Traz a calmaria como a do mar

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— Oi, Jeff — Yoongi disse indiferente. — É, não nos falamos mesmo! — tentou ser simpático. — Mas tenho que resolver algumas coisas agora, depois eu acho você!

Antes que o Helwyr pudesse dizer alguma coisa, o coreano já havia corrido para dentro dos portões. Então foi aí que ele percebeu que não poderia aparecer nas duas primeiras aulas.

— Droga! — ele bateu as mãos contra os armários do vestiário, os mesmos que ele se escondera no sábado.

Desde que tudo começou a acontecer, Yoongi nunca tinha sentido tanta frustração. Esse sentimento estava de volta para perturbá-lo. Ele não queria aquilo de novo.

Ainda com as mãos apoiadas no armário, ele começou a sentir dificuldade para respirar, os batimentos de seu coração aceleravam, também percebeu que seus olhos brilhavam pelo reflexo no ferro e sabia que iria perder o controle em segundos quando... quando ouviu o toque do seu celular, aquele toque que parecia sempre o acalmar.

— Mãe?! — ele soltou um suspiro.

— Você nunca mais ligou, Suga. Quero saber como está do outro lado! — ela sou um risinho confortante. — Você melhorou? Está bem agora?

Ele respirou fundo e apoiou o ombro no armário, segurando melhor o celular no ouvido.

— Tudo aqui faz me sentir bem, acho que ainda não agradeci por ter me deixado chegar aqui — parou por um instante. — Obrigado! — ele sorriu, mesmo que ela não pudesse vê-lo.

— Estou tão feliz! Era isso que eu queria ouvir! — ele conseguiu escutar ela batendo no próprio braço, como se batesse palmas. — Já fez amigos? Alguma grande novidade? — a senhora Min estava tão animada!

"Ah mãe, me tornei lobisomem, tenho dois amigos assim também... um foi capturado pela família do meu outro amigo caçador! Mas quinta-feira a alcatéia resgata ele", soava engraçado em sua cabeça, porém Yoongi não era louco ainda para falar isso a sua mãe.

— Fiz alguns amigos, dois deles são mais próximos de mim... acho que nenhuma novidade! — ele riu e suspirou de novo. — Sua voz me acalma mãe, obrigado por ligar.

— Ah, Suga, sua voz também me acalma. — ela puxou o ar com calma. — Saber que finalmente está feliz me tranquiliza. Como aquela pintura do oceano que gostamos.

— A pintura dos Encre? É realmente a calmaria — ele sorriu, lembrando do belo desenho que ficava na sala de sua antiga casa.

— Sim e... espera aí, Min Yoongi você deveria estar na aula! — ele riu pela indignação na voz dela. — Eu não acredito que você está perdendo aula para falar comigo! E não acredito que eu não me toquei da hora também! Desligue esse telefone e volte para aula!

— Está bem, está bem, já estou voltando! — ele sentou-se no banco e colocou a mão no peito. — Obrigado de novo, por me trazer aqui e por ter ligado! — ela se despediu também e desligaram.

Ela também era uma âncora para Yoongi. Sua mãe foi a pessoa que o viu para baixo e fazia mil e uma coisas para tentar animá-lo. Ele estava desesperado e ela ligou. Nada poderia ter o acalmado tão rápido.

Yoongi correu os corredores atrás de Mark, sentia que não poderia ficar mais parado, precisava se preparar para o que aconteceria em três dias. Ele avistou o moreno em uma sala, perto da porta. A abriu devagar, indo abaixado até o garoto. O professor chamava os nomes para conferir os presentes e, antes que seus dedos encostarem em Mark, ele ouviu:

— Daniel Encre?

Min sentiu um arrepio, todavia ignorou isso e puxou Mark dali, que tentou perguntar e foi interrompido.

— Não vamos fingir que está tudo bem, você vai me preparar para a lua cheia — Yoongi disse sério, Mark se recompôs e assentiu.

— Estaremos prontos para os Helwyr.

Not another teen werewolf // yoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora