitei ao seu lado.
20 de Outubro de 2016
Acordei pela manhã, Giovanna ainda estava dormindo e o Gui não estava mais na cama, me levantei, fiz uma barreira em volta dela e fui para o banheiro. Me arrumei e fui para cozinha, Gui estava fazendo o café da manhã, o abracei por trás e beijei suas costas nua.
- Bom dia amor.
- Bom dia minha princesa.
- Dormiu bem?
- Sim e você? Por que a Giovanna estava na cama com a gente?
- Ela acordou pela madrugada chorando com fome, aí eu dei mamadeira e a levei pra dormir com a gente.
- E aí, o que vamos fazer com ela?
- Eu não sei, Gui...
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Refúgio
Romance"- Mamãe... _sua voz era falha_" "- Calma meu amor, a ajuda está chegando." "Tentou transmitir calma para menina que esta assustada, com medo, frio e dor. Não podia demonstrar que também sentia medo, que estava aterrorizada e sua maior vontade era d...