TRÊS

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          Deitada sobre a sua cama de lençóis desatados e com seu corpo sob um velho cobertor, Marinette com seus olhos fechados ainda tentava compreender a diversidade de eventos que havia acontecido com ela em apenas uma noite, ainda boquiaberta...

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          Deitada sobre a sua cama de lençóis desatados e com seu corpo sob um velho cobertor, Marinette com seus olhos fechados ainda tentava compreender a diversidade de eventos que havia acontecido com ela em apenas uma noite, ainda boquiaberta sobre o poder que o álcool tinha sobre o corpo de um ser humano. Ela sabia que sendo quem era, aquilo havia sido errado em muitos aspectos e de um modo incrivelmente imprudente. E se algum akuma tivesse aparecido naquela noite? Cat Noir se saía muito bem sozinho quando o assunto era batalhar, ela tinha de admitir, mas ainda assim, ele não era capaz de purificar o mal e até que ela estivesse sóbria para derrotar algum vilão, poderia ser tarde demais. Pois, havia coisas que mesmo com a purificação do akuma eram irreversíveis, como a morte. E se alguém tivesse morrido por sua causa? Por sorte, nada de mau havia acontecido, mas ela sabia que ainda assim, quando seus olhos fossem abertos, Tikki iria repreendê-la seriamente, como jamais um dia fizera, e Marinette não tirava a sua razão.

          Mas, mesmo que Marinette não fosse capaz de tirar a razão de Tikki, será que ela precisava ter que ficar ouvindo Tikki falar as mesmas coisas que ela já sabia, como um rádio gravador?

          “Eu sou uma adolescente, poxa”, pensou Marinette, “é claro que irei cometer erros, pois como qualquer ser humano sou imperfeita e tenho o direito de extrapolar as vezes”, ela disse a si mesma. Mas será que ela realmente podia? É certo que ela ia cometer erros, nem Tikki nem o Mestre Fu quando lhe dera os miraculous achou que ela nunca iria cometer um erro. É impossível esperar perfeição de alguém que procede da imperfeição, mas eles esperavam a responsabilidade de sua parte, e infelizmente, naquela noite, ela havia falhado naquele ponto. Ela não podia vacilar, não podia pisar em falso, pois um passo em falso, um erro, podia custar a vida de alguém.  

          Mas, beber uma garrafa de vinho e quase um litro de tequila, não era que realmente estivesse surpreendendo Marinette comparado aos outros atos que fizera na noite passada. O jeito como ela falava, as coisas que ela falava, era tudo tão… Tão… Fora de si. Mas, de todos seus atos surpreendentes, inacreditáveis e irreais, o modo como ela falava e o que ela falava era o menor de seus problemas. A verdadeira questão ali que vinha lhe incomodando desde a hora em que acordou foi acordar-se e de imediato se lembrar de seus braços se entrelaçando no pescoço de Cat Noir, e de seus lábios cada vez mais se aproximando até serem selados em um beijo.

          De todas as coisas que Marinette fizera, todas as coisas que fizera naquela noite, a mais repugnante e a que mais odiava era o fato de ter beijado ao seu atraente parceiro de lutas (ela certamente nunca iria dizer a ele que achava-o atraente). Não que o beijo tivesse sido ruim, não, não era e Marinette já sabia disso desde quando o beijou para salvar sua vida, uma vez, mas desta vez era diferente. Ela o beijou em um ato egoísta, o usou como um tapa-buraco, um band-aid em seu coração quebrado em milhões de pedacinhos. Tudo para quê? Para que se sentisse um pouco menos só? Isso era errado e não importava o quão bom fosse a sensação de suas línguas guerreando em suas bocas, isto não podia acontecer novamente. Não iria, ela disse a si mesma. Se todas as vezes que fosse beber um pouco mais da conta, ela fosse fazer coisas como aquela, ela preferia nunca mais sentir o gosto de álcool na sua boca.

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