Capítulo 14

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- Precisamos ir na polícia você sabe, né?

- Sei, mas aí ela vai ser mandada para um orfanato Gui.

- Não podemos ficar com ela, ela não é nossa.

- Tá, você tem razão. Mais tarde eu vou.

- Vamos esperar uns dois dias, vai que a mãe dela aparece. Se não aparecer a gente leva.

- Está bem. - Sorrio.

Nós tomamos o nosso café, fiz uma mamadeira para Giovanna e fui para o quarto ver como ela estava, a encontrei deitadinha na cama comendo os próprios dedinhos e um sorriso se formou em meus lábios automaticamente. Acariciei minha barriga imaginando o meu bebê ali no lugar de Giovanna. Balancei minha cabeça de um lado para o outro, mandando para longe esse pensamento, fui até a cama, peguei Giovanna no colo e fui para sala.

- Olha como ela é uma princesa, amor. - Falo sentando-me ao lado do Gui, ele me olhou e sorriu.

- Muito, ela já estava acordada ou você a acordou?

- Ela já estava acordada. - Falo dando mamadeira pra ela. - Preciso dar banho nela, mas não tenho onde e nem roupa pra ela. - Olho pra ele.

- Posso pedir pra Juliana trazer.

- Não, acho que tenho umas da Chiara guardadas, o banho eu me viro.

- Certeza? - Afirmo.

Assim que Giovanna terminou de mamar, deixei ela com o Guilherme e fui pra cozinha, lavei a mamadeira e arrumei a cozinha. Fui para sala e tive a visão da cena mais fofa do mundo, o Gui estava segurando Giovanna de forma que ela ficasse em pé em seu colo, ela brincava com a barba dele e os dois sorriam. Me aproximei deles e me sentei, Giovanna se jogou pro meu colo e eu a segurei.

- Acho que vem um menino aí. - Falo sorrindo.

- Por que diz isso? - Gui me olhou.

- Os meus avós dizem que quando você tá grávida e o bebê se joga pro seu colo, é que você está esperando um bebê do sexo oposto.

- E você acredita nessas coisas?

- Bom com a Chiara foi assim. - Dei de ombros - Quando estava grávida o sobrinho de uma amiga minha se jogou para o meu colo e não quis mais sair, um mês depois descobri que era menina.

- Opa, então vamos ter um meninão! - Ele falou sorrindo.

Nós ficamos conversando sobre o bebê, na hora do almoço fiz uma papinha pra Giovanna e uma comida saudável para o Gui e eu comermos. Passamos a tarde toda juntos, quando Gio finalmente dormiu, o Gui foi dormir um pouco.

20 de Maio de 2018

Hoje faz um ano que Chiara se foi e cinco meses que perdi o meu bebê, dois meses que estou separada do Guilherme. Com a perda do meu bebê acabei me fechando, me isolando e me afastando do Guilherme. Voltei a trabalhar e não paro um segundo, Giovanna está em um orfanato, quando tenho tempo vou visitá-la o caso de adoção dela ainda está correndo e não sei quando vou ter a guarda dela. Suspiro, termino me arrumar para o jantar e ouço baterem a porta, pego minha bolsa e vou para porta.

- Ual! - Meu chefe falou com uma cara de surpresa. - Você está linda!

- Obrigada, você também. - Sorrio. - Vamos?

- Sim.

Nós fomos para o elevador, descemos, o Diego pegou o carro e fomos para o restaurante em que o jantar havia sido marcado. Ao chegarmos, cumprimento todos os sócios da empresa e me sento. Diego, meu chefe, ficava me lançando cantadas e cochichando elogios em meu ouvido. Peguei minha taça de vinho, virei o rosto para me esquivar de Diego e vi o Guilherme com uma moça em outra mesa. Ele virou o rosto sorrindo, ao me ver ele desfez o sorriso, virei taça de vinho de uma. Passei a noite inteira trocando olhares com o Guilherme, assim que o jantar acabou deixei que Diego voltasse pro hotel sozinho. Fui para o bar do restaurante e pedi um drink forte, o dia já não tinha iniciado bem e ainda vejo o Guilherme com outra. Fiquei umas duas horas no bar sozinha bebendo, alguns caras chegavam em mim e ficavam lançando cantadas.

