— Tens a certeza disto? Eu sei que é Natal, mas e se te der alguma coisa?
— Está tudo bem. Está controlado, não vou perder o único dia do ano em que posso estar com toda a minha família em simultâneo. - Violet olha para a sua barriga completamente inchada devido à presença de um novo ser, possivelmente completamente formado.
Peter, de 4 anos, rompe na sala onde conversavam os seus pais e diz:
— Preciso de ajuda a calçar-me.
— Sim, senta-te na cadeira. - o seu pai pega nos sapatos - Já tens casaco?
— Sim. Está tudo pronto para o Natal!
— Onde colocaste o saco das prendas? - pergunta Violet.
— Está ao pé das escadas, não te preocupes, eu levo-o - Calum tenta fazer tudo para ajudar na preparação apressada da partida para casa dos pais de Violet para passar a consoada.
— Pronto, está tudo bem. Vamos? - pergunta Calum.
— Sim! - grita, entusiasmado, Peter.
— Ouviste-o - sorri, docemente, Violet.
Descem as escadas até à garagem e entram no carro. De repente, Peter grita:
— Esperem, falta o Sr. Fofinho.
— Pronto, vai lá buscá-lo, mas rápido!
Pouco depois Peter volta com um pequeno coelho de peluche na mão. Este peluche era o seu favorito, estava com ele desde que nascera e nunca se desfazia dele. Era o seu melhor amigo. Tinha também um laço vermelho com um azevinho de plástico colado, para simbolizar a época natalícia em que se encontravam.
Finalmente, acabaram por partir. A neve caía e Peter estava entretido a observá-la pela janela um pouco embaciada do carro, com um sorriso radiante na cara.
— Estás muito feliz! - comenta Calum.
— Pois, papá. É Natal e ainda por cima o Pai Natal vai-me trazer um mano!
— Aw, és o melhor filho que podíamos ter. - diz Violet.
— Agora vais ter dois melhores! - diz a pequena criança, fazendo com que os pais soltem uma gargalhada.
Acabam por chegar à casa dos avós de Peter, e sentem o contraste do frio de fora com o calor de dentro. Cumprimentam toda a gente dentro da sala de jantar, desde os tios e primos aos próprios avós. Um cheiro delicioso pairava pelo ar, e Violet ofereceu-se para ajudar a cozinhar, mas a sua mãe disse que não era necessário e que esta podia sentar-se a descansar.
Mais tarde, o jantar decorreu com muitas conversas, gargalhadas , felicidade e amor entre todos. Violet, Calum e Peter estavam muito felizes, principalmente a criança que adorava o Natal com todo o seu coração.
— Calum... Não me estou a sentir bem... Acho que é melhor irmos para o hospital... - anuncia Violet no meio daquela confusão de palavras harmoniosa que pairava pela mesa.
— Sim, claro, é melhor... Vamos - Calum estava visivelmente atrapalhado, embora não fosse a primeira vez, mas complicava tudo quando era Natal.
— Ouçam - levantou a voz - A Violet não se está a sentir bem. Desculpem sairmos assim, mas temos de ir. Feliz Natal a todos.
— Mãe, o Peter pode dormir cá? - pergunta Violet.
— Sim, claro, agora vai com Deus, minha filha.
No meio de tanta atrapalhação e pressa o casal quase se esquece de se despedir do seu filho, mas ele chama por eles quando estão quase a sair pela porta.
— Pai, Mãe, bom Natal.
De seguida vira-se especialmente para a mãe e entrega-lhe o peluche em forma de coelho de que tanto gostava.
— É para ti. É uma prenda de Natal para te lembrares de mim. Quando o mano nascer, será dele também.
Violet e Calum não conseguem conter um sorriso.
— Obrigado, Peter. Feliz Natal.
E desaparecem pelo meio da neve de Natal, pelo frio que contrasta com o quente da sala de jantar decorada com motivos natalícios.
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Calendário de Natal
Short StoryTão óbvio, tão óbvio. Se não posso ser criativa pelo menos que seja direta. Apenas um calendário de Natal, com contos, textos e frases que serão uma contagem até ao dia maravilhoso de Natal. Capa fantástica feita por: @verde_floresta