capitulo 58

214 11 2
                                    

- Mick... - Ella sussurrou enquanto Mick fechava os olhos e cravava as unhas na cadeira.

- o que... ?

- Mick é Mickelangelo Ribeira. Ian, ele é filho do Monteiriny. - expliquei e Mick urrou como um animal com dor.

- EU NÃO POSSO SER FILHO DELE. - ele rosnou alto e levantou jogando tudo que havia sobre a mesa do Ian, no chão. Ian rosnou e Mick rosnou ainda mais alto.

- Mick, se acalma. - Ella pediu e ele continuou do mesmo jeito. Mas sua respiração pareceu se acalmar por três segundos com a voz dela.

- COMO EU VOU ME ACALMAR SE ACABEI DE DESCOBRIR QUE SOU FILHO DA PORRA DO PIOR VILÃO DA HISTÓRIA, ELLA ? - ele berrou, sua voz com uma mistura de rosnado. Seu rosto continua do mesmo jeito. Seu tamanho não aumentou como o do Julio. Coiotes eram pequenos.

- Mick, não importa quem é seu pai. Ainda vai ser você. - eu falei e ele me encarou. Seus olhos azuis brilhavam na minha direção como diamantes refletindo o mar. Ele pareceu se acalmar por segundos, mas rosnou e arranhou a mesa.

- cala a boca. Você não se importa. - ele rosnou levemente mais baixo do que antes. Suspirei e olhei pro Julio que negou.

Deixa ele. - sussurrou na minha cabeça e eu suspirei.

- Mick, olha pra mim. - Ella pediu e ele continuou respirando descompassado enquanto arranhava a mesa de madeira escura do Ian. - olha pra mim. - disse firme e ele virou a cabeça devagar. Ela segurou o rosto animalesco e ela sorriu. - eu te amo. E você ser filho do Monteiriny não vai mudar nada. Seu caráter e você, vão continuar sendo a mesma coisa. Um detalhe como esse não vai mudar a sua vida. Não vai mudar você ou quem você é. - ela sussurrou e ele continuou a olhando. Aos poucos, os pêlos, as garras e toda a postura animalesca desapareceu. Ella sorriu e ele chorou. Ella o abraçou.

- vai ficar tudo bem ? - perguntou e Ella assentiu beijando próximo a sua nuca.

- vai. - Ella sussurrou e me olhou. Sorri fraco e ela retribuiu.

- me deve 4 mil pela mesa. - Ian rosnou e eles riram se afastando para o encarar.

- mas uma coisa Ian. É hereditário isso, por isso ficamos assim ? É de família ? E como eram os experimentos ? - perguntei e ele sorriu.

- vão pra casa durmam. Amanhã a tarde venham. Esclarecerei tudo. - ele respondeu e eu sorri.

- obrigado. - disse e ele deu de ombros.

- não...

As portas duplas do escritório se escancararam o interrompendo e quatro seguranças passaram com armas de choque apontadas pra qualquer ponto aleatório. Denise se escondia atrás de um deles. Nos encaramos e rimos alto.

- o cara não tem de dinheiro nem pra arma de verdade. - Julio zombou Ian que também ria.

- o resultado da sua paciente deu Lúpus e já iniciei o tratamento. Irá embora daqui alguns dias e receberá acompanhamento pelo próximo mês. Dominic acor... - minha mãe se interrompeu quando olhou pra cima. - o que houve ? Cachorro com raiva ? - perguntou e Mick e eu erguemos as mãos.

- coiote. - gritamos e ela revirou os olhos, ignorando.

- prefiro lobos. - ela murmurou e Ian sorriu de lado. Ela olhou pro Julio. - Aqui os resultados. Preciso da assinatura pra iniciar o tratamento. - ela disse entregando uma prancheta pro Julio que a encarou confusa.

- pensei que já tivesse iniciado. - ele murmurou e ela assentiu

- já iniciei. - ela respondeu e ele a encarou. Ele revirou os olhos e assinou. - foi bom fazer negócios com você. - ela disse e ele riu. - Dominic acordou, aliás. - ela murmurou e nos encarmos.

O Idiota Do Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora