VINTE E NOVE

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Sabe o que era o pior? Luka estava certo.

Agir da maneira que ela havia agido hoje de manhã com Chloe fora surpreendentemente bom e lhe tirou um peso das costas enorme, e por um minuto, Marinette se sentiu como se fosse um personagem daquelas séries americanas e dessa vez ela não era a vítima. Pela primeira vez em sua vida, ela se sentia como uma bad bitch, ela sentia que ela estava no comando e não que ela estava sob as ordens da pessoa quem comandava. Pela primeira vez, ela havia se sentido como uma Rainha e Chloe era uma mísera plebeia. Ela se sentiu como uma pessoa jogando xadrez e Chloe não era nada mais e nada menos que um simples peão.

Marinette mal teve chances de desfrutar daquele momento, daquele sonho tão bom, que alguém já havia a-acordado e a levou para a realidade. E este alguém que a tirara de seu maravilhoso sonho havia sido Luka, ela gostaria de sentir raiva dele e dizer que ele estava errado, que ela estava apenas descontando toda a sua raiva, estava apenas colocando Chloe em seu devido lugar e que ela merecia sentir um pouquinho do gosto do veneno que ela obrigou Marinette se servir e repetir durante anos de sua vida. E talvez ela realmente tivesse que experimentar daquilo que ela fez não apenas Marinette, mas outras pessoas a também passar, mas Luka estava certo. Fazer aquilo, fazer Chloe se sentir humilhada, por uma vez, apenas que fosse, não tornava de Marinette uma pessoa melhor e sim uma pessoa igual a Chloe e ela sabia que não era esse tipo de pessoa que ela queria ser. Muito pelo contrário, aquele era o tipo de pessoa que Marinette gostaria que ficassem bem longe dela.

Marinette suspirou e se jogou na sua cama, que ainda estava arrumada, mas não tão arrumada quanto antes. Ela olhou para o lado, avistando o exterior, o céu estava azul e mal se conseguia ver as estrelas, naquele céu cheio de nuvens. O corpo de Marinette sob o robe branco que ela estava usando, se encontrava nu e seus cabelos azulados estavam molhados, ela havia acabado de sair debaixo do chuveiro, onde havia passado todo o tempo naquelas palavras que Luka havia dito a ela. Ela odiava estar errada! Que droga! Pior do que saber que estava errada, era saber que Marinette estava errada, por ter feito algo de "ruim" com Chloe. Logo com Chloe, com todas as pessoas no mundo, Marinette tinha que se sentir mal por ter feito algo contra Chloe Bourgeois, a megera que havia causado todo aquele sofrimento e humilhação que estava passando.

Marinette encarou o visor do celular. Já passavam das vinte e uma horas da noite, quase dez e ela ainda estava ali, nua, com preguiça demais para se levantar e se trocar. Como Marinette almejou que fosse uma noite quente de verão, apenas para ela não ter que se levantar e se vestir, apenas para poder dormir nua. A azulada suspirou, buscando força do fundo de seu corpo e se levantando para se vestir. Ela apanhou a sua mais simples lingerie, um sutiã e calcinha pretos de renda e vestiu-se. Apanhou a sua camisa larga branca e colocou. A camisa era comprida o suficiente para ser comparada com um vestido curto de verão. O tecido da sua camisa branca era transparente e se qualquer homem que a visse daquela maneira poderia se empolgar com aquela simples roupa, estranhamente sensual. Ela colocou uma calça de moletom que ao contrário de sua camiseta, o moletom era justo e bem coladinho a sua pele, aquecendo-a o suficiente para encarar o inverno rigoroso parisiense. Ela secou com mais uma toalha, os seus cabelos negros azulados e deixou os fios soltos. A muito custo, ela caminhou até o banheiro para desligar a luz que ela havia deixado acesa, dando de olhos com a blusa de Luka que ele deveria ter levado e esqueceu novamente, parecia que ela teria que vê-lo novamente em breve, para entregá-lo isso.

Marinette desligou a luz do banheiro e vestiu a blusa de Luka. Ainda tinha o delicioso cheiro de Luka e de seu perfume. O cheiro do mesmo lhe trazia calma, aconchego. Era como estar em casa, chegar no lar, após um dia extremamente cansativo. O casaco, de alguma maneira, lhe fazia se sentir protegida. Segura. Pensar dessa maneira lhe fez sorrir, já que era papel dela fazer com que as pessoas se sentissem de tal maneira. Protegidas e seguras. Era seu papel fazer Luka se sentir assim, afinal era ela quem era a super heroína da cidade. E mesmo sem ele saber, era ele quem a fazia se sentir daquele jeito agora.

Miraculous - Um amor InimaginávelOnde histórias criam vida. Descubra agora