Capítulo 4

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Capítulo 4


— Eu estou morrendo de fome — reclamou Liam durante a segunda aula daquela manhã.

— Foi você que disse para não te acordar pro café.

— Eu sei, mas agora me arrependi.

Eu pude sentir os olhos dele me observando, mas não me virei. Estava com a atenção voltada para o celular. Jessie havia me enviado uma mensagem de texto. “Bom dia, Sammy” era só o que dizia, mas foi o suficiente para me deixar feliz naquela manhã.

— Para de sorrir para a tela do celular — repreendeu.

— Eu não estou sorrindo.

— Está sim, parece um bobo apaixonado.

— Eu não estou apaixonado — rebati.

Ele apenas riu em resposta, bem quando o professor nos advertiu.

— Sr. Hart, Sr. Rashford. Estou atrapalhando o diálogo de vocês com minha aula?

— Não senhor — respondemos, quase que em uníssono.

Liam franziu suas sobrancelhas para mim, em desaprovação.

Guardei meu celular, passei a prestar atenção na aula. Minha vontade, porém, era de respondê-la imediatamente.

Aguardei ansioso, até que houvesse um intervalo. Então enviei uma mensagem em resposta. Àquela altura já era ‘boa tarde’. Pedi desculpas pela demora, mas ela pareceu compreensiva em sua resposta.

“Tudo bem — ela disse — eu também estava em aula.”

Ela estudava na Halifax Academy, que é bem perto da universidade. É conhecida por ser uma das melhores escolas particulares da Flórida. Eu sabia que ela tinha uma rotina de aulas puxada, por isso, não trocamos mais mensagens naquela tarde, até as 17h, quando ambos estávamos liberados dos afazeres acadêmicos.

“Que horas você vem?” Perguntou ela, ao chegar em casa. “Já estou indo.” Respondi enquanto me arrumava.

Nada de gravata dessa vez, pensei comigo. Calcei meu melhor par de meias e saí ansioso para vê-la.

Em poucos minutos eu estava na porta da mansão, mas o porteiro pareceu não se lembrar de mim.

— Sou o sobrinho da Rose — gritei pela janela do carro.

Ele então pegou um interfone e falou algo que foi inaudível de onde eu estava. Os portões se abriram e eu acelerei para dentro da propriedade.

Mais uma vez, não havia carro algum estacionado ali. Ao descer do carro não fiquei surpreso ao ver que tia Rose já estava à porta, esperando por mim com seu costumeiro sorriso no rosto.

Um abraço caloroso, e eu fui logo tirando os sapatos. Enquanto eu ainda os estava guardando na sapateira ao lado da porta, ouvi a voz de Jessie e senti meu coração acelerar no peito.

— Oi, Sammy.

Quando me virei, ela estava bem perto. Os cabelos, soltos, cobriam seus ombros.

— Oi, Jessie.

Pensei em abraçá-la, porém mais uma vez, não o fiz.

— O que houve com sua sobrancelha?

Só então me lembrei de que eu ainda estava usando o curativo feito pela enfermeira no dia anterior.

— Ah, isso? Não é nada, foi só um esbarrão no treino de ontem.

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