Capítulo 24

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#P.O.V. Afonso

- Vamos à Roda Gigante primeiro pessoal! Vá lá! Vá lá! Assim podemos ver tudo o que há no parque e depois escolhemos as melhores cenas para ir! - Insistia enquanto tentava captar a atenção de todos.

- Cala-te lá um pouquinho Afonso. - A Bruna meteu-se, mas acabei por ignorá-la.

- E então? Podemos ou não?! Eu pago os vossos bilhetes!

- Acho que alinhamos todos então. - Bia respondeu e ninguém se opôs.

- Com o dinheiro que o meu maninho vai fornecer certo Andrézinho? - Abri o meu maior sorriso.

- Nem pensar puto. Meteste-te nelas agora olha! - Que rico irmão que me arranjaram. Podias ter tentado de novo, não mãe?

Depois de já termos os bilhetes na mão e de estarmos algum tempo na fila de espera, chegou finalmente a nossa vez. Primeiro entrou a Filipa e o Eduardo numa daquelas coisas que parecem um ovo e que rodam. Em seguida entrou a Bia e , quando era a vez da Bruna entrar, ela disse:

- Esqueci-me completamente que tinha algodão doce reservado! Eu já volto. - Saiu da nossa beira, deixando-nos todos perplexos.

- Cheira-me que ela se vai perder pessoal. - Disse e recebi um olhar de " vai atrás dela, quero ir com a Bia neste ovinho maravilhoso". - Eu vou lá. - Virei costas e tentei furar a multidão que se encontrava ali.

Quem não me considerar o melhor irmão do mundo que dê um tiro no meio da boca. Estou a tentar procurar uma gaja teimosa que se lembrou de ir atrás de algodão doce devido à pancada do idiota do meu irmão.

Muitos corpos, alguns suados outros cheirosos e de muitos " com licença" depois encontrei a rapariga que tinha uma pancada maior que a minha, parada no meio da estrada. Parecia um poste. Estava a fazer uma confusão ainda maior do que o normal. Já disse que ela parecia mesmo um poste e que não se mexia? Mas que raio.

Como não queria entrar logo a matar, coloquei a mão no ombro dela, delicadamente, para ver se ela acordava do transe. Foi em vão. Decidi recorrer ao meu plano B.

- MEU! - Abanei-a acabando por gritar, chamando não só a atenção dela, como de todas as famílias que circulavam perto de nós naquele momento. No entanto, missão cumprida.

- Mas que merda? Passaste-te? Aliás o que é que TU estás aqui a fazer? - Ela explode, como já era de esperar.

- Fui quase obrigado pelo meu irmão só com o olhar. Acredita que também preferia estar naquela Roda. - Assim que proferi o tal divertimento ela estremeceu.

- Credo! Não voltes a repetir isso por favor!

- O quê? Roda? E Gigante, posso?

- Afonso, caralho. - Resmungou e levou a mão à cabeça e foi com esse gesto que eu entendi tudo.

- Ahhhh, tens vertigens portanto.

- Boa capitão óbvio. - Respondeu-me ironicamente.

- Sabes que podias, simplesmente, ter dito isso certo? - Constatei, novamente, e ela revirou os olhos. - Uma pequena pergunta, sempre queres algodão doce ou não? É que já estou a ficar com uma larica.

- Quero. Mas a verdadeira pergunta é: Como vamos dar com alguém que venda algodão doce, nesta confusão?

- Confias em mim? - Perguntei.

- Não!

- Ya, pergunta estúpida. Mas lamento informar que não tens outra opção boneca. - Disse e dei-lhe uma pequenas palmadinhas nas costas.

Photoshoot || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora