TRINTA

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A porta da biblioteca se abriu com o impulso da mão de Marinette, ela veio inspirando e suspirando, perguntando a si mesma mentalmente: "Mas o que diabos eu estou fazendo?". Tentando se lembrar o caminho inteiro de que esse era um ato nobre e que ela estava se fazendo superior, mas aquele pensamento não estava ajudando tanto quanto deveria ajudar. A vontade de Marinette era de abrir aquela porta novamente e voltar para as escadas com as suas amigas e dizer que havia mudado de ideia, mas ela já estava aqui e ela não iria fazer nenhum mal falando com Chloe.

"Talvez você deva fazer algo de mal, ao menos uma vez em sua vida, você está sempre fazendo o que é bom para tudo e todos, por que não faz algo 'ruim', ao menos uma vez, Marinette?" A vozinha no fundo de sua cabeça permanecia em lhe dizer a mesma coisa, mas a outra vozinha dizia que ela devia falar com Chloe. O engraçado é que a vozinha que a mandava fazer o mal tinha uma voz grossa e maléfica, mas ao mesmo tempo, atraente. A outra voz, era calma e branda e por coincidência, essa voz era a de Luka. Era por esse motivo que Marinette não foi capaz de voltar atrás e desistir.

Chloe ouviu a porta da biblioteca ser aberta e praguejou a pessoa mentalmente, quando percebeu ela caminhar na sua direção. A pessoa usava uma bota de cano curto. *Prada*, ela conseguiu identificar pelo vão entre o chão e a estante de seis prateleiras, com livros em todas as prateleiras.

Chloe enterrou o rosto nas mãos quando viu a pessoa que estava erguida logo ali a sua frente. Era Marinette. Ela estava radicalmente linda, isso Chloe não pôde deixar de notar. Fora a bota de couro Prada de cano curto, ela usava uma meia arrastão, um short jeans curto, cobrindo apenas um pouco mais do que as nádegas, uma regata branca, e um casaco jeans sem mangas em um tom de cinza, com alguns rasgos por ele. A maquiagem era mais pesada do que as que ela costumava usar, mais base do que o normal, menos blush do que o normal, mais sombra do que o normal, mais lápis do que o normal, mais delineador que o normal, um batom mais escuro do que o normal. Roxo psicodélico, Chloe identificou.

— Hey, finalmente te achei! — Marinette tentou esboçar o seu melhor sorriso para Chloe. O resultado? Não foi muito bom, mas foi o melhor que ela conseguiu.

— O que você quer, Marinette? — Chloe perguntou; a voz ríspida.

— Eu quero falar com você. — Marinette passou o olhar de Chloe para Sabrina que estava sentada no chão ao lado de Chloe, lendo um dos livros de Marcel Proust (1871-1922), um escritor francês que viveu entre o século XIX e XX. — A sós. — Sabrina olhou nos olhos de Marinette sem se importar com a sua presença, e passando seu olhar para Chloe, como que esperando por permissão se podia sair ou se devia ficar.

— Pode ir, Sabrina. — Sabrina assentiu em afirmação, fechando o livro que estava lendo, mas deixando seu dedo indicador entre as páginas para não se perder de onde estava antes.

— Qualquer coisa, estarei bem ali, ao lado de fora da biblioteca. — Sabrina olhou nos olhos de Marinette, como se estivesse olhando nos olhos de um assassino. O seu olhar para a adorável azulada era duro, gélido. Marinette encarou-a nos olhos também.

Quem era Sabrina para olhá-la daquela maneira? Aquela ruiva baixinha de quinta categoria, não chegava nem na metade da sua altura direito. Ela que se colocasse novamente em seu devido lugar. Marinette estava ali para fazer as pazes, mas não pensaria duas vezes, em fazer com Sabrina exatamente o que fizera com Chloe, apenas para lembrá-la de quem era la. Marinette jamais se deixaria ser intimidada por ninguém novamente e mesmo se fosse, esse alguém certamente não seria... Sabrina.

— O que você quer, Marinette? Terminar o que começou ontem? — Disse Chloe, com a cabeça para cima, para olhá-la nos olhos. — Apenas termine logo de uma vez. Ou você quer que eu chame a sua plateia para assistirem você me humilhar novamente? Não tem muita gente aqui, mas se quiser, eu posso chamar a Sabrina aqui novamente.

Miraculous - Um amor InimaginávelOnde histórias criam vida. Descubra agora