TRINTA E DOIS

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— Hey, Marinette.

Marinette ouviu a voz de Adrien clamar por ela, entre a voz de todas as outras pessoas que conversavam entre si no corredor, enquanto ela tentou apressar o seu passo, para não ser obrigada a ter que conversar com o loiro. E mesmo com toda a gente caminhando ao seu lado, a azulada conseguia distinguir qual daqueles passos era o do loiro que estava chegando cada vez mais perto dela.

— Com licença, com licença. — Marinette pedia, enquanto passava no meio da multidão, jogando seu corpo contra o corpo de quem estivesse na sua frente, apenas para abrir caminho para ela passar, no meio de tantas pessoas.

— Marinette, eu quero falar com você.

A azulada continuou a aumentar a velocidade de seus passos, ignorando a voz de Adrien cada vez mais alta, o que significava que a distância entre os dois estava se tornando cada vez menor.

Droga!, a azulada praguejou.

— Marinette, eu sei que você está me ouvindo e se você continuar fingindo que não está me ouvindo, eu irei te acompanhar até a sua casa. Lembre-se que eu sei bem como chegar lá. — Adrien disse, uma vez que ele e Marinette já não se encontraram mais dentro do colégio e sim na calçada.

— Fale, Adrien, fale logo de uma vez, o que você quer, para mim poder ir embora.

— Eu achei que a gente já tinha passado desse ponto de você me evitar.

— Eu também achei que tínhamos. — Rebateu Marinette. — Até que eu decidi que na verdade, não tínhamos. — Ela esboçou um sorriso falso.

— Isso é uma injustiça sua comigo. Você me beijou, naquela sexta feira, depois que saímos da Chloe, quando você estava chorando e eu fui tentar te consolar. Você me beijou, bem aqui nos meus lábios. Então, por que? Por que regressar ao que estávamos antes e deixar novamente de falar comigo? Por que?

— Você sempre foi imbecil assim ou você fez curso para isso, Adrien?

A culpa não é minha, se vocês, mulheres, são assim tão complicadas, Adrien optou por deixar esse pensamento apenas em sua cabeça. Era melhor do que dizer e piorar a situação para o seu lado, qual já não era uma das melhores.

— Você acha que eu esqueci do fato de eu ter te beijado em meu momento de fraqueza? Você acha que eu me esqueci daquele meu discursinho que te fiz sobre como te odiar me deixa exausta? Você acha que eu esqueci disso? — Marinette insistia em bater seu dedo indicador contra o peito de Adrien, agora que a distância entre eles, praticamente não existia. Ela quase gritava as suas palavras, mas não se importava com os olhares das pessoas quando passavam ou dos motoristas. — Eu não me esqueci disso e é exatamente por esse motivo que eu estou te evitando, Adrien, você parece que ainda não entendeu que eu estou lutando pra caralho, pra manter a porra da minha posição. Mas, quando estou com você, eu me desmancho e baixo as minhas defesas, mas, eu não posso baixar as minhas defesas, porque toda vez que baixo minhas defesas, eu me machuco. Você me machuca, mesmo quando está me fazendo bem, porque uma parte de mim, ainda não conseguiu te perdoar e então eu quero chorar. Mas eu estou cansada de tantas lágrimas, eu já chorei o tanto que eu podia chorar durante o ano inteiro, mas a gente ainda mal chegou na metade de Janeiro. Então, eu não posso ficar perto de você, sem me machucar ainda mais. Então, me deixe ir, Adrien. Por favor, apenas deixe-me ir. — Marinette virou-se e baixou a cabeça, enxugando as lágrimas que já se formavam.

— Eu não sei se sou forte o suficiente para deixá-la ir, Marinette. Eu já não sei mais se consigo viver sem você. Eu me olho no espelho e eu vejo você e não meu próprio reflexo. Você está em cada canto da minha vida, no vazio que sobra na minha cama que eu queria que você fosse preencher, naquele filme de romance em que você quer alguém ao seu lado, você está no meus jogos de videogame. Você está em cada dose Whisky. Você está em mim, você está no meu coração. Você é meu coração, Marinette!

Miraculous - Um amor InimaginávelOnde histórias criam vida. Descubra agora