- Quando começou a beber? - Virei rapidamente e senti uma tontura.

- Ai... - Coloquei a mão na cabeça. - O que faz aqui? Achei que já tivesse ido embora com a sua namoradinha. - Falei um pouco embolado por causa do álcool.

- Eu fui, mas voltei pra te buscar. E outra, ela não é minha namorada e sim minha prima. - Ri em forma de deboche. - Vem, vamos!

- Eu não vou.

- Ah, vai sim!

- Tá seu chato!

Guilherme me pegou no colo e senti um enjôo forte, bati nas costas dele e avisei que queria vomitar, ele me colocou no chão e eu comecei a vomitar muito. Acordei em um quarto de hospital, com muita dor de cabeça e boca seca, olhei pro lado e vi o Guilherme sentado em uma poltrona.

- Guilherme... - Minha voz saiu baixa, ele me olhou e sorriu. - O que aconteceu?

- Você vomitou até desmaiar decidi te trazer para cá, pois não sabia o quanto de álcool tomou.

- Eu já posso ir?

- Ainda não sei, o médico não veio aqui ainda.

- Está bem, muito obrigada por ter me ajudado.

- De nada, anjo. - Sorri, fazia tempo que ele não me chamava assim é confesso que senti saudades. O médico entrou no quarto com uns papéis em mãos.

- Oh, vejo que a paciente acordou. - Sorrio

- E então doutor, já posso ir?

- Já sim, mas antes aqui as receitas. - Ele entregou para o Guilherme. - Garanta que sua esposa tome essas vitaminas e fique longe de qualquer bebida alcoólica.

- Pode deixar doutor.

- Bom, eu vou indo. Cuidado e juízo menina. - Ele foi para porta. - Ah, parabéns ao casal.

- Parabéns? - Perguntamos juntos.

- Pelo bebê, a mocinha está grávida de quase quatro meses. - Olhei para o Guilherme.

- Obrigado.

O médico saiu do quarto, eu e Guilherme não trocamos uma palavra. Ele tirou o meu acesso, vesti uma camisa dele já que meu vestido estava todo sujo de vômito. Ao chegar no hotel, não quis descer do carro, eu e Guilherme continuávamos sem trocar uma única palavra. Olhei para ele e tirei o meu cinto, ele tirou o dele e me olhou, seus olhos estavam vermelhos, ele tinha chorado e eu não percebi. Mordi meu lábio inferior e sorri para ele, nós nos abraçamos e em seguida nos beijamos. Um beijo intenso, apaixonado e demorado, um beijo cheio de saudades. Parei o beijo e enxuguei as lágrimas dele e ele as minhas.

- Nosso filho. - Coloquei a mão em minha barriga e sorri. - Me desculpa por tudo, esse tempo sem você foi o pior de todos meu amor.

- Tudo bem, me desculpe por não ter segurado a barra. Por não ter me esforçado mais para que se abrisse comigo.

- Me tira daqui? Não quero ter que aguentar o Diego.

- Vamos para o meu apartamento.

- Humrum.

Gui colocou o cinto outra vez e deu partida, depois de uns 15 minutos ele parou em frente a um prédio, nós descemos e entramos. Assim que entrei observei cada canto do apartamento e sorri, era bonito e aconchegante.

- Não sabia que tinha uma apartamento aqui em Nova Iorque.

- Eu já morei aqui por muitos anos. - Olhei para ele surpresa e sorri. - Venha, vou pegar uma toalha pra você tomar banho e descansar.

- Está bem.

RefúgioWhere stories live. Discover now