Capítulo 9

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Acordei e estava deitada na cama, olhei pro lado e o Gui não estava ali comigo, ouvi barulho de água, levantei e fui em direção ao banheiro. Entrei sem bater e vi o Gui no banho, sorri lembrando da nossa primeira vez, fui para o box e me juntei a ele no banho.

- Achei que não acordaría mais hoje. – Ele falou me abraçando.

- Eu nem vi que dormi. – Ele sorriu. – Por que não me chamou pro banho?

- Não quis te acordar, anjo. Você estava tão linda dormindo.

Ele me deu um selinho pondo um fim na nossa conversa, beijei o peito dele e senti suas carícias. Tomamos nosso banho fazendo troca de carícias, depois de vestidos, Gui destravou a porta e se deitou na cama. Uma enfermeira entrou para ver como ele estava e logo saiu, beijei a testa dele e fiquei fazendo carinho.

28 de Setembro de 2016

Eu não saia do lado do Gui, não gostava de deixá-lo sozinho no hospital, só saia para ir em casa buscar roupas limpas para mim e para ir na dele pegar algumas coisas também. A irmã dele sempre vem depois do emprego, Gui não estava bem, a doença estava avançando muito rápido e os médicos ainda não acharam um doador compatível para ele. Ele estava mais magro, seus olhos as vezes ficavam amarelos e o médico me disse que era normal. Tinha dia que o Guilherme mal conseguia levantar da cama sem se sentir cansado.

- Anjo? – Olhei para ele. – O que tanto escreve, anjo?

- Nada não. – Sorrio e fecho o Notebook. – Está com dores?

- Um pouco, se quiser pode dormir.

- Estou sem sono. – Aproximei-me da cama dele e beijei sua testa.

- Se fosse em outro tempo, eu estaria fazendo algo muito bom. – Ele deu um sorriso de canto.

- Aé? O que o senhor estaria fazendo de muito bom?

- Estaria te dando prazer. – Soltei uma risada e dei um tapinha leve nele.

- Nem doente você sossega.

- Nós fizemos comigo doente, éramos pra estar comemorando a noite de hoje. – Sorrio.

- Dois meses desde a melhor noite que tive.

- Aah... – Ele colocou a mão no abdômen.

- Vou chamar a enfermeira.

- Não! Ela vai me fazer dormir, eu não quero.

- Você não pode ficar com dor.

- Eu quero ficar acordado com você, por favor, Manu. Eu dormi o dia todo por causa das dores, só quero ficar um pouco com você.

- Está bem, meu amor. – Beijei o peito dele, que segurou minha mão e fez carinho. – Vai dar tudo certo no final, você vai ver. – Sussurrei e ele sorriu.

- Vai sim, anjo.

Nós ficamos trocando carinhos, Guilherme tentava disfarçar que não estava sentindo dor, mas eu sabia que sim. Quando ele finalmente conseguiu dormir, voltei para poltrona e retomei ao meu processo de escrita. Escrevi até tarde, quando o sono chegou, desliguei o Notebook, me deitei e dormi.

RefúgioWhere stories live. Discover now