capitulo 1

2.2K 62 7
                                    

- cala a porra da boca e não enche - gritei colocando a blusa do colegio.

- não me mande calar a boca, eu sou sua mãe filha da puta - minha gritou do outro lado na porta. Bufei e abri a porta ja trocada.

- o que você quer ? - perguntei calma e ela me encarou com raiva.

- respeito seria bom pra variar - ela falou e eu sorri ironica.

- só mamãe ? - perguntei e ela riu sarcastica.

- nop. Quero que não traga garotos hoje. Vou voltar pra casa cedo hoje. A Ellie vai me cobrir. - falou e eu assenti - por favor, não se meta em encrenca ou faça qualquer coisa que vá se arrepender - falou sincera, preocupada e com um pequeno toque de cansaço. Sorri.

- claro mãe - falei e ela me deu um beijo na bochecha descendo logo depois. Bati a porta e peguei minha mochila, celular, fone, carregar, e o mais importante, jaqueta de couro preta. Amo... Abri a porta e guardando as coisas na mochila. Fechei meu quarto a chave e levantei o olhar ao ouvir a porta do quarto de hospedes bater.

- Ta de brincks né? - perguntei pro Julio com as mesma roupas que eu incluindo a bota, só faltava o corpete e a saia de couro por cima da meia calça rasgada.

- até nisso me copia ? - perguntou e eu mostrei o dedo do meio pra ele.

- não sou eu o clone aqui - falei e ele sorriu de lado.

- olha, tenho uma coisa pra você - ele falou colocando a mão no bolso. Ele tirou de novo mostrando o dedo meio. Revirei os olhos.

- fico deslumbrada com seu toque de originalidade - falei e sorrimos falsamente descendo as escadas ao mesmo tempo.

Abri a porta e fui direto pro carro. Me joguei no banco de tras e fechei os olhos. As portas na frente do carro bateram. O motor do carro ligou juntamente ao radio e eu virei de barriga pra cima ainda de olhos fechados. Deixei uma musica dançante invadir meus ouvidos e sorri a reconhecendo. Bad Girls - M.I.A. cruzei os braços sob o peito e interpretei a musica que tocava. Diria que essa musica era ridicula, mas o ritmo era gostoso. Ganhava pontos pela pouca sutileza no arranjo e no toque. Isso aos ouvidos das pessoas era incrivelmente estranho e desnecessario. Isso aos meus ouvidos era interpetração sonora graduada com o que eu chamo de 'eu'. Respirei fundo e depois de algumas musicas senti o carro parar. O motor desligou assim como o radio. Minha mãe diz que era pra não gastar gasolina, gás e bateria. Eu digo que é porque somos indigentes a olho da sociedade corripta que se abita ao país. Como meu lindo Renato Russo diria : ninguem respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação. Que país é esse ?

- querido você é da classe da Lu. Ela te mostra o caminho - minha mãe disse depois de um tempo.

- ok tia - Julio disse em um suspiro e percebi um toque de angustia em sua voz. Seus olhos estavam presos em mim e eu consegui senti com o ardor do olhar.

- para de encarar tanto. - falei e finalmente abri os olhos o encarando. Ele revirou os olhos

- não estava encarando - falou em tom de voz firme. Sorri.

- claro que não - falei e peguei a mochila, saindo do carro. Ouvi o riso da minha mãe e revirei os olhos. Julio desceu do carro e ficamos lado a lado encarando um Opala 66 com a pintura laranja completamente riscada.

- tchau queridos, tenham um bom dia. E não briguem - minha mãe falou ligando o carro e saindo pra avenida movimentada. Um carro buzinou quando ela entrou na frente dele dando um giro entre as faixas para ir na outra direção. - nunca façam isso, amo vocês - ela gritou e acelerou.

O Idiota Do Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora