Capítulo 17

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Capítulo 17

A medida que os dias iam passando, o dia do casamento se aproximava e Jessie parecia não pensar em outra coisa. Sempre que nos víamos, esse era o principal assunto. Ela estava realmente ansiosa.

Quatro dias antes da data marcada para a cerimônia, Jessie e eu tivemos um encontro especial. Era dia 07 de novembro, então estávamos comemorando nosso primeiro mês de namoro.

Pegamos meu carro que havia sido recentemente consertado (mais uma vez), eu deixei que Jessie assumisse o volante e ela se saiu surpreendentemente bem, me deixando impressionado!

— Eu andei praticando com minha mãe — disse ela cheia de orgulho quando a elogiei.

Chegamos ao Starlite Diner, só para descobrir que, mesmo um mês depois da passagem do furacão, o restaurante ainda estava de portas fechadas, assim como muitos outros estabelecimentos à beira mar na principal avenida de Daytona.

Era estranho pensar que algo que tinha trazido tanta destruição e tristeza para uns, havia me proporcionado uma das maiores alegrias. Afinal, o desastre natural havia contribuído diretamente para a união entre Jessie e eu naquele fatídico dia 07 de outubro.

Partimos dali para outro restaurante que, posteriormente, acabou por se tornar um de nossos favoritos também: O Hyde Park Prime Steakhouse.

Tivemos um excelente jantar a dois naquela noite tranquila. Depois Jessie dirigiu de volta até sua casa, inclusive estacionando com maestria. Deu para ver que ela estava se preparando para seu exame de direção, que seria no mês seguinte.

Não nos encontramos novamente até a quinta feira à noite, já no aeroporto. O casamento seria na sexta feira, porém nós passaríamos a noite anterior no hotel, antes de nos prepararmos para a cerimônia.

Não achei necessário levar malas, levei apenas minha mochila, como bagagem de mão. Jessie, por sua vez, fez parecer que iria se mudar para Nova York. Despachou uma mala enorme, além de ter mantido uma bolsa consideravelmente grande como bagagem de mão.

— Quantos dias vamos ficar lá mesmo? — perguntei em tom de brincadeira ao ver suas malas.

Mas Jessie, claramente, não achou nada divertido.

— Engraçadinho — respondeu, rudemente.

A medida que o horário do nosso vôo se aproximava, Jessie ficava ainda mais nervosa. Segurei sua mão fria enquanto estávamos no portão de embarque.

— Vai ficar tudo bem — tentei confortá-la.

Ela não respondeu. Apenas deu um breve sorriso, tornando a ficar com sua feição apreensiva logo em seguida.

Não era um voo longo. O primeiro duraria cerca de duas horas, com uma escala na Carolina do Norte. De lá, seguiríamos para Nova York já que não havia voos diretos de Daytona para lá. Ao todo, seriam 5 horas de viagem. Mas isso já era o suficiente para deixar Jessie apavorada.

Embarcamos na hora marcada. Eu queria me sentar perto da janela, porém Jessie disse que só viajava no corredor, porque tinha medo de ver o lado de fora. Para ficar ao lado dela, troquei de lugar com Jen, mais destemida, e fiquei no assento do meio. Seus pais, juntamente com Amélia, foram na fileira ao lado da nossa.

Quando o avião começou a taxiar pela pista, segurei a mão de Jessie que estava literalmente tremendo. Creio que nada que eu dissesse nessa hora poderia acalmá-la, então fiquei calado até que o avião já estava em alta velocidade.

— V1 — disse olhando nos olhos dela.

— O que? — perguntou confusa.

— E girar — falei, puxando sua mão para trás devagar, como se fosse o manche da aeronave.

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