18 de dezembro

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— Tens a certeza disto? Eu sei que é Natal, mas e se te der alguma coisa?

— Está tudo bem. Está controlado, não vou perder o único dia do ano em que posso estar com toda a minha família em simultâneo. - Violet olha para a sua barriga completamente inchada devido à presença de um novo ser, possivelmente completamente formado.

Peter, de 4 anos, rompe na sala onde conversavam os seus pais e diz:

— Preciso de ajuda a calçar-me.

— Sim, senta-te na cadeira. - o seu pai pega nos sapatos - Já tens casaco?

— Sim. Está tudo pronto para o Natal!

— Onde colocaste o saco das prendas? - pergunta Violet.

— Está ao pé das escadas, não te preocupes, eu levo-o - Calum tenta fazer tudo para ajudar na preparação apressada da partida para casa dos pais de Violet para passar a consoada.

— Pronto, está tudo bem. Vamos? - pergunta Calum.

— Sim! - grita, entusiasmado, Peter.

— Ouviste-o - sorri, docemente, Violet.

Descem as escadas até à garagem e entram no carro. De repente, Peter grita:

— Esperem, falta o Sr. Fofinho.

— Pronto, vai lá buscá-lo, mas rápido!

Pouco depois Peter volta com um pequeno coelho de peluche na mão. Este peluche era o seu favorito, estava com ele desde que nascera e nunca se desfazia dele. Era o seu melhor amigo. Tinha também um laço vermelho com um azevinho de plástico colado, para simbolizar a época natalícia em que se encontravam.

Finalmente, acabaram por partir. A neve caía e Peter estava entretido a observá-la pela janela um pouco embaciada do carro, com um sorriso radiante na cara.

— Estás muito feliz! - comenta Calum.

— Pois, papá. É Natal e ainda por cima o Pai Natal vai-me trazer um mano!

— Aw, és o melhor filho que podíamos ter. - diz Violet.

— Agora vais ter dois melhores! - diz a pequena criança, fazendo com que os pais soltem uma gargalhada.

Acabam por chegar à casa dos avós de Peter, e sentem o contraste do frio de fora com o calor de dentro. Cumprimentam toda a gente dentro da sala de jantar, desde os tios e primos aos próprios avós. Um cheiro delicioso pairava pelo ar, e Violet ofereceu-se para ajudar a cozinhar, mas a sua mãe disse que não era necessário e que esta podia sentar-se a descansar.

Mais tarde, o jantar decorreu com muitas conversas, gargalhadas , felicidade e amor entre todos. Violet, Calum e Peter estavam muito felizes, principalmente a criança que adorava o Natal com todo o seu coração.

— Calum... Não me estou a sentir bem... Acho que é melhor irmos para o hospital... - anuncia Violet no meio daquela confusão de palavras harmoniosa que pairava pela mesa.

— Sim, claro, é melhor... Vamos - Calum estava visivelmente atrapalhado, embora não fosse a primeira vez, mas complicava tudo quando era Natal.

— Ouçam - levantou a voz - A Violet não se está a sentir bem. Desculpem sairmos assim, mas temos de ir. Feliz Natal a todos.

— Mãe, o Peter pode dormir cá? - pergunta Violet.

— Sim, claro, agora vai com Deus, minha filha.

No meio de tanta atrapalhação e pressa o casal quase se esquece de se despedir do seu filho, mas ele chama por eles quando estão quase a sair pela porta.

— Pai, Mãe, bom Natal.

De seguida vira-se especialmente para a mãe e entrega-lhe o peluche em forma de coelho de que tanto gostava.

— É para ti. É uma prenda de Natal para te lembrares de mim. Quando o mano nascer, será dele também.

Violet e Calum não conseguem conter um sorriso.

— Obrigado, Peter. Feliz Natal.

E desaparecem pelo meio da neve de Natal, pelo frio que contrasta com o quente da sala de jantar decorada com motivos natalícios.

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