O Idiota Do Meu Primo

capitulo 43

Assim que ele entrou dentro da nossa casa e deixou a porta aberta, passei a andar mais rápido. Respiração ofegante era uma coisa que não existia, tamanha minha raiva dele. A realidade era que se Julio fosse mesmo ser o importador do Rio, era uma guerra declarada a Kat, mesmo que por debaixo dos panos. Ele foi inconsequente. Se ele o fizer, é capaz da Kat não confiar mais nele ou até mesmo outros descobrirem sua revolta contra Kat e tentar agir em pról disso, ou até mesmo serem atraídos de verdade para o The Street. Seria como causar uma rebelião em massa e o início de massacres de quem ficar ao lado da Kat durante a guerra. Seria o fim se a guerra realmente não fosse impedida.

Continuei andando lentamente. A morte em minhas mão era lenta quando eu realmente estava com raiva. Isso e o fato do Julio deixar a porta aberta como um convite explicito. Ele estava aprontando o bote e eu sabia. Mantive a mente fora da dele e ele, fora da minha. Como ele mesmo me ensinou, dizendo a mim mesma que éramos seres diferente e não apenas.

Então me deixava pensar. Pensando em mil modos de como ele faria para me manter presa até conseguir me explicar, para poder me defender de qualquer golpe. Mas dessa vez não tinha o que explicar, ele havia passado dos limites sendo tão inconsequente e ainda me escondendo aquilo. Ele pagaria caro por isso e se renderia a Kat como culpado. O faria reverter a situação que ele causou, fazendo a Kat iniciar a propaganda de manter a facção inteira no plano e seguindo suas ordens. Mas é óbvio que antes, eu precisava fazê-lo sofrer as consequências dos seus atos em minhas próprias mão.

Olhei ao redor assim que atravessei o portão da frente junto ao jardim e pisei na varanda, ouvindo as taboas rangerem com o peso. Abri minha bolsa e tirei um dos brinquedos que o vovô me deu e que sempre carregava quando saía. Tirei a pequena adaga da bolsa. O cabo redondo tinha uma pedra azul esmeralda. Ela brilhava e provalvemente era verdadeira. Seu suporte era dourado e descia o cabo que parecia de diamante também. Era grosso e estranho por ser pesado e ter uma lâmina, além de afiada, grossa e larga. Mas prestasse atenção saberia que as escrituras entre parte douradas que envolvia o quadro queria dizer que se girasse para o horizonte em sua destra duas vezes e clicasse na esmeralda, a adaga virava uma espada de quase um metro. E foi o que fiz. Quando a espada quase tocou meu pé, eu sorri de lado, a girando.

Empurrei a porta com a espada e tirei a bolsa, colocando ao lado da porta. Olhei ao redor e tudo estava calmo. Nenhum sinal dele.

- irá fugir como um covarde ? Julio, você foi inconsequente, e ser assim tem consequências. - falei em um tom de voz normal e ouvi a porta bater atrás de mim. Girei a espada, mas ele não estava mais lá. Dei um pequeno giro continuando no mesmo quadrado enquanto procurava por ele.

- eu tenho o direito de me explicar. Lucy, eu errei, mas... - sua voz estava em toda a parte assim como seus vultos ao meu redor.

- teve tempo de contar sim, Julio. Se não o fez, foi porque... - o interrompi quase gritando, mas ele fez o mesmo comigo.

- você não me deixou falar. - ele rosnou e eu ri irônica.

- Julio, fomos para o hospital de busão com trânsito e passamos o caminho em silêncio ouvindo música. Sabe que poderia ter falado. A escolha foi sua. Aliás, estava feliz e não abalado. Sabia o que causaria nisso tudo ? Sabia o que causaria em mim ou dentro da guerra ? Isso foi doentio. - gritei e ele riu irônico aparecendo a minha frente. Sua roupa era a mesma de antes, apenas uma calça já que havia tirado a blusa pra cuidar dos frentistas, mas facas estavam amarradas em sua perna, uma adaga se denunciava em seu coturno suas costas prendiam uma espada igual a minha com uma pedra negra e brilhante. Nosso avô tinha bom gosto.

Ele estava no topo da escada, mas descia enquanto gritava comigo, furioso.

- eu sou doentio ? Lúcia, você não sabe o que eu passei na porra da noite passada. Eu sofri como um condenado. E a culpa foi sua. - ele berrou e eu ri irônica